Cuidado com a “inflação do estilo de vida”
Se tem uma coisa que nós brasileiros conhecemos bem é a inflação. Os mais jovens, a chamada “Geração Y”, não têm uma memória muito viva dos tempos de inflação selvagem, pois eram ainda crianças quando veio o Plano Real que domou o “dragão da inflação”, que era como a mídia se referia na época ao fenômeno econômico que fazia nosso dinheiro virar fumaça diante dos olhos. Colocar a nossa inflação […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2012 às 13h44.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h22.
Se tem uma coisa que nós brasileiros conhecemos bem é a inflação. Os mais jovens, a chamada “Geração Y”, não têm uma memória muito viva dos tempos de inflação selvagem, pois eram ainda crianças quando veio o Plano Real que domou o “dragão da inflação”, que era como a mídia se referia na época ao fenômeno econômico que fazia nosso dinheiro virar fumaça diante dos olhos.
Colocar a nossa inflação em níveis minimamente civilizados foi um grande feito do Brasil. Tudo bem que a inflação andou nos dando alguns “sustos” ultimamente, mas estamos muito distantes (eu espero…) da anarquia econômica dos anos 80 e início dos 90.
Seja como for, há muito pouco que possamos fazer, como indivíduos, para vencer a inflação. Existem investimentos que protegem melhor nosso patrimônio da inflação, mas, via de regra, não temos controle sobre ela. Porém, há um outro tipo de inflação que diz respeito exclusivamente a nós mesmos: é a “inflação do estilo de vida”.
Esse termo, muito usado fora do Brasil mas não muito comum aqui (talvez a palavrinha “inflação” nos traga memórias traumáticas) representa o hábito que muitos de nós temos de aumentar nosso nível de vida em proporção igual ou maior ao nosso aumento de renda. À medida que ganhamos mais, nossos gostos se sofisticam, nossos desejos ficam mais caros e complexos e o resultado disso é que muita gente, a despeito de conseguir ganhar cada vez mais, simplesmente não consegue acumular um patrimônio ou, pior ainda, fica com o patrimônio negativo (leia-se: completamente endividado).
Aliás, isso é algo que temos presenciado no Brasil nos últimos anos. Salários sobem, renda sobe (ao menos é isso que dizem as estatísticas oficiais…), o endividamento das famílias sobe e a poupança interna, bem… é melhor deixar pra lá…
É difícil combater a inflação do estilo de vida. É difícil a pessoa, depois de um início de vida profissional tão sofrido, não sucumbir às tentações do consumo e de viver uma vida mais refinada. O problema é que esse tipo de comportamento autoindulgente compromete a formação do patrimônio pessoal e acaba tendo um grande impacto negativo na estabilidade financeira e na qualidade de vida daquela pessoa.
O que fazer para combater a inflação do estilo de vida? A seguir, veremos algumas ideias:
1- “Pague-se primeiro”
Uma dica que já virou um clássico das finanças pessoais. Estabeleça uma regra para separar um montante fixo mensal (de preferência um percentual da renda) para constituição de uma reserva para emergências ou aposentadoria.
Usualmente, os especialistas em finanças recomendam algo em torno de 10% da renda por mês. Se puder ser mais que isso, melhor;
2- Tomar consciência
Observar os efeitos da inflação do estilo de vida ajuda muito a “colocar um pouco de medo em nós mesmos”. Toda hora ouvimos alguma história de alguma celebridade, artista ou atleta profissional que veio de uma origem humilde, ganhou muito dinheiro rapidamente e adotou um estilo de vida extravagante e irresponsável, que acabou deixando essa pessoa em situação pior do que quando começou.
Às vezes, o exemplo negativo pode estar mais próximo, em nossa família ou círculo social. Devemos sempre lembrar histórias assim como exemplos daquilo que NÃO deve ser feito com o dinheiro.
3- Saiba do que realmente gosta
O aumento da renda e do nosso poder financeiro muitas vezes acaba mexendo com nossa cabeça e acabamos adotando hábitos e costumes que nunca ambicionamos, mas vemos aquilo como algo “consistente” com o novo nível de vida e acabamos nos obrigando a fazer aquelas coisas. O sujeito nunca gostou de caviar (aliás, achava algo bem nojento…), mas, de repente, começa a consumir porque é “chique”.
Não há nada de errado em fazer ou ter aquilo de que gosta, mas pelo menos tenha certeza de que REALMENTE gosta daquilo antes de colocar seu dinheirinho suado naquela tranqueira hi-tech caríssima que você nunca quis realmente e está comprando apenas para impressionar alguém (ou a si mesmo).
4- Pressão social
Um dos maiores (se não o maior) causadores da inflação do estilo de vida é a pressão social – as pessoas com quem a gente anda. Quando elevamos nosso padrão de vida, também temos a tendência de elevar o nível de nosso círculo social. Até aí tudo bem, temos que “andar para frente” e a renovação constante de nosso círculo social faz parte de nosso processo de evolução pessoal. Mas, nesse processo, acabamos nos deparando com gente que tem hábitos de consumo totalmente “destrambelhados” e, se não tomamos cuidado, acabamos nos deixando influenciar e “entramos na onda”. Quando nos damos conta, estamos torrando todo nosso dinheiro em restaurantes e programas caríssimos só para “ficar bem” com o grupo.
