Educação financeira não tem nacionalidade
Os leitores habituais deste blog já devem ter reparado que, com frequência, escrevo sobre coisas que acontecem fora do Brasil. Isso se deve a vários motivos, mas dois se destacam: o primeiro é que acontecem coisas interessantes lá fora, que o leitor brasileiro médio não fica sabendo e que podem fornecer informações e insights importantes para a gestão financeira pessoal. O segundo motivo é que eu fico realmente incomodado quando […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2013 às 10h29.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h07.
Os leitores habituais deste blog já devem ter reparado que, com frequência, escrevo sobre coisas que acontecem fora do Brasil. Isso se deve a vários motivos, mas dois se destacam: o primeiro é que acontecem coisas interessantes lá fora, que o leitor brasileiro médio não fica sabendo e que podem fornecer informações e insights importantes para a gestão financeira pessoal. O segundo motivo é que eu fico realmente incomodado quando ouço coisas como “o brasileiro não tem educação financeira”, “o brasileiro não sabe investir dinheiro”, “o brasileiro isso”, “o brasileiro aquilo”…
A educação financeira deficiente e a pouca habilidade no trato no dinheiro não é, nunca foi e jamais será um problema “do brasileiro”. É um problema que diz respeito ao ser humano, independentemente de nacionalidade, gênero ou etnia.
Para (mais uma vez) tentar demonstrar isso, vou colocar a seguir alguns trechos de uma reportagem que li recentemente. Esses trechos foram traduzidos e editados por mim, de forma a ocultar a que país a reportagem diz respeito. Deixarei para divulgar isso no final.
“Um fato inconveniente é que o crescimento econômico está sendo impulsionado principalmente pelo boom das commodities alimentado pela China e seu apetite por matérias-primas e combustíveis”.
“Um outro fator que impulsiona o crescimento é o consumo doméstico. E esse consumo é grandemente facilitado pelo fácil acesso da população a cartões de crédito. Desde a metade da década passada, os bancos têm sido muito eficientes em convencer as pessoas a adquirirem aquilo de que elas não precisam, com o dinheiro que elas não têm, para impressionar pessoas que elas não conhecem”.
“Oferecer crédito barato e de fácil acesso é uma estratégia de crescimento econômico insustentável.”
Declaração do autor da matéria: “Espremido em um enorme congestionamento de trânsito há alguns meses, eu pude ver diversos adesivos nos para-choques traseiros de automóveis sofisticados onde se lia ‘Não bata em meu carro, eu ainda estou pagando por ele’.”
Mas, afinal, de que país é esse que estamos falando? Talvez com exceção desses pitorescos adesivos de para-choques (que eu ainda não vi nada parecido por aqui, mas sei que a maioria dos carros novos que circula nas ruas não está paga), tudo que foi dito se aplica perfeitamente ao Brasil.
Bem, o país ao qual a matéria se referia é a Indonésia, gigante asiático e, assim como o Brasil, uma economia emergente que vem chamando a atenção do mundo. A matéria se chama “ A False Hope? Indonesia’s Economic Miracle ” (Uma falsa esperança? O milagre econômico da Indonésia) e foi publicada em fevereiro de 2013 pela revista The Diplomat (clique aqui para ler a versão original).
Nós brasileiros não somos “especiais”. Não somos melhores nem piores que ninguém. Somos seres humanos que “trocam os pés pelas mãos” quando se trata de dinheiro e que estão sujeitos às pressões consumistas e sociais como qualquer um, em qualquer país.
Os leitores habituais deste blog já devem ter reparado que, com frequência, escrevo sobre coisas que acontecem fora do Brasil. Isso se deve a vários motivos, mas dois se destacam: o primeiro é que acontecem coisas interessantes lá fora, que o leitor brasileiro médio não fica sabendo e que podem fornecer informações e insights importantes para a gestão financeira pessoal. O segundo motivo é que eu fico realmente incomodado quando ouço coisas como “o brasileiro não tem educação financeira”, “o brasileiro não sabe investir dinheiro”, “o brasileiro isso”, “o brasileiro aquilo”…
A educação financeira deficiente e a pouca habilidade no trato no dinheiro não é, nunca foi e jamais será um problema “do brasileiro”. É um problema que diz respeito ao ser humano, independentemente de nacionalidade, gênero ou etnia.
Para (mais uma vez) tentar demonstrar isso, vou colocar a seguir alguns trechos de uma reportagem que li recentemente. Esses trechos foram traduzidos e editados por mim, de forma a ocultar a que país a reportagem diz respeito. Deixarei para divulgar isso no final.
“Um fato inconveniente é que o crescimento econômico está sendo impulsionado principalmente pelo boom das commodities alimentado pela China e seu apetite por matérias-primas e combustíveis”.
“Um outro fator que impulsiona o crescimento é o consumo doméstico. E esse consumo é grandemente facilitado pelo fácil acesso da população a cartões de crédito. Desde a metade da década passada, os bancos têm sido muito eficientes em convencer as pessoas a adquirirem aquilo de que elas não precisam, com o dinheiro que elas não têm, para impressionar pessoas que elas não conhecem”.
“Oferecer crédito barato e de fácil acesso é uma estratégia de crescimento econômico insustentável.”
Declaração do autor da matéria: “Espremido em um enorme congestionamento de trânsito há alguns meses, eu pude ver diversos adesivos nos para-choques traseiros de automóveis sofisticados onde se lia ‘Não bata em meu carro, eu ainda estou pagando por ele’.”
Mas, afinal, de que país é esse que estamos falando? Talvez com exceção desses pitorescos adesivos de para-choques (que eu ainda não vi nada parecido por aqui, mas sei que a maioria dos carros novos que circula nas ruas não está paga), tudo que foi dito se aplica perfeitamente ao Brasil.
Bem, o país ao qual a matéria se referia é a Indonésia, gigante asiático e, assim como o Brasil, uma economia emergente que vem chamando a atenção do mundo. A matéria se chama “ A False Hope? Indonesia’s Economic Miracle ” (Uma falsa esperança? O milagre econômico da Indonésia) e foi publicada em fevereiro de 2013 pela revista The Diplomat (clique aqui para ler a versão original).
Nós brasileiros não somos “especiais”. Não somos melhores nem piores que ninguém. Somos seres humanos que “trocam os pés pelas mãos” quando se trata de dinheiro e que estão sujeitos às pressões consumistas e sociais como qualquer um, em qualquer país.