Após críticas, Lula se reúne pela primeira vez com Campos Neto; saiba o que esperar
O encontro vem em um momento em que uma parcela dos aliados de Lula reduziu o tom das críticas a Campos Neto e ao BC, justamente por causa do início do ciclo de redução da Selic
Redação Exame
Publicado em 27 de setembro de 2023 às 08h07.
Última atualização em 27 de setembro de 2023 às 09h19.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto , terão nesta quarta-feira, 27, o primeiro encontro desde a posse do petista, em 1º de janeiro. Nestes 269 dias, Campos Neto foi por algumas vezes alvo da críticas do petista pela manutenção dos juros em nível alto. Lula chegou a chamar o chefe da autoridade monetária de "este cidadão", "tinhoso" e "teimoso".
Por muitas vezes, coube ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad , o papel de "bombeiro". Haddad, aliás, também estará na reunião no Palácio do Planalto, às 17h30, de Brasília. O encontro vem em um momento em que uma parcela dos aliados de Lula reduziu o tom das críticas a Campos Neto e ao BC, justamente por causa do início do ciclo de redução da Selic.
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Mas nomes influentes no entorno de Lula, como a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), seguem com falas duras. Na semana passada, após o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir unanimemente pela queda dos juros básicos em 0 50 ponto porcentual, a 12,75%, a parlamentar reclamou de um processo de baixa feito "a conta-gotas".
De todo modo, como apurou a CNN Brasil, a reunião desta quarta-feira representará ao menos um gesto de aproximação entre os presidentes da República e do BC, que solicitou ao Executivo a audiência. No entorno de Lula, segundo a emissora, o encontro está sendo visto como um modo de selar uma convivência mais adequada entre eles, ainda que sem uma pacificação definitiva.
Campos Neto na Câmara
Antes de encontrar com Lula, Campos Neto vai participar de audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados. Ele deve falar sobre o processo de queda de juros e explicar um erro contábil no fluxo cambial, divulgado em janeiro pela instituição. O pedido para realização da audiência é do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). Campos Neto também apresentará aos parlamentares os detalhes sobre o processo de queda de juros.
Ata do Copom reafirma cortes de 0,50 p.p nas próximas reuniões
Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou, na ata da última reunião de colegiado que levou a Selic para 12,75% ao ano, que manterá o ritmo de cortes dos juros em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Além disso, os diretores do Banco Central (BC) afirmaram que julgam como pouco provável a aceleração do ritmo de queda da taxa, para 0,75 ponto percentual.
Os membros do Copom também alertaram que manter as metas definidas no novo arcabouço fiscal é essencial para a credibilidade do país, para o processo de queda de juros e para a recuperação da economia. Uma mudança de meta poderia brecar a queda da Selic.