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Erros financeiros que os jovens cometem

O jovem é uma figura que merece atenção especial no mundo das finanças pessoais. Vamos definir “jovens” como as pessoas que estão entre a adolescência e o início da vida profissional, algo como a faixa que vai dos 15 aos 25 anos. As pessoas nessa faixa etária são, por muitos motivos, extremamente vulneráveis financeiramente. Os jovens são bombardeados diariamente por publicidade e tentativas diversas de persuasão.  O consumismo aflora com […] Leia mais

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Você e o Dinheiro

Publicado em 9 de outubro de 2013 às, 14h24.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h48.

O jovem é uma figura que merece atenção especial no mundo das finanças pessoais. Vamos definir “jovens” como as pessoas que estão entre a adolescência e o início da vida profissional, algo como a faixa que vai dos 15 aos 25 anos.

As pessoas nessa faixa etária são, por muitos motivos, extremamente vulneráveis financeiramente. Os jovens são bombardeados diariamente por publicidade e tentativas diversas de persuasão.  O consumismo aflora com maior agressividade nessa faixa de idade. Os jovens também têm uma certa fragilidade no que diz respeito à renda, pois, exceto em circunstâncias excepcionais (como a que o Brasil vem vivendo nos últimos anos, em que o desemprego deixou de ser um problema tão grande), jovens têm dificuldade em entrar na força de trabalho e, em períodos difíceis, são os primeiros a serem dispensados.

Para piorar a situação, os jovens formam um público que, historicamente e na maior parte do mundo, não dá muita “bola” para educação financeira e gestão das finanças pessoais. Têm uma tendência a subestimar riscos e tomar decisões usando as glândulas hormonais ao invés do cérebro.

Então, vamos ver alguns erros financeiros comuns dos jovens. A lista não é completa, mas dá algumas ideias de onde o jovem deve prestar mais atenção e ter mais cuidados para não comprometer seu futuro financeiro.

1-      Subestimar a própria expectativa de vida

Um assunto que abordo ad nauseam neste blog é o aumento exponencial da expectativa de vida e a potencial insustentabilidade econômica do sistema de previdência, tanto público quanto privado. Considerando isso, a resposta para a clássica pergunta “quando o jovem deve começar a poupar para a aposentadoria?” é, pura e simplesmente, “no primeiro dia em que descobre o que é o dinheiro e como ele funciona”.

2-      O vilão de quatro rodas

É espantoso o número de jovens que se comprometem financeiramente com um carro, a ponto de sacrificar seu futuro financeiro e profissional. Vejo gente que paga prestações de financiamento automotivo (para ter um bem que só perde valor) e sacrifica mensalidades da faculdade (algo que, supostamente, trará retorno financeiro no futuro).

Não que o jovem não deva ou não mereça ter um carro, mas quando o sujeito abandona os estudos (e eu já vi isso acontecer, mais de uma vez…) para sustentar o carro, algo está muito errado.

3-      Imóvel

Alguns jovens se apressam em comprar um imóvel. Se “penduram” em um financiamento imobiliário de longo prazo, para ter um imóvel que, muito provavelmente, não vai atender suas necessidades no futuro.

Não vamos discutir o prazer de ter a casa própria, mas, para o jovem, fatores como mobilidade física (cada vez mais importante no mercado de trabalho atual) e custo de oportunidade são questões que precisam ser consideradas com cuidado extremo.

4-      Relacionamentos “furados”

Quando casamos, a vida muda, abrimos mão de algumas coisas e assumimos responsabilidades que não tínhamos. Quando vêm os filhos é pior ainda, pois teoricamente abrimos mão de nossas vidas em prol dos filhos (bem, pelo menos deveria ser assim…).

Mesmo assim, muitas moças acabam se casando com o primeiro “traste” que aparece pela frente. Muitos rapazes se casam e fazem filhos com a primeira “periguete” que cruza na frente deles e daí a vida vira de cabeça para baixo, e os jovens acabam embarcando num projeto de família que tem tudo para dar errado e com alto risco de condenar todos os envolvidos (incluindo os filhos inocentes) a um futuro, na melhor das hipóteses, medíocre.

5-      Negligenciar a capacidade de gerar dinheiro

Tão ou mais importante que saber administrar o dinheiro é saber GANHAR dinheiro. Com exceção daqueles indivíduos que já nascem ricos, ganham na loteria ou dão o golpe do baú (ou da barriga), o caminho para ganhar dinheiro é trabalhar – seja desenvolvendo uma carreira profissional ou indo para o lado do empreendedorismo.

Para isso, o jovem precisa priorizar três coisas: estudos, experiências de vida e bons relacionamentos/contatos. Infelizmente, muitos fazem exatamente o contrário.

6-      Buscar atalhos

Vamos imaginar uma situação que acontece com frequência e, talvez, muitos de nós até já presenciamos. Aquele jovem bonzinho e pacato começa a levar uma vida muito além das suas possibilidades, frequenta lugares bacanas, aparece em casa cheio da grana e vive fazendo viagens de curta duração para lugares interessantíssimos. Frequentemente, ele abandona os estudos e começa a se dedicar integralmente a essa atividade misteriosa. Muitas famílias (em especial aquelas com menos recursos) nem questionam e fazem vistas grossas, principalmente se ele estiver ajudando nas despesas da casa e contribuindo para um upgrade da família toda.

Numa situação como essas, até meu cachorro manco e cego de um olho sabe que ele virou “mula” do tráfico de drogas. É algo que pode dar certo… Nosso jovem pode ganhar uma grana extra, acumular umas histórias para contar e, quem sabe, ter um futuro brilhante em um negócio mais legítimo.

Na maioria das vezes, dá errado, podendo ter vários desfechos ruins. Um desses desfechos (talvez o menos violento deles) é o jovem se meter em problemas com a Lei e acabar estigmatizado socialmente, sendo rejeitado pelo mercado de trabalho e, como já foi dito antes, condenando-se a um futuro medíocre.

Pintei um cenário extremo, envolvendo um crime, mas outros comportamentos socialmente condenáveis, ainda que não criminosos, podem gerar graves consequências no futuro. Ainda mais em um mundo como o atual, onde qualquer deslize que a gente dá, imediatamente aparece alguém com um smartphone ou outro gadget para fazer o “registro histórico”…

O que você acha desses erros? Concorda? Já viu alguém cair nessas armadilhas?

De que outros erros você consegue lembrar? Quer contribuir para aumentar a lista? Então escreva aí embaixo na área de comentários ou na página do “Você e o Dinheiro” no Facebook (clicando aqui).

Até a próxima!