Os desafios da longevidade
Hoje é dia 1º de outubro de 2014. É o “Dia do Idoso”, mas, desde o ano passado, alguns estudiosos de assuntos de saúde e entusiastas de assuntos “futuristas” resolveram transformar esta data em “Dia da Longevidade” (e eu apoio esta ideia). Inclusive, no ano passado fiz um artigo, aqui no “Você e o Dinheiro”, falando sobre isso (veja clicando aqui). Aliás, longevidade é um tópico frequente aqui no blog, […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2014 às 10h44.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h18.
Hoje é dia 1º de outubro de 2014. É o “Dia do Idoso”, mas, desde o ano passado, alguns estudiosos de assuntos de saúde e entusiastas de assuntos “futuristas” resolveram transformar esta data em “Dia da Longevidade” (e eu apoio esta ideia). Inclusive, no ano passado fiz um artigo, aqui no “Você e o Dinheiro”, falando sobre isso (veja clicando aqui ).
Aliás, longevidade é um tópico frequente aqui no blog, pois as implicações financeiras do aumento de nossa expectativa de vida são enormes, e não vejo as pessoas (inclusive economistas e especialistas em finanças) tratando do assunto com a seriedade que ele merece.
Mas vamos lá. Hoje, segundo a Organização Mundial da Saúde, a expectativa de vida média no Brasil é de 76 anos (um pouco menos que isso pelo IBGE). Ainda segundo a OMS, a expectativa de vida média mundial é de 71 anos. O país com a maior expectativa de vida média de seus cidadãos é Mônaco (previsível…) com 88,2 anos. Em grande parte das economias desenvolvidas a expectativa de vida já é superior a 80 anos.
Os números são impressionantes se virmos como o crescimento se acelerou nessas últimas décadas (uma aceleração exponencial). Vejamos como era a expectativa de vida mundial histórica segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento:
-1820 26 anos
-1900 31 anos
-1950 49 anos
-2010 67 anos
E o caminho para cima continua… A tal ponto que o planejador financeiro americano William Bengen (famoso por ter criado a célebre “Regra dos 4%”, muito utilizada para cálculo de aposentadoria nos EUA – clique aqui para conhecer) declarou, em uma entrevista ao portal MarketWatch (da Dow Jones), em 2012, que está orientando seus clientes a fazerem seus planos financeiros considerando que viverão, pelo menos, até os 105 anos (clique aqui para ver a matéria).
Esse avanço da expectativa de vida é devido, principalmente, a avanços incrementais nas tecnologias médica, sanitária e nutricional. Mas, provavelmente, começaremos a ver, em breve, avanços exponenciais (nem um pouco incrementais), decorrentes de tecnologias médicas revolucionárias, que poderão, em um prazo relativamente curto, estar disponíveis comercialmente, como terapias genéticas, medicina regenerativa, drogas específicas para combater os efeitos do envelhecimento, entre outros.
Mas isso tudo serve para escancarar uma das maiores ironias do mundo das finanças: Do ponto de vista estritamente financeiro, viver muito é… um mau negócio!
Viver muito significa que vamos precisar de mais dinheiro. Significa que precisaremos nos planejar muito mais e que teremos que ser muito mais rigorosos com nossas finanças.
Não podemos contar com aposentadoria. A previdência pública está quebrada (não só aqui no Brasil, mas praticamente no mundo todo), e a previdência privada tem lá suas limitações (os generosos planos de benefício definido praticamente não existem mais). Os retornos nos mercados financeiros (com exceção do Brasil, que é a “Terra do Nunca da Renda Fixa”…) estão cada vez menores. Alguns falam em trabalhar por mais tempo, algo que eu acho uma ótima ideia, mas sabemos o quanto o mercado de trabalho é cruel com as pessoas mais velhas. Se hoje uma pessoa de quarenta anos já sente a empregabilidade despencar, imagine uma de sessenta ou setenta.
