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Acordo econômico de Brasil-EUA terá 1ª reunião de ministros

Durante o encontro, os Estados Unidos devem falar sobre suas negociações no âmbito das Parcerias Transpacífico e Transatlântica

EUA: uma "preocupação global" que será tratada no encontro entre os ministros é o excesso da capacidade produtiva do setor de aço (thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de março de 2016 às 19h57.

Brasília - O Acordo sobre Comércio e Cooperação Econômica (Atec, na sigla em inglês), selado entre Brasil e Estados Unidos em 2011, terá nesta quarta-feira, 30, sua primeira reunião em nível ministerial, em Washington.

O titular do Ministério de Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira, e o do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, devem fazer uma revisão global da agenda comercial com o embaixador da United States Trade Representative (USTR), Michael Froman, para o qual irão também relatar dificuldades e identificar novas oportunidades de negócios.

Durante o encontro, os Estados Unidos devem falar sobre suas negociações no âmbito das Parcerias Transpacífico e Transatlântica, além de discutir a implementação de acordos com México e Chile.

Por outro lado, o Brasil abordará, principalmente, sua atuação junto ao Mercosul e à União Europeia, sem deixar de mencionar acordos com a África do Sul e a intenção de iniciar tratativas com outros países, como a Índia.

Os assuntos foram adiantados nesta terça-feira, 29, pelo embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey, subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.

Os ministros também devem discutir a implementação dos resultados da Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) de Nairóbi, ocorrida em dezembro do ano passado.

Para Cozendey, o fato de o Brasil ter aderido ao acordo da OMC para incrementar o comércio mundial "é uma notícia positiva que estimulará o aprofundamento das cooperações específicas gestadas com os Estados Unidos".

Outra "preocupação global" que será tratada no encontro entre os ministros é o excesso da capacidade produtiva do setor de aço.

"Este é um assunto que interessa aos dois países, produtores importantes de aço. É relevante do ponto de vista bilateral, já que os EUA iniciaram uma série de investigações sobre medidas antidumping e antissubsídios neste setor. O mercado será avaliado e eles vão discutir o que pode ser feito, a médio prazo, para reduzir esse excesso", informou o embaixador.

A Parceria Transpacífico também será pauta da reunião. No ano passado, o acordo assinado entre EUA, Japão e outras dez economias da bacia do Pacífico gerou apreensão no governo brasileiro, que ainda teme isolamento na cadeia global de comércio e menos competitividade de seus produtos, principalmente no segmento de manufaturados e do agronegócio.

"A expectativa é de que em produtos industriais esse acordo não faça tanta diferença, a não ser em setores específicos onde há picos tarifários, como o têxtil. Na medida em que os EUA fazem concessões desses produtos para outros países, a indústria brasileira terá mais dificuldade para competir", disse Cozendey.

Os ministros brasileiros devem questionar os Estados Unidos sobre pontos do acordo que consideram "vagos" e "pouco claros", como os que se referem ao meio ambiente e a medidas sanitárias.

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Brasília - O Acordo sobre Comércio e Cooperação Econômica (Atec, na sigla em inglês), selado entre Brasil e Estados Unidos em 2011, terá nesta quarta-feira, 30, sua primeira reunião em nível ministerial, em Washington.

O titular do Ministério de Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira, e o do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, devem fazer uma revisão global da agenda comercial com o embaixador da United States Trade Representative (USTR), Michael Froman, para o qual irão também relatar dificuldades e identificar novas oportunidades de negócios.

Durante o encontro, os Estados Unidos devem falar sobre suas negociações no âmbito das Parcerias Transpacífico e Transatlântica, além de discutir a implementação de acordos com México e Chile.

Por outro lado, o Brasil abordará, principalmente, sua atuação junto ao Mercosul e à União Europeia, sem deixar de mencionar acordos com a África do Sul e a intenção de iniciar tratativas com outros países, como a Índia.

Os assuntos foram adiantados nesta terça-feira, 29, pelo embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey, subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.

Os ministros também devem discutir a implementação dos resultados da Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) de Nairóbi, ocorrida em dezembro do ano passado.

Para Cozendey, o fato de o Brasil ter aderido ao acordo da OMC para incrementar o comércio mundial "é uma notícia positiva que estimulará o aprofundamento das cooperações específicas gestadas com os Estados Unidos".

Outra "preocupação global" que será tratada no encontro entre os ministros é o excesso da capacidade produtiva do setor de aço.

"Este é um assunto que interessa aos dois países, produtores importantes de aço. É relevante do ponto de vista bilateral, já que os EUA iniciaram uma série de investigações sobre medidas antidumping e antissubsídios neste setor. O mercado será avaliado e eles vão discutir o que pode ser feito, a médio prazo, para reduzir esse excesso", informou o embaixador.

A Parceria Transpacífico também será pauta da reunião. No ano passado, o acordo assinado entre EUA, Japão e outras dez economias da bacia do Pacífico gerou apreensão no governo brasileiro, que ainda teme isolamento na cadeia global de comércio e menos competitividade de seus produtos, principalmente no segmento de manufaturados e do agronegócio.

"A expectativa é de que em produtos industriais esse acordo não faça tanta diferença, a não ser em setores específicos onde há picos tarifários, como o têxtil. Na medida em que os EUA fazem concessões desses produtos para outros países, a indústria brasileira terá mais dificuldade para competir", disse Cozendey.

Os ministros brasileiros devem questionar os Estados Unidos sobre pontos do acordo que consideram "vagos" e "pouco claros", como os que se referem ao meio ambiente e a medidas sanitárias.

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