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Mulheres, vamos rachar a conta?

Apesar de este blog ser capitaneado por um legítimo representante do “clube dos cuecas”, os leitores habituais já perceberam que ele tem um certo viés pró-feminino. Basta ver em alguns artigos anteriores como “O investidor autoconfiante (o lado bom e o ruim)”, “A mulherada no comando (pelo menos lá no Japão)” e “Dinheiro, casamento, empregadas e gestão de riscos”. Aqui, via de regra, os homens acabam apanhando e as mulheres […] Leia mais

V
Você e o Dinheiro

Publicado em 20 de agosto de 2013 às, 11h57.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h53.

Apesar de este blog ser capitaneado por um legítimo representante do “clube dos cuecas”, os leitores habituais já perceberam que ele tem um certo viés pró-feminino. Basta ver em alguns artigos anteriores como “O investidor autoconfiante (o lado bom e o ruim)”, “A mulherada no comando (pelo menos lá no Japão)” e “Dinheiro, casamento, empregadas e gestão de riscos”. Aqui, via de regra, os homens acabam apanhando e as mulheres saem por cima.

Mas agora chegou, enfim, a hora de “tirar uma onda” com as meninas, principalmente aquelas que reclamam da quantidade e da qualidade dos homens disponíveis do mercado, e também da dificuldade em engatar um relacionamento amoroso sério e duradouro.

Uma dica: Da próxima vez que forem a um encontro romântico, dividam a conta do restaurante.

Isso mesmo. Há poucos dias, mais especificamente na semana passada, aconteceu nos EUA o 108º encontro anual da sociedade americana de sociologia (American Sociological Association), em New York.

Um dos estudos apresentados se chama “Who Pays for Dates? Following versus Challenging Conventional Gender Norms” (Tradução livre: “Quem paga pelos encontros? Aderência versus desafio às normas convencionais de gênero”), apresentado por David Frederick e Janet Lever, da Chapman University.

O estudo mostra algo que todos nós (as mulheres em particular) já sabíamos, mas faltava validar cientificamente: Que homens estão dispostos a bancar o custo dos encontros, jantares e afins no começo do relacionamento, mas, com o tempo, eles acabam esperando um certo “equilíbrio financeiro”.

A pesquisa foi feita com 17 mil participantes; vamos ver algumas conclusões:

– 44% dos homens disseram que deixariam de sair com uma mulher que nunca paga as contas dos encontros;

– 64% dos homens acreditam que a mulher deve contribuir financeiramente com as despesas dos encontros amorosos;

– 57% das mulheres disseram que já se ofereceram para pagar a conta, mas 39% o fizeram na expectativa de que o homem não iria aceitar.

Talvez um pouco de flexibilidade sincera por parte das mulheres (no geral, pois sei que tem muitas mulheres que são abusadas financeiramente por seus companheiros, namorados, “ficantes” e afins) possa fazer milagres pelo sucesso dos relacionamentos.

As questões financeiras envolvendo parentes, amigos e mesmo interesses românticos são objeto de interesse constante do mundinho encantado das finanças pessoais, e uma prova disso é a grande quantidade de artigos e reportagens falando sobre como fazer empréstimos entre parentes e amigos, como dividir as contas de refeições, viagens e afins quando se está em grupo e por aí vai.

Mas, se por um lado é fácil palpitar nas questões familiares e de amizade, a coisa fica particularmente espinhosa nos relacionamentos românticos, até pelo peso maior do componente “expectativa”. Afinal, no começo de um relacionamento, os homens fazem o possível para parecerem perfeitos, pois nós fomos educados a agir assim… pelas mulheres (nossas mães)!

Mas, no médio prazo (às vezes, no curto), a gente tende a se tornar apenas aquilo que a gente é de verdade. Não aguentamos o peso da armadura do príncipe por muito tempo…