Onde cortar em caso de desemprego (Parte 2)
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Publicado em 29 de abril de 2015 às, 14h32.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h04.
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Se você ainda não viu a primeira parte deste artigo, leia clicando aqui.
No artigo anterior, comentei algumas sugestões dadas em um artigo americano (que, de forma geral, se aplicariam à nossa realidade sem maiores problemas).
Agora gostaria de dar a minha contribuição.
A forma mais comum de classificar as despesas é entre despesas fixas e variáveis. As despesas fixas são aquelas nas quais pagamos o mesmo valor, independentemente do consumo. Por exemplo, a mensalidade escolar – nós pagamos o mesmo valor, não interessa se vamos ou não à aula. Se faltarmos uma semana, não podemos argumentar com a escola que queremos pagar menos por não ter frequentado as aulas.
Já as despesas variáveis são aquelas que estão associadas ao consumo. Consome mais, paga mais; consome menos, paga menos. Simples assim.
Quando enfrentamos uma crise financeira, geralmente olhamos primeiro as despesas variáveis. Nossa aversão natural à perda faz com que seja muito mais confortável diminuir o consumo de algo do que simplesmente cortar de vez. Preferimos tentar gastar um pouco menos no supermercado a cortar algum serviço em definitivo, ainda que não seja tão importante.
Para quem perdeu o emprego, uma forma mais interessante de classificar as despesas é definindo o que é essencial, o que é supérfluo e o que é desperdício.
O que é essencial é aquilo que não dá para mexer de jeito nenhum. Esse tipo de despesa nós sabemos que não dá para cortar, independentemente do valor. Então, alguma outra despesa precisa ser sacrificada, para que a essencial possa ser mantida. As despesas supérfluas são aquelas que, por não serem essenciais, podem ser diminuídas ou mesmo cortadas, ao menos temporariamente, até a crise passar. Já aquelas despesas que se enquadram como “desperdício” podem ser cortadas sem dó, pois é dinheiro jogado fora. Não estamos tendo nenhum benefício com a despesa, então um corte não irá causar qualquer impacto negativo em nossa qualidade de vida.
O que NÃO cortar
Já falamos das despesas essenciais. Existem algumas despesas que não são, tecnicamente falando, essenciais, mas, numa situação de desemprego, passam a ser essenciais, pois podem nos ajudar a conseguir um novo trabalho mais rapidamente.
Um exemplo básico: internet. Uma pessoa que procura emprego nos tempos atuais não pode se dar ao luxo de ficar sem ela. O acesso rápido e permanente à internet permite o contato com pessoas importantes, a descoberta de vagas e oportunidades e, principalmente, ajuda a pessoa a se manter “por dentro” daquilo que acontece em sua área profissional.
É preciso, ainda, deixar alguma “folga” no orçamento para atividades de networking. Sou partidário da ideia de que networking é algo que se faz ANTES de precisar dele, e não quando se perde o emprego. Mas muitas pessoas se mantém reativas e confortáveis enquanto estão empregadas, e só se preocupam com isso quando já estão “sem chão”. Não é o cenário ideal, mas pessoas desempregadas, que não têm um networking, precisam correr para criar um, e aquelas que têm, precisam reativá-lo rapidamente. É mais do que sabido que as melhores vagas são preenchidas por indicação, então o networking é a ferramenta número um de quem busca emprego – é preciso investir!
Algumas outras despesas que não devem ser cortadas: Roupas e apresentação pessoal (para participar de entrevistas), estudos e atualizações sobre a área profissional e gastos com saúde. É preciso estar apresentável, saudável e minimamente “por dentro” dos assuntos profissionais para ter sucesso numa entrevista.
Para quem está desempregado, todas essas despesas podem ajudar numa entrevista de emprego e devem ser consideradas um “investimento em empregabilidade”.
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