10 setores que mais atraíram dinheiro estrangeiro no Brasil
Brasil registrou 507 projetos em 2011, com aumento de 39% sobre 2010, de acordo com pesquisa da Ernst & Young Terco
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2012 às 06h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h19.
São Paulo – O Investimento Estrangeiro Direto (IED) não parou em 2011 – e o Brasil recebeu a maior parcela dos aportes de IED na América Latina e Caribe, 31%, segundo pesquisa da Ernst & Young Terco. Resta saber quais áreas foram mais beneficiadas. Alguns setores, como tecnologia da informação e comunicação tiveram participação destacada no número de projetos. Outros, como mineração e metais destacaram-se nos valores. O Brasil registrou 507 projetos em 2011, com aumento de 39% sobre 2010, e a taxa de crescimento mais alta entre os países da lista. O País ficou em segundo lugar em termos de valor de IED, atrás da China. O estudo destacou que a crescente classe média, a forte demanda doméstica e as reservas inexploradas de recursos naturais situaram o Brasil como um destino interessante de investimentos. Além disso, as políticas de estímulo por parte do governo e a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 também foram fatores de atração, segundo o estudo. Entre os empecilhos ao investimento de companhias globais no Brasil, o estudo destacou a escassez de mão de obra especializada e a qualidade de sua infraestrutura. Clique nas fotos ao lado para ver os setores que mais receberam investimento direto estrangeiro no Brasil em 2011, considerando o número de projetos realizados.
Esse setor atraiu 105 projetos em 2011, ante 69 em 2010. Com isso, a participação do setor foi de 21% do total. O valor total chegou a 14,78 bilhões de dólares no ano passado. O setor de TIC também destacou-se como o quarto maior em termos de criação de emprego no Brasil em 2011, com 17.724 postos de trabalho. O estudo destaca que o Programa Nacional de Banda Larga aumentará a demanda por produtos e serviços de TI. O Programa abre o mercado de TV a cabo para empresas telefônicas e companhias com propriedade estrangeira superior a 49%.
A indústria da Transformação atraiu 94 projetos em 2011. O aumento em relação a 2010 foi de 100%. O setor representou 19% do total de investimentos estrangeiros diretos no ano passado. O valor chegou a 4,6 bilhões de dólares. “Os investidores interessados na indústria de transformação estão despejando dinheiro no estabelecimento de instalações para atender tanto à demanda doméstica como a de exportação”, informou o estudo. O setor criou 21.822 vagas de emprego em 2011. “Apesar de o custo da mão de obra no Brasil ser maior do que em outras economias emergentes, como China e Índia, ele ainda é competitivo em comparação com as economias de mercado desenvolvidas como, Estados Unidos, Japão e a zona do euro”, informa o estudo.
Os serviços empresariais foram responsáveis por 10% do número total de projetos de IED em 2011 – ante 8% em 2010. Eles atraíram um total de 53 projetos no ano passado. O valor foi de 687 milhões de dólares. Segundo o estudo, o crescimento da participação desse setor evidencia a lenta transição do Brasil de país dependente de commodities para uma nação conduzida pelos serviços. Os projetos de IED no setor foram direcionados principalmente para funções como vendas, marketing e suporte; educação e treinamento; CIT e infraestrutura de internet; e centrais de atendimento ao cliente, segundo o estudo.
Em 2011, esse setor foi responsável por 9% de todos os projetos de IED, sendo o segundo em criação de empregos, com 23.051 postos de trabalho. No total, foram 44 projetos, três a mais do que em 2010. O estudo acredita que o setor foi impulsionado pela emergente crescente classe média e o crescente poder de consumo no Brasil. O valor foi de 6,87 bilhões de dólares. O estudo destaca alguns desafios, como os altos tributos impostos às importações para promover a produção local e os gargalos de logística e infraestrutura.
O setor atraiu 35 projetos de IED em 2011 – o que significa 7% do total. O valor atingiu 600 milhões de dólares. O estudo destacou que, apesar de bancos estrangeiros virem estabelecendo sua presença no Brasil, o Brasil continua dominado por bancos domésticos, como Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil – que são os maiores do país.
Para investidores estrangeiros esse setor oferece fortes perspectivas, tendo em vista que o Brasil possui um dos maiores repositórios minerais do mundo, segundo o estudo. No total, foram 35 projetos – um crescimento de 94% em relação a 2010. O valor foi de 18,96 bilhões de dólares. Esse foi o setor que criou a maioria dos empregos: 45.778. O relatório destacou que apesar de o setor brasileiro de mineração ter sido afetado pela crise financeira de 2008, as companhias estão aumentando seu investimento desde então. Apesar disso, há riscos enfrentados pelo setor no país. O relatório destaca a falta de infraestrutura, escassez de mão de obra especializada e a grande dependência do Brasil das exportações de commodities, entre outros.
A indústria automotiva atraiu 33 projetos de IED no Brasil em 2011 – dois a mais que em 2010. O valor foi de 6 bilhões de dólares. O crescimento do setor ocorreu em decorrência da demanda crescente de consumo e da fácil disponibilidade de crédito, segundo o estudo. “O ingresso de importações baratas da China e da Coreia do Sul ameaça o setor automotivo do Brasil”, afirma o estudo, ponderando que, para mitigar isso, o governo elevou os impostos sobre carros importados.
O setor teve 17 projetos em 2011 – exatamente o mesmo número de 2010. O número representa uma participação de 3% no total do ano. O valor movimentado foi de 725 milhões de dólares. Foram criados 2.689 empregos.
O setor de equipamentos somou 16 projetos em 2011. O número é 45% superior ao do ano anterior e representa 3% do total em 2011. O valor foi de 375 milhões de dólares. Foram criados 7.519 empregos.
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