Por essas e outras, é importante que procuremos nos socializar com pessoas que têm valores pessoais e práticas financeiras similares às nossas. Agindo dessa forma, nos livramos da pressão social negativa e também reforçamos em nós mesmos, através de uma pressão social positiva, hábitos financeiros mais saudáveis e responsáveis.
Se tem uma coisa que nós brasileiros conhecemos bem é a inflação. Os mais jovens, a chamada “Geração Y”, não têm uma memória muito viva dos tempos de inflação selvagem, pois eram ainda crianças quando veio o Plano Real que domou o “dragão da inflação”, que era como a mídia se referia na época ao fenômeno econômico que fazia nosso dinheiro virar fumaça diante dos olhos.
Colocar a nossa inflação em níveis minimamente civilizados foi um grande feito do Brasil. Tudo bem que a inflação andou nos dando alguns “sustos” ultimamente, mas estamos muito distantes (eu espero…) da anarquia econômica dos anos 80 e início dos 90.
Seja como for, há muito pouco que possamos fazer, como indivíduos, para vencer a inflação. Existem investimentos que protegem melhor nosso patrimônio da inflação, mas, via de regra, não temos controle sobre ela. Porém, há um outro tipo de inflação que diz respeito exclusivamente a nós mesmos: é a “inflação do estilo de vida”.
Esse termo, muito usado fora do Brasil mas não muito comum aqui (talvez a palavrinha “inflação” nos traga memórias traumáticas) representa o hábito que muitos de nós temos de aumentar nosso nível de vida em proporção igual ou maior ao nosso aumento de renda. À medida que ganhamos mais, nossos gostos se sofisticam, nossos desejos ficam mais caros e complexos e o resultado disso é que muita gente, a despeito de conseguir ganhar cada vez mais, simplesmente não consegue acumular um patrimônio ou, pior ainda, fica com o patrimônio negativo (leia-se: completamente endividado).
Aliás, isso é algo que temos presenciado no Brasil nos últimos anos. Salários sobem, renda sobe (ao menos é isso que dizem as estatísticas oficiais…), o endividamento das famílias sobe e a poupança interna, bem… é melhor deixar pra lá…
É difícil combater a inflação do estilo de vida. É difícil a pessoa, depois de um início de vida profissional tão sofrido, não sucumbir às tentações do consumo e de viver uma vida mais refinada. O problema é que esse tipo de comportamento autoindulgente compromete a formação do patrimônio pessoal e acaba tendo um grande impacto negativo na estabilidade financeira e na qualidade de vida daquela pessoa.
O que fazer para combater a inflação do estilo de vida? A seguir, veremos algumas ideias:
1- “Pague-se primeiro”
Uma dica que já virou um clássico das finanças pessoais. Estabeleça uma regra para separar um montante fixo mensal (de preferência um percentual da renda) para constituição de uma reserva para emergências ou aposentadoria.
Usualmente, os especialistas em finanças recomendam algo em torno de 10% da renda por mês. Se puder ser mais que isso, melhor;
2- Tomar consciência
Observar os efeitos da inflação do estilo de vida ajuda muito a “colocar um pouco de medo em nós mesmos”. Toda hora ouvimos alguma história de alguma celebridade, artista ou atleta profissional que veio de uma origem humilde, ganhou muito dinheiro rapidamente e adotou um estilo de vida extravagante e irresponsável, que acabou deixando essa pessoa em situação pior do que quando começou.
Às vezes, o exemplo negativo pode estar mais próximo, em nossa família ou círculo social. Devemos sempre lembrar histórias assim como exemplos daquilo que NÃO deve ser feito com o dinheiro.
3- Saiba do que realmente gosta
O aumento da renda e do nosso poder financeiro muitas vezes acaba mexendo com nossa cabeça e acabamos adotando hábitos e costumes que nunca ambicionamos, mas vemos aquilo como algo “consistente” com o novo nível de vida e acabamos nos obrigando a fazer aquelas coisas. O sujeito nunca gostou de caviar (aliás, achava algo bem nojento…), mas, de repente, começa a consumir porque é “chique”.
Não há nada de errado em fazer ou ter aquilo de que gosta, mas pelo menos tenha certeza de que REALMENTE gosta daquilo antes de colocar seu dinheirinho suado naquela tranqueira hi-tech caríssima que você nunca quis realmente e está comprando apenas para impressionar alguém (ou a si mesmo).
4- Pressão social
Um dos maiores (se não o maior) causadores da inflação do estilo de vida é a pressão social – as pessoas com quem a gente anda. Quando elevamos nosso padrão de vida, também temos a tendência de elevar o nível de nosso círculo social. Até aí tudo bem, temos que “andar para frente” e a renovação constante de nosso círculo social faz parte de nosso processo de evolução pessoal. Mas, nesse processo, acabamos nos deparando com gente que tem hábitos de consumo totalmente “destrambelhados” e, se não tomamos cuidado, acabamos nos deixando influenciar e “entramos na onda”. Quando nos damos conta, estamos torrando todo nosso dinheiro em restaurantes e programas caríssimos só para “ficar bem” com o grupo.
Por essas e outras, é importante que procuremos nos socializar com pessoas que têm valores pessoais e práticas financeiras similares às nossas. Agindo dessa forma, nos livramos da pressão social negativa e também reforçamos em nós mesmos, através de uma pressão social positiva, hábitos financeiros mais saudáveis e responsáveis.