Alckmin defende a abertura comercial e diz que o Brasil ainda é fechado
O candidato à Presidência pelo PSDB também criticou a guerra comercial que está sendo travada entre os Estados Unidos e a China
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de agosto de 2018 às 13h21.
Brasília - O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin , que participa de evento promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), defendeu nesta segunda-feira, 6, que o Brasil promova uma maior abertura comercial ao exterior como forma de ampliar a geração de empregos internamente. Ele também criticou a guerra comercial que está sendo travada entre os Estados Unidos e a China.
"Não é bom para ninguém porque uma guerra comercial dessa dimensão leva a um protecionismo dos mercados", disse. Para o tucano, o enfrentamento entre as duas potências mundiais também diminui a força do crescimento mundial que, para ele, "vai muito bem".
"Precisamos beneficiar a população com mais concorrência e não com essa diminuição da atividade econômica", disse. O tucano enfatizou ainda a necessidade de o Brasil ter uma ação mais forte no comércio exterior, "fazendo acordos que nos permitam crescer fortemente".
"Os países que aumentaram renda tiveram no comércio exterior uma questão importante. O Brasil ainda é fechado. Precisamos de uma agenda de competitividade, reduzindo o Custo Brasil e fazendo acordos comerciais com outros países", disse.
Alckmin destacou ainda que o Brasil tem domínio sobre os três principais setores que impulsionaram países de renda média a alcançarem renda alta. Ele listou a indústria, os serviços e as commodities como as áreas em que a nação deve investir para alcançar maior inserção global.
Crédito
O candidato do PSDB defendeu ainda o aumento da competição no sistema bancário para baratear o crédito. "Tem de ter mais competição", afirmou. "Tem de desregular e abrir, trazer mais banco." Ele disse ter sido questionado se pretende privatizar o Banco do Brasil e a Caixa. "Não! Quero mais bancos, não menos." Ele citou cooperativas de crédito e fintechs como exemplos de novos players.
Alckmin citou reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrando que os produtos brasileiros custam 30% mais do que no resto do mundo. A primeira causa apontada pelo levantamento, disse ele, é o custo do capital de giro. O spread bancário no Brasil é quatro vezes superior à média mundial, disse. O crédito no Brasil corresponde a 50% do PIB, enquanto no Chile chega a 120%.
Além de estimular a competição, Alckmin acredita que a redução do risco, com queda nas taxas de inadimplência, ajudarão a baratear o crédito. Nesse sentido, ele defendeu a Lei Geral das Garantias, a Lei do Distrato e um sistema de cadastro que dê mais segurança ao mercado.
O candidato participou de uma sabatina nesta segunda-feira promovida pelo grupo Coalizão pela Construção, formado por 26 entidades da indústria da construção. O encontro denominado O Futuro do Brasil na Visão dos Presidenciáveis 2018 é organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção, ocorre em Brasília e tem como objetivo "conhecer as ideias e as propostas dos presidenciáveis para o Brasil e para a recuperação do setor".