Economia

Acordo com FMI não será alterado, diz Palocci

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, informou nesta quinta-feira (6/7) que os termos do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) permanecerão inalterados no segunda avaliação do acordo, a ser divulgado na próxima semana, após reunião da diretoria do Fundo. Desta reunião depende a liberação de US$ 4,2 bilhões dos US$ 24 bilhões a que […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, informou nesta quinta-feira (6/7) que os termos do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) permanecerão inalterados no segunda avaliação do acordo, a ser divulgado na próxima semana, após reunião da diretoria do Fundo. Desta reunião depende a liberação de US$ 4,2 bilhões dos US$ 24 bilhões a que o Brasil ainda tem direito de sacar até setembro. Do total de US$ 30 bilhões previstos no acordo, o país já lançou mão de US$ 6 bilhões.

Palocci ressaltou no entanto, que houve solicitação por parte do governo brasileiro, de mudanças na forma de abordagem de alguns temas, como os que tratam da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Na questão tributária debatemos a importância de sair do varejo. Não vamos melhorar a competitividade da economia se ficarmos no varejo tributário", explicou o ministro ao revelar que solicitou à missão do FMI, que esteve no Brasil entre os dias 15 e 25 de fevereiro, que ampliasse a sua estada no país para acompanhar um pouco mais as discussões em torno da reforma tributária. As informações são da Agência Brasil.

Segundo Palocci, nos últimos oito anos valorizou-se muito a arrecadação, mas não a qualidade dos impostos. "Os compromissos com a reforma continuam. A opção do governo não é fazer ajuste no varejo. É adotar as medidas importantes de reformas que o Brasil precisa de forma global", enfatizou.

O ministro Palocci evitou entrar em detalhes das conversas com a missão, uma vez que a reunião da diretoria ainda está por acontecer. Ele adiantou a preocupação do Fundo com a inflação brasileira, que também é acompanhada com cuidado pela equipe econômica. E informou que o governo prosseguirá a sua política econômica de combate à inflação, adotando as medidas que forem necessárias. "A questão inflacionária já mostrou na história do Brasil o quanto ela é danosa para a população mais pobre. O presidente entende muito bem de inflação porque ele negociou a vida inteira questões trabalhistas e a inflação sempre esteve presente nas discussões".

O ministro da Fazenda lembrou que os juros funcionam como remédios para curar a doença inflacionária porque passa o Brasil no momento. "Os remédios são feitos para combater doenças".

Ele negou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja contrariado com a política de juros adotada por sua equipe e que por isso estaria sendo estudado um "plano B". "Falar em mudança da política econômica com os indicadores melhorando progressivamente seria uma insanidade. Não passa pelo governo, nem por parte do presidente Lula, nem por parte da equipe econômica, outra política", disse. E foi enfático ao afirmar que "o plano do governo não é nem o A nem o B, é o plano do presidente Lula, que foi divulgado para o país e escolhido pela população".

Palocci ressaltou a queda do risco país dos 2.400 pontos em setembro para os atuais 1.100 pontos, como demonstração da confiança do mercado na economia brasileira. Citou os C-Bonds, papéis da dívida brasileira, que vêm se valorizando, e lembrou que a boa performance do Brasil acontece num momento em que o cenário internacional não é favorável. O objetivo do governo, disse Palocci, é estabelecer condições de crescimento, o que pressupõe compromissos do governo em fazer o que for necessário para controlar a inflação e colocar em ordem as contas. "Pior que juros é a inflação", disse o ministro, ao ressaltar que a alta da taxa de juros, que na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) passou de 25,5% para 26,5%, é um remédio amargo que faz parte da política de combate à inflação.

O ministro disse que o governo ainda não decidiu se vai sacar os US$ 4,2 bilhões a que tem direito, caso a revisão seja aprovada. "Teremos tempo para decidir. Vamos divulgar se sacaremos com base nas necessidades daquele momento", informou. Depois de liberados os recursos, o Brasil pode lançar mão do direito de retirar o empréstimo até a próxima revisão, em maio.

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