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Antaq fará lobby em Copenhague por hidrovias no Brasil

Por Renata Veríssimo Brasília - A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) vai fazer um lobby agressivo em Copenhague, na Dinamarca, para transformar em realidade o uso de hidrovias no Brasil. O órgão quer aproveitar o grande potencial dos rios brasileiros para ampliar o transporte hidroviário, uma fonte mais limpa de emissão de carbono, e […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Por Renata Veríssimo

Brasília - A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) vai fazer um lobby agressivo em Copenhague, na Dinamarca, para transformar em realidade o uso de hidrovias no Brasil. O órgão quer aproveitar o grande potencial dos rios brasileiros para ampliar o transporte hidroviário, uma fonte mais limpa de emissão de carbono, e diminuir o fluxo de mercadorias nas estradas.

O diretor do órgão, Tiago Lima, desembarca em Copenhague na segunda-feira com o argumento de que investimentos no modal hidroviário reduziriam em 62% a emissão de CO2 no Brasil. Ele acredita que serão necessários R$ 7,65 bilhões para colocar mais 7.500 quilômetros de rios em condições de navegabilidade. Atualmente, 13 mil quilômetros já são utilizados economicamente no Brasil.

Segundo Lima, o Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT) do Ministério dos Transportes prevê a ampliação da participação do modal hidroviário na matriz de transporte do País de 13% em 2005 para 29% em 2025. Ele alerta, no entanto, que não há projetos e previsão orçamentária para o atingimento desta meta. "Se não tivermos projeto e recursos previstos no Orçamento não chegaremos a 2025 com este porcentual", argumentou.

O diretor explica que os investimentos devem ser públicos neste primeiro momento, porque a exploração das hidrovias não se mostra economicamente viável para o setor privado. Mas considera fundamental ganhar aliados entre os empresários para sensibilizar as autoridades do governo. Ele lembrou, por exemplo, que a atuação da Vale foi fundamental para tirar do papel a construção das eclusas da usina hidrelétrica de Tucuruí.

"Um dos grandes interessados deve ser o agronegócio", previu. Lima acredita que boa parte da safra agrícola poderia ser escoada por meio dos rios, liberando as rodovias e emitindo menos carbono na atmosfera. Ele estima que, com mais investimentos em hidrovias, o escoamento da safra por este modal poderia subir dos atuais 8,6 milhões de toneladas para 51,2 milhões de toneladas.

Na apresentação que fará na terça-feira, no Espaço Brasil, montado no complexo onde está sendo realizada a 15ª Conferência de Clima das Nações Unidas (COP-15), o diretor vai apresentar uma lista de vantagens para investir no transporte hidroviário. Além da redução da emissão de carbono, Lima destacará o custo menor do investimento em relação ao transporte rodoviário, frete mais barato para as empresas, custo baixo para a manutenção das hidrovias, redução de acidentes e do congestionamento nas estradas. Pelos dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), utilizados como base de informação pela Antaq, dentre os modais de transporte, a malha rodoviária é responsável por 90% da emissão. O setor aéreo é responsável por 7,6%, o hidroviário (rio e mar) por 2% das emissões e a malha ferroviária, por apenas 0,4%.

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