O impacto do autoconhecimento na liderança: uma jornada para o sucesso

Estamos chegando ao fim do mês em que se celebra o Setembro Amarelo, campanha anual de conscientização sobre a saúde mental. Agora, e em todos os outros momentos do ano, devemos refletir sobre a importância do autoconhecimento na vida pessoal e profissional, especialmente para aqueles que ocupam posições de gestão, afinal, o autoconhecimento é um elemento essencial na formação de grandes líderes.

Quando pessoas em cargos de gestão possuem um entendimento profundo de suas próprias emoções, valores e motivações, estão mais aptas a tomar decisões equilibradas, a comunicar-se de forma clara e a inspirar suas equipes a alcançar resultados excepcionais. Esse é um fato mais do que comprovado por uma pesquisa recente da Robert Half, realizada em parceria com a The School Of Life: 86% dos líderes acreditam que tomariam melhores decisões se tivessem mais autoconhecimento. Esse dado revela a necessidade crescente de desenvolver essa competência nas organizações.

Bases para uma liderança consciente e autêntica

Líderes que se conhecem estão cientes de suas próprias forças e fraquezas, reconhecendo suas emoções e entendendo como elas influenciam ações e decisões. Gestores que cultivam essa prática tendem a criar ambientes de trabalho que promovem a autenticidade, a colaboração e o bem-estar. São pessoas que entendem que sua maneira de liderar impacta diretamente a cultura organizacional e, consequentemente, os resultados do negócio. 

Uma liderança consciente é