1 em cada 3 brasileiros acha que a economia vai melhorar até o fim do ano
Pesquisa EXAME/IDEIA aponta que o otimismo com a economia é maior nos grupos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro, mas é pior que em países onde a vacinação está mais acelerada
Gilson Garrett Jr
Publicado em 19 de julho de 2021 às 06h00.
Última atualização em 19 de julho de 2021 às 07h15.
Após um primeiro semestre com a vacinação lenta e muitas atividades econômicas fechadas, uma em cada três pessoas acredita que a situação econômica vai melhorar até o fim do ano, de acordo com a mais recente pesquisa EXAME/IDEIA,
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A retomada das atividades fez com que o Ministério da Economia tenha elevado, nesta semana, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% para 5,3% em 2021.
A pesquisa EXAME/IDEIA ouviu 1.258 pessoas entre os dias 12 a 15 de julho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A sondagem é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.Clique aqui para ler o relatório completo.
Maurício Moura, fundador do IDEIA, explica que o otimismo em relação à economia nos próximos meses é maior nos grupos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro. Na região Centro-Oeste, que historicamente garante bons índices de avaliação do governo, 47% das pessoas acham que a situação vai melhorar.
Apesar do sentimento positivo, Moura pontua que comparando com outros países, em que o ritmo de vacinação está mais acelerado, o sentimento brasileiro é pior. "A sensação sobre a perspectiva econômica é bastante difusa e correlacionada com a avaliação de popularidade presidencial. Todavia, comparado com dados internacionais, podemos afirmar que a opinião pública brasileira é mais pessimista", avalia.
Também é de um terço a população que acha que a renda vai aumentar nos próximos meses, em decorrência do crescimento da circulação das pessoas. Essa sensação sobe acompanhando a faixa de renda. Na parcela da população que ganha entre três e cinco salários mínimos, a expectativa de melhora na renda chega a 41%. Nas classes D e E é de 24%.
Crescimento econômico depende da vacinação
Assim como vimos em outros países, como na própria China, que cresceu 7,9% no segundo trimestre de 2021, a imunização coletiva é fundamental para a volta de atividades econômicas e o crescimento. Para 59% dos brasileiros, o ritmo de imunização aumentou nos últimos 30 dias.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 32 milhões de pessoas já receberam as duas doses da vacina contra a covid-19 - ou de dose única - e estão totalmente protegidas. Este valor é a soma dos 26 estados mais o Distrito Federal e equivale a 15% da população brasileira.
Desde janeiro, o governo federal distribuiu mais de 158 milhões de doses e tem a previsão de receber neste segundo semestre o restante das 600 milhões de doses contratadas dos laboratórios e do consórcio de vacinas da Organização Mundial da Saúde.
Na previsão do coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19 de São Paulo, João Gabbardo, até o fim de setembro a doença estará controlada no estado e em boa parte do país.
“Ao final do mês de setembro, com 86% da população do estado vacinada, teremos o controle da pandemia. A partir daí, poderemos liberar mais atividades e que hoje não há essa possibilidade”, disse ele em entrevista coletiva na quarta-feira, 14.
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