Enfim, todos esses temas, de previdência, investimentos e mercado de trabalho, que impõem novos e grandes desafios à nossa vida cada vez mais longa, serão explorados aqui no blog em artigos futuros.
Por ora, só me resta desejar a todos um feliz dia do idoso… Ou melhor, feliz Dia da Longevidade!
Hoje é dia 1º de outubro de 2014. É o “Dia do Idoso”, mas, desde o ano passado, alguns estudiosos de assuntos de saúde e entusiastas de assuntos “futuristas” resolveram transformar esta data em “Dia da Longevidade” (e eu apoio esta ideia). Inclusive, no ano passado fiz um artigo, aqui no “Você e o Dinheiro”, falando sobre isso (veja clicando aqui ).
Aliás, longevidade é um tópico frequente aqui no blog, pois as implicações financeiras do aumento de nossa expectativa de vida são enormes, e não vejo as pessoas (inclusive economistas e especialistas em finanças) tratando do assunto com a seriedade que ele merece.
Mas vamos lá. Hoje, segundo a Organização Mundial da Saúde, a expectativa de vida média no Brasil é de 76 anos (um pouco menos que isso pelo IBGE). Ainda segundo a OMS, a expectativa de vida média mundial é de 71 anos. O país com a maior expectativa de vida média de seus cidadãos é Mônaco (previsível…) com 88,2 anos. Em grande parte das economias desenvolvidas a expectativa de vida já é superior a 80 anos.
Os números são impressionantes se virmos como o crescimento se acelerou nessas últimas décadas (uma aceleração exponencial). Vejamos como era a expectativa de vida mundial histórica segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento:
-1820 26 anos
-1900 31 anos
-1950 49 anos
-2010 67 anos
E o caminho para cima continua… A tal ponto que o planejador financeiro americano William Bengen (famoso por ter criado a célebre “Regra dos 4%”, muito utilizada para cálculo de aposentadoria nos EUA – clique aqui para conhecer) declarou, em uma entrevista ao portal MarketWatch (da Dow Jones), em 2012, que está orientando seus clientes a fazerem seus planos financeiros considerando que viverão, pelo menos, até os 105 anos (clique aqui para ver a matéria).
Esse avanço da expectativa de vida é devido, principalmente, a avanços incrementais nas tecnologias médica, sanitária e nutricional. Mas, provavelmente, começaremos a ver, em breve, avanços exponenciais (nem um pouco incrementais), decorrentes de tecnologias médicas revolucionárias, que poderão, em um prazo relativamente curto, estar disponíveis comercialmente, como terapias genéticas, medicina regenerativa, drogas específicas para combater os efeitos do envelhecimento, entre outros.
Mas isso tudo serve para escancarar uma das maiores ironias do mundo das finanças: Do ponto de vista estritamente financeiro, viver muito é… um mau negócio!
Viver muito significa que vamos precisar de mais dinheiro. Significa que precisaremos nos planejar muito mais e que teremos que ser muito mais rigorosos com nossas finanças.
Não podemos contar com aposentadoria. A previdência pública está quebrada (não só aqui no Brasil, mas praticamente no mundo todo), e a previdência privada tem lá suas limitações (os generosos planos de benefício definido praticamente não existem mais). Os retornos nos mercados financeiros (com exceção do Brasil, que é a “Terra do Nunca da Renda Fixa”…) estão cada vez menores. Alguns falam em trabalhar por mais tempo, algo que eu acho uma ótima ideia, mas sabemos o quanto o mercado de trabalho é cruel com as pessoas mais velhas. Se hoje uma pessoa de quarenta anos já sente a empregabilidade despencar, imagine uma de sessenta ou setenta.
Enfim, todos esses temas, de previdência, investimentos e mercado de trabalho, que impõem novos e grandes desafios à nossa vida cada vez mais longa, serão explorados aqui no blog em artigos futuros.
Por ora, só me resta desejar a todos um feliz dia do idoso… Ou melhor, feliz Dia da Longevidade!