Exame.com
Continua após a publicidade

Seja o CFO de sua família

Será que é uma boa ideia gerir uma família da mesma forma que se gere uma empresa? Se esse for o caminho, talvez "CFO" seja o cargo mais importante...

V
Você e o Dinheiro

Publicado em 21 de maio de 2013 às, 14h05.

Última atualização em 3 de janeiro de 2020 às, 15h25.

Você já assinou minha newsletter? Fique por dentro de meus artigos, vídeos e outras publicações. Cadastre-se clicando aqui.

Em grandes corporações (e também em diversas pequenas empresas), está cada vez mais comum usar o padrão americano de denominação de executivos, que utiliza três letras, sendo a primeira o “C” de Chief, a última o “O” de Officer e a letra do meio designa a área pela qual aquele profissional é responsável. Em Português, seria algo como “Executivo Chefe de (escolha a área)”.

O “chefão” é o CEO, ou Chief Executive Officer (seria o equivalente ao “presidente” de uma empresa). O principal executivo financeiro é o CFO (Chief Financial Officer). A prática começou nos EUA, foi incorporada às subsidiárias de empresas americanas e virou um modismo, tomando inclusive empresas de menor porte. Hoje, até mesmo vários profissionais de “empresas de uma pessoa só”, como consultores e prestadores de serviços, ostentam orgulhosos a sigla “CEO” ou algo do gênero em seus cartões de visita.

Já que a onda é que organizações cada vez menores adotem esse tipo de nomenclatura, que tal se declarar “CFO da família” e assumir, em grande estilo, as finanças domésticas?

Aqui vão algumas dicas para cuidar das finanças da família como se fosse uma grande empresa:

1- Estabeleça planos e metas

Defina, em conjunto com o restante do corpo executivo (o cônjuge), e sem deixar de ouvir os stakeholders (os filhos), quanto deve ser gasto em cada categoria de despesa e qual o valor da renda deve ser poupado mensalmente para investimentos e fundo de reserva.

2- Cuide dos registros

Não confie na memória jamais! Mantenha registros detalhados daquilo que é gasto, pois eles servirão para fazer relatórios de controle e acompanhamento, com os quais você poderá orientar sua família e ver se os objetivos estão sendo atingidos (e também dar uns puxões de orelha se for necessário…).

3- Faça uma reunião mensal

Pelo menos uma vez por mês, convoque a família para discutir as finanças domésticas. Crie um procedimento, uma data fixa, estabeleça uma hora de início e de término e crie uma regra de que, naquele período, não se deve tratar de outras questões familiares e assuntos paralelos. Revise os gastos do mês e faça o planejamento do mês seguinte. Analise os desvios (os itens onde o planejamento “furou”), procure identificar as causas e equilibrar as coisas no mês seguinte.

4- Saiba dizer “não”

Uma das coisas complicadas de ser um executivo financeiro é ter que assumir o papel daquela pessoa que precisa dizer “não” em um ambiente onde todos só querem ouvir “sim”. O executivo de marketing quer gastar, o executivo de produção quer gastar, o executivo de RH quer gastar… Enquanto o executivo financeiro está “com a chave do cofre” na mão e precisa dizer “não” para todo mundo…

Na família não será diferente e muitas vezes você terá que assumir o papel de “chato”. Acostume-se, pois faz parte de seu job description

5- “Governança corporativa” na família…

A regra aqui é “transparência acima de tudo”. Um dos grandes problemas de finanças pessoais aplicadas à família é a chamada “infidelidade financeira”, quando um cônjuge esconde do resto da família a verdadeira situação financeira, muitas vezes ocultando grandes dívidas e problemas.

Aconteça o que acontecer, diga sempre a verdade. Se a situação estiver “apertada”, jogue aberto com a família. Lembre-os de que o problema é de todos, peça ajuda e envolva-os na solução.

Agora é só fazer um bom trabalho e esperar pelo bônus no final do ano!

Quer receber atualizações deste blog e outros conteúdos por email? Assine minha newsletter clicando aqui.