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Apesar da queda, desemprego alto ainda desafia a Espanha

O desemprego caiu em 2014, mas se manteve em uma taxa de 23,7%, sendo o maior desafio para a recuperação econômica da Espanha

Várias pessoas esperam abertura de Centro de Emprego em Madri (Sebastien Berda/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 17h38.

Madri - O desemprego caiu na Espanha em 2014, mas se manteve em uma elevada taxa de 23,7%, sendo o maior desafio para a recuperação econômica vivida pelo país após seis anos de crise .

Há meses, a economia espanhola recupera seu dinamismo: o consumo e os investimentos voltam a crescer, o setor da construção, devastado após a explosão da bolha imobiliária de 2008, renasce e o capital estrangeiro está de volta ao país.

Tudo isso se traduz em uma recuperação do crescimento, estimado em 1,4% em 2014 após uma forte recessão, o que permite às empresas contratar novos trabalhadores.

Em 2014, foram criados 433.900 empregos a mais do que no ano anterior, segundo os números publicados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os setores mais ativos na contratação foram os serviços, especialmente o turismo - importantíssimo no país, que bateu um recorde de visitantes em 2014 -, a indústria e a construção, enquanto a agricultura perdeu trabalhadores.

Paralelamente, o número de pessoas que busca ativamente um emprego caiu em 477.900, 5,46 milhões, de acordo com o INE.

"O ano de 2014 foi o melhor do emprego", comemorou a ministra Fátima Báñez, prometendo que os conservadores no poder continuarão trabalhando nesse ano eleitoral para melhorar a situação.

"Os números são bons", confirmou a AFP José García Montalvo, economista na universidade Pompeu Fabra, de Barcelona. Sobretudo porque a queda do desemprego se explica pela criação de emprego e não pela redução da população ativa, como aconteceu em 2013, acrescentou.

O governo de Mariano Rajoy prevê que essa tendência se aprofundará. No final de 2015, espera reduzir a taxa de desemprego a 22,2% com um crescimento econômico de pelo menos 2%.

O ministro da Economia, Luis de Guindos, deu a entender nesta quinta-feira que a previsão do emprego pode ser revisada em alta. "Acho que esses dados devem melhorar", disse ao canal Antena 3 sem dar mais detalhes.

Contratação temporária

Os economistas parecem resistentes em falar de uma mudança de ciclo. No que se refere a emprego, a Espanha tem um dos piores resultados da zona do euro, atrás apenas da Grécia.

Os economistas do banco espanhol BBVA acreditam que serão necessários de oito a dez anos para se alcançar os níveis de desemprego anteriores à crise. Em 2007, essa taxa era de 8,57%.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) também está pessimista e prevê que a taxa de desemprego espanhola continuara acima dos 20% em 2020.

A natureza dos empregos criados e o grande número de pessoas suscetíveis a ficar de fora dessa tendência positiva aumentam a incerteza.

A grande maioria dos novos contratos são temporários e 13% são em período parcial, calcula García Montalvo.

Além disso, o número de famílias onde todos os membros em idade de trabalhar precisam de emprego continua sendo elevado, de 1,77 milhão.

A taxa de desemprego entre os jovens abaixo dos 25 anos, de 51,8%, também preocupa. "Mas é um erro centralizar as políticas de emprego nos jovens, já que o desemprego cresceu entre as pessoas acima de 55 anos", adverte Ángel Valls, professor da escola de negócios de Barcelona, Esade.

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Madri - O desemprego caiu na Espanha em 2014, mas se manteve em uma elevada taxa de 23,7%, sendo o maior desafio para a recuperação econômica vivida pelo país após seis anos de crise .

Há meses, a economia espanhola recupera seu dinamismo: o consumo e os investimentos voltam a crescer, o setor da construção, devastado após a explosão da bolha imobiliária de 2008, renasce e o capital estrangeiro está de volta ao país.

Tudo isso se traduz em uma recuperação do crescimento, estimado em 1,4% em 2014 após uma forte recessão, o que permite às empresas contratar novos trabalhadores.

Em 2014, foram criados 433.900 empregos a mais do que no ano anterior, segundo os números publicados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os setores mais ativos na contratação foram os serviços, especialmente o turismo - importantíssimo no país, que bateu um recorde de visitantes em 2014 -, a indústria e a construção, enquanto a agricultura perdeu trabalhadores.

Paralelamente, o número de pessoas que busca ativamente um emprego caiu em 477.900, 5,46 milhões, de acordo com o INE.

"O ano de 2014 foi o melhor do emprego", comemorou a ministra Fátima Báñez, prometendo que os conservadores no poder continuarão trabalhando nesse ano eleitoral para melhorar a situação.

"Os números são bons", confirmou a AFP José García Montalvo, economista na universidade Pompeu Fabra, de Barcelona. Sobretudo porque a queda do desemprego se explica pela criação de emprego e não pela redução da população ativa, como aconteceu em 2013, acrescentou.

O governo de Mariano Rajoy prevê que essa tendência se aprofundará. No final de 2015, espera reduzir a taxa de desemprego a 22,2% com um crescimento econômico de pelo menos 2%.

O ministro da Economia, Luis de Guindos, deu a entender nesta quinta-feira que a previsão do emprego pode ser revisada em alta. "Acho que esses dados devem melhorar", disse ao canal Antena 3 sem dar mais detalhes.

Contratação temporária

Os economistas parecem resistentes em falar de uma mudança de ciclo. No que se refere a emprego, a Espanha tem um dos piores resultados da zona do euro, atrás apenas da Grécia.

Os economistas do banco espanhol BBVA acreditam que serão necessários de oito a dez anos para se alcançar os níveis de desemprego anteriores à crise. Em 2007, essa taxa era de 8,57%.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) também está pessimista e prevê que a taxa de desemprego espanhola continuara acima dos 20% em 2020.

A natureza dos empregos criados e o grande número de pessoas suscetíveis a ficar de fora dessa tendência positiva aumentam a incerteza.

A grande maioria dos novos contratos são temporários e 13% são em período parcial, calcula García Montalvo.

Além disso, o número de famílias onde todos os membros em idade de trabalhar precisam de emprego continua sendo elevado, de 1,77 milhão.

A taxa de desemprego entre os jovens abaixo dos 25 anos, de 51,8%, também preocupa. "Mas é um erro centralizar as políticas de emprego nos jovens, já que o desemprego cresceu entre as pessoas acima de 55 anos", adverte Ángel Valls, professor da escola de negócios de Barcelona, Esade.

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