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Analistas se atêm a fatores técnicos em reunião com BC em SP

Os participantes da segunda das três reuniões que o Banco Central fez com analistas do mercado financeiro em São Paulo deixaram de lado as cobranças

Banco Central: analistas que participaram de reunião organizada pelo BC deixaram de lado as cobranças (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2015 às 17h24.

São Paulo - Os participantes da segunda das três reuniões - ocorrida na semana passada - que o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira, fez com analistas do mercado financeiro em São Paulo deixaram de lado as cobranças à autoridade monetária, presentes na reunião anterior, e se ativeram mais a fatores técnicos. Só para lembrar, no Rio de Janeiro, os analistas desafiaram o diretor a mostrar de forma clara e cabal o que o BC fará para colocar a inflação no centro da meta de 4,5%, em 2016. Já no primeiro encontro com analistas na capital paulista, Awazu ouviu críticas à postura dos diretores, que entram mudos e saem calados destas reuniões.

Segundo confidenciou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, um profissional que participou da reunião, todo mundo no auditório expressou preocupação com o baixo desempenho da atividade e o elevado nível a que chegou a inflação. "Não deixaram de mostrar a descrença à convergência da inflação para o centro da meta no ano que vem porque os aumentos acima do esperado dos preços administrados e a desvalorização cambial farão os preços ao consumidor subirem por inércia em 2016", disse. "Mas não houve, na nossa reunião, as cobranças que colegas disseram a vocês que ocorreram nos encontros anteriores", complementou a fonte.

Para os mesmos analistas, de acordo com outro economista que acompanhou a segunda reunião, a inflação até poderá experimentar em 2016 um teto menor que a deste ano na esteira de uma atividade fraca e reajustes menores dos preços administrados em 2016 em relação às majorações feitas em 2015. "Mas não significa que estamos comprando a tese da equipe econômica de que o IPCA encerrará o próximo no em 4,5%", ressaltou o economista.

Neste aspecto, contou outro analista, o tom da segunda reunião não foi muito diferente do observado nos encontros anteriores, no Rio e na capital paulista.

Segundo ele, as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) estão entre queda de 1% e 2% para 2015, com inflação rodando entre 7,5% e 8%. O interlocutor relatou que alguns participantes estimam que a convergência do IPCA para o centro da meta de 4,5% só deverá acontecer em três anos. "Com a inflação de 2015, ficou inviável atingir a meta no ano que vem", disse.

Além do pessimismo em relação à atividade e à inflação, os participantes demonstraram ceticismo quanto à possibilidade de o governo cumprir o superávit primário de 1,2% do PIB neste ano. Sobre o PIB propriamente dito, os analistas disseram a Awazu que esperam número negativo para este ano, mesmo sem colocar na conta um eventual racionamento de energia elétrica e água.

A percepção dos economistas presentes ao encontro em relação à economia internacional é a de que ela não ajudará o Brasil neste e no próximo ano. O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) deverá elevar a sua taxa básica de juros em algum momento até 2016 e a China, em processo de desaceleração de sua economia , contribuirão para elevar o câmbio, mas não o suficiente para tirar a economia da recessão.

As reuniões que aconteceram no Rio e em São Paulo fazem parte de uma programação trimestral do Banco Central, que usa as informações dos encontros para ajudar na redação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). O próximo relatório deverá ser divulgado até o final de março.

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São Paulo - Os participantes da segunda das três reuniões - ocorrida na semana passada - que o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira, fez com analistas do mercado financeiro em São Paulo deixaram de lado as cobranças à autoridade monetária, presentes na reunião anterior, e se ativeram mais a fatores técnicos. Só para lembrar, no Rio de Janeiro, os analistas desafiaram o diretor a mostrar de forma clara e cabal o que o BC fará para colocar a inflação no centro da meta de 4,5%, em 2016. Já no primeiro encontro com analistas na capital paulista, Awazu ouviu críticas à postura dos diretores, que entram mudos e saem calados destas reuniões.

Segundo confidenciou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, um profissional que participou da reunião, todo mundo no auditório expressou preocupação com o baixo desempenho da atividade e o elevado nível a que chegou a inflação. "Não deixaram de mostrar a descrença à convergência da inflação para o centro da meta no ano que vem porque os aumentos acima do esperado dos preços administrados e a desvalorização cambial farão os preços ao consumidor subirem por inércia em 2016", disse. "Mas não houve, na nossa reunião, as cobranças que colegas disseram a vocês que ocorreram nos encontros anteriores", complementou a fonte.

Para os mesmos analistas, de acordo com outro economista que acompanhou a segunda reunião, a inflação até poderá experimentar em 2016 um teto menor que a deste ano na esteira de uma atividade fraca e reajustes menores dos preços administrados em 2016 em relação às majorações feitas em 2015. "Mas não significa que estamos comprando a tese da equipe econômica de que o IPCA encerrará o próximo no em 4,5%", ressaltou o economista.

Neste aspecto, contou outro analista, o tom da segunda reunião não foi muito diferente do observado nos encontros anteriores, no Rio e na capital paulista.

Segundo ele, as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) estão entre queda de 1% e 2% para 2015, com inflação rodando entre 7,5% e 8%. O interlocutor relatou que alguns participantes estimam que a convergência do IPCA para o centro da meta de 4,5% só deverá acontecer em três anos. "Com a inflação de 2015, ficou inviável atingir a meta no ano que vem", disse.

Além do pessimismo em relação à atividade e à inflação, os participantes demonstraram ceticismo quanto à possibilidade de o governo cumprir o superávit primário de 1,2% do PIB neste ano. Sobre o PIB propriamente dito, os analistas disseram a Awazu que esperam número negativo para este ano, mesmo sem colocar na conta um eventual racionamento de energia elétrica e água.

A percepção dos economistas presentes ao encontro em relação à economia internacional é a de que ela não ajudará o Brasil neste e no próximo ano. O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) deverá elevar a sua taxa básica de juros em algum momento até 2016 e a China, em processo de desaceleração de sua economia , contribuirão para elevar o câmbio, mas não o suficiente para tirar a economia da recessão.

As reuniões que aconteceram no Rio e em São Paulo fazem parte de uma programação trimestral do Banco Central, que usa as informações dos encontros para ajudar na redação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). O próximo relatório deverá ser divulgado até o final de março.

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