Finanças Pessoais ou Economia Pessoal?
Economia vem do Grego Antigo “oikonomia”, que é a administração do lar. Quando vemos economistas modernos mostrando modelos matemáticos complicadíssimos (e de efetividade duvidosa) para explicar os fenômenos sociais, é difícil imaginar que eles representam uma área do conhecimento que é, em última análise, “a arte e a ciência de botar ordem na casa”… Já “Finanças” é um tópico que muitas pessoas de fora da área confundem com economia. Para […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2013 às 16h50.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h50.
Economia vem do Grego Antigo “oikonomia”, que é a administração do lar. Quando vemos economistas modernos mostrando modelos matemáticos complicadíssimos (e de efetividade duvidosa) para explicar os fenômenos sociais, é difícil imaginar que eles representam uma área do conhecimento que é, em última análise, “a arte e a ciência de botar ordem na casa”…
Já “Finanças” é um tópico que muitas pessoas de fora da área confundem com economia. Para um leigo, finanças e economia “é tudo a mesma coisa”. “Finanças” é, no máximo, um “apêndice” da Economia que acabou ganhando vida própria, assim como a própria Economia derivou da Sociologia. “Finanças” não é assim, digamos, “tão importante” para a Economia como um todo. Basta ver que o dinheiro sequer é considerado pela Economia como um fator de produção…
Esse prefixo “eco” da Economia, que é o mesmo que está presente em outras palavras como “ecologia” e “ecossistema”, não tem o sentido de lar como algo concreto (uma casa), e sim do ambiente local em que vivemos, que inclui a casa e nosso círculo social mais próximo (especialmente a família). Modernamente, falamos que a Economia é o campo do conhecimento que busca descobrir como utilizar os recursos de forma mais eficiente e otimizada, considerando que esses recursos são limitados e nossas necessidades e desejos não têm fim.
Para facilitar a vida, talvez a gente possa, enfim, dizer que a Economia é o campo do conhecimento que nos ajuda a “organizar a vida”.
Eu frequentemente me pego pensando se não é hora de aposentar, de uma vez por todas, a expressão “finanças pessoais” e passar a utilizar “economia pessoal” no lugar. Quanto mais eu me aprofundo no tema das finanças pessoais e da educação financeira, mais eu descubro que as angústias financeiras das pessoas raramente são o problema verdadeiro. Eles são, na maioria dos casos, apenas a “ponta do iceberg”, a parte visível (e menor) de uma situação mais confusa e mais complexa. A desorganização financeira é, em grande parte dos casos, reflexo de uma desorganização pessoal.
Para alcançar a riqueza ou, pelo menos, para ter algum grau de segurança financeira, as pessoas precisam usar seus recursos de forma eficiente (aí entra a Economia), sendo que o dinheiro é apenas um dos recursos (convenhamos que é um recurso muito importante, mas não o único). Outros recursos pessoais são nosso tempo, nosso conhecimento e nosso círculo social (que são nossos “aliados”).
Talvez por isso estejamos vendo, cada vez mais presentes nas conversas sobre educação financeira, tópicos como produtividade pessoal, gestão do tempo, saúde, qualidade de vida, networking e aprendizado de novas habilidades. A ligação desses temas com o dinheiro e com a situação geral de vida da pessoa (da qual o saldo financeiro é um dos indicadores mais relevantes) é forte demais para ser ignorada. A pessoa organizada financeiramente acaba se tornando uma pessoa produtiva, assim como aquela que busca melhorar sua produtividade e eficiência pessoal acaba se tornando financeiramente organizada “por osmose”. O mesmo vale para os demais recursos, como nosso conhecimento e nossa rede de contatos – uma coisa acaba reforçando a outra.
Então, fica a minha pergunta: É hora de dar um passo além e abandonar as “finanças pessoais” (com foco no dinheiro e no crédito) e partir para uma “economia pessoal”, voltada para uma organização mais ampla e uso mais eficiente de nossos recursos?
Economia vem do Grego Antigo “oikonomia”, que é a administração do lar. Quando vemos economistas modernos mostrando modelos matemáticos complicadíssimos (e de efetividade duvidosa) para explicar os fenômenos sociais, é difícil imaginar que eles representam uma área do conhecimento que é, em última análise, “a arte e a ciência de botar ordem na casa”…
Já “Finanças” é um tópico que muitas pessoas de fora da área confundem com economia. Para um leigo, finanças e economia “é tudo a mesma coisa”. “Finanças” é, no máximo, um “apêndice” da Economia que acabou ganhando vida própria, assim como a própria Economia derivou da Sociologia. “Finanças” não é assim, digamos, “tão importante” para a Economia como um todo. Basta ver que o dinheiro sequer é considerado pela Economia como um fator de produção…
Esse prefixo “eco” da Economia, que é o mesmo que está presente em outras palavras como “ecologia” e “ecossistema”, não tem o sentido de lar como algo concreto (uma casa), e sim do ambiente local em que vivemos, que inclui a casa e nosso círculo social mais próximo (especialmente a família). Modernamente, falamos que a Economia é o campo do conhecimento que busca descobrir como utilizar os recursos de forma mais eficiente e otimizada, considerando que esses recursos são limitados e nossas necessidades e desejos não têm fim.
Para facilitar a vida, talvez a gente possa, enfim, dizer que a Economia é o campo do conhecimento que nos ajuda a “organizar a vida”.
Eu frequentemente me pego pensando se não é hora de aposentar, de uma vez por todas, a expressão “finanças pessoais” e passar a utilizar “economia pessoal” no lugar. Quanto mais eu me aprofundo no tema das finanças pessoais e da educação financeira, mais eu descubro que as angústias financeiras das pessoas raramente são o problema verdadeiro. Eles são, na maioria dos casos, apenas a “ponta do iceberg”, a parte visível (e menor) de uma situação mais confusa e mais complexa. A desorganização financeira é, em grande parte dos casos, reflexo de uma desorganização pessoal.
Para alcançar a riqueza ou, pelo menos, para ter algum grau de segurança financeira, as pessoas precisam usar seus recursos de forma eficiente (aí entra a Economia), sendo que o dinheiro é apenas um dos recursos (convenhamos que é um recurso muito importante, mas não o único). Outros recursos pessoais são nosso tempo, nosso conhecimento e nosso círculo social (que são nossos “aliados”).
Talvez por isso estejamos vendo, cada vez mais presentes nas conversas sobre educação financeira, tópicos como produtividade pessoal, gestão do tempo, saúde, qualidade de vida, networking e aprendizado de novas habilidades. A ligação desses temas com o dinheiro e com a situação geral de vida da pessoa (da qual o saldo financeiro é um dos indicadores mais relevantes) é forte demais para ser ignorada. A pessoa organizada financeiramente acaba se tornando uma pessoa produtiva, assim como aquela que busca melhorar sua produtividade e eficiência pessoal acaba se tornando financeiramente organizada “por osmose”. O mesmo vale para os demais recursos, como nosso conhecimento e nossa rede de contatos – uma coisa acaba reforçando a outra.
Então, fica a minha pergunta: É hora de dar um passo além e abandonar as “finanças pessoais” (com foco no dinheiro e no crédito) e partir para uma “economia pessoal”, voltada para uma organização mais ampla e uso mais eficiente de nossos recursos?