Erros financeiros que os mais velhos cometem
Agora é com vocês, meus amigos mais “experientes” (pensaram que iam escapar, né?). Depois de um suave “puxão de orelha” nos jovens (clique aqui para ver) e de uma rápida mensagem para falar do aniversário do blog, estamos de volta com os “erros financeiros”. Agora vamos ver alguns erros financeiros que o pessoal mais velho comete. “Velho” raramente é um termo feliz para definir uma pessoa. Mesmo porque eu falo […] Leia mais
Publicado em 16 de outubro de 2013 às, 14h34.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h47.
Agora é com vocês, meus amigos mais “experientes” (pensaram que iam escapar, né?). Depois de um suave “puxão de orelha” nos jovens (clique aqui para ver) e de uma rápida mensagem para falar do aniversário do blog, estamos de volta com os “erros financeiros”.
Agora vamos ver alguns erros financeiros que o pessoal mais velho comete. “Velho” raramente é um termo feliz para definir uma pessoa. Mesmo porque eu falo muito sobre longevidade e expectativa de vida aqui no blog, e os leitores habituais já devem saber muito bem que a definição de uma “pessoa velha” varia no tempo. Há alguns séculos, um homem de 40 anos seria considerado velho. Hoje é bem diferente e, tudo indica, num futuro próximo será mais diferente ainda.
Vamos considerar como “mais velhas”, para o que se propõe este artigo, aquelas pessoas que pretendem se aposentar em um prazo de até dez anos, ou então que já são aposentadas.
1- Subestimar a própria expectativa de vida
O primeiro erro dos mais velhos é, não por coincidência, o mesmo que está no artigo dos mais jovens. A maioria das pessoas imagina que vai viver um determinado tempo, mas desconsidera o avanço exponencial das tecnologias médicas e sanitárias.
Em uma reportagem do ano passado no portal Marketwatch, o célebre planejador financeiro americano William Bengen (criador da famosa “regra dos 4%” – clique aqui para conhecer) disse que estava orientando seus clientes a fazer seus planos financeiros considerando que viveriam pelo menos até os 105 anos (clique aqui para ver a reportagem do Marketwatch).
Envelhecer pode ser muito ruim ou muito bom, dependendo da perspectiva. Agora ficar velho e “falido” não parece uma coisa interessante, em perspectiva alguma…
Uma dica: Se nada ruim acontecer, como um acidente ou doença grave, são grandes as chances de que você viverá mais do que está imaginando (talvez muito mais…). Então é melhor se preparar.
2- Não cortar o cordão umbilical
São muito conhecidas e populares as histórias de famílias que se “penduram” no aposentado, especialmente nas regiões mais pobres do Brasil, onde o aposentado é um dos poucos a ter o privilégio de uma “renda estável”.
Porém, vejo uma coisa que me chama a atenção, especialmente entre as pessoas de nível socioeconômico mais elevado. Pessoas que, por motivos que não vêm ao caso, estão constantemente socorrendo financeiramente ou dando suporte permanente a filhos crescidos, que já deveriam ser integralmente responsáveis por seu sustento e de suas famílias.
Conheço pessoas que estão tendo seu patrimônio arruinado por filhos que não conseguem conquistar um grau de autonomia financeira e acabam, sistemática e recorrentemente, dependendo dos pais. O pior de tudo é que, como há um forte componente emocional ligado à situação (“afinal, são filhos”), essas pessoas abusam de velhas táticas de distorção da realidade, como a negação e a racionalização.
“Mas é apenas uma fase ruim que meu filho está passando”, dizem. Fases ruins acontecem e às vezes as pessoas precisam de ajuda, mas se seu filho de 40 anos ainda não tomou um rumo na vida, lamento informar, mas isso NÃO É uma fase… Procure ajudar seu filho (ou filha, ou “filhos” no plural mesmo…) de alguma outra forma o quanto antes para que ele consiga “parar em pé”. Do contrário, como diz aquele ditado popular, você terá que “pedir esmola para dois” no futuro…
3- Subestimar gastos com saúde
Sabe qual a maior causa de falência pessoal nos EUA? Problemas de saúde…
Ainda bem que aqui no Brasil não existe falência pessoal (pelo menos não do jeito que é lá fora) e nosso sistema de saúde funciona “maravilhosamente bem”, não é mesmo?
Usuários de planos de saúde reclamam (com razão) dos serviços, mas têm uma grande fé no sistema. Eu tenho motivos para acreditar que o sistema de saúde privada baseado em seguro-saúde e planos de saúde sofrerá grandes mudanças em breve no Brasil, e essas mudanças serão para pior, em todos os sentidos, para os usuários.
Um dia, talvez, eu escreva um artigo só sobre isso para explicar minha visão (que não é só minha, obviamente), mas é bom as pessoas irem se preparando para mudanças estruturais negativas nas regras que regulam boa parte da saúde privada no Brasil.
Quando à saúde pública… Bem, sem comentários.
4- Fazer empréstimos e financiamentos
O aposentado (em particular aquele que está no sistema público) é uma presa preferencial do sistema financeiro, pois como tem uma renda estável, é visto como um tomador de “baixo risco”. Mas o problema está exatamente nessa “renda estável”.
“Renda estável” significa que a renda não deverá cair ou mesmo cessar no futuro, mas também não deve subir. Se um aposentado faz empréstimos ou financiamentos, ele terá que comprometer seu orçamento e seu padrão de vida para dar cabo das obrigações financeiras, pois, teoricamente, não há nenhuma perspectiva de aumento real de renda no futuro (a não ser, obviamente, que o aposentado esteja exercendo algum tipo de atividade remunerada onde possa ter aumento de renda).
Pior ainda que fazer empréstimos ou financiamentos é “emprestar o nome” para que outras pessoas (geralmente parentes) o façam, algo infelizmente muito comum.
Para terminar…
Tem um tipo de erro que não vou colocar nesta lista, pois quero, em algum momento, escrever um artigo só sobre isso, que é quando o aposentado (ou então aquele profissional em vias de aposentadoria – já sem perspectivas e meio de “saco cheio” da vida profissional) resolve embarcar com seu patrimônio em investimentos altamente arriscados, aventuras empreendedorísticas furadas e golpes em geral. Tenho muitas histórias para contar que já presenciei.
Novamente, convido vocês a comentarem e darem sugestões e ideias para novas listas. Fiquem à vontade para usar o espaço de comentários aí embaixo ou dar um “alô” na página do blog “Você e o Dinheiro” no Facebook clicando aqui.