Economia

ANÁLISE-Copom reduz juro para 18%: antes tarde do que mais tarde

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada no início da tarde, pegou desprevenidos nove entre dez profissionais do mercado financeiro. Pela primeira vez desde março, o Copom reduziu os juros, de 18,5% para 18% ao ano. "Pouca gente esperava uma redução e ninguém esperava que a redução fosse tão significativa", disse um profissional […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada no início da tarde, pegou desprevenidos nove entre dez profissionais do mercado financeiro. Pela primeira vez desde março, o Copom reduziu os juros, de 18,5% para 18% ao ano. "Pouca gente esperava uma redução e ninguém esperava que a redução fosse tão significativa", disse um profissional de um grande banco de varejo. "Pegou muita gente no contrapé."

Apesar de surpreendente, a decisão não causou tanta turbulência quanto seria de se esperar. O dólar, que iniciou o dia negociado a 2,90 reais, chegou a subir para 2,92 reais no mercado futuro. A Bolsa de Valores de São Paulo registrava, às 15:30, uma alta de 1,53%. E os juros no mercado futuro caíram significativamente, mas com um volume de negócios relativamente reduzido.

Mesmo tendo feito muitos operadores correr para acertar suas posições, a decisão do Copom foi considerada positiva pelo mercado. Há um consenso entre os profissionais das mesas de operação que os juros muito elevados são um fator adicional de turbulência. "O problema da dívida pública não é seu tamanho, é seu preço", diz um analista de um banco internacional. "Quanto mais o Banco Central insistir em juros altos, mais ele vai complicar a vida do futuro governo, pois a dívida será menos pagável." Reduzindo os juros, as autoridades monetárias tornam mais barata a rolagem dos títulos públicos. Resta saber, porém, se a decisão não veio tarde demais. "O BC não deveria ter esperado o dólar chegar a 2,90 para mudar a mão", diz um administrador de fundos.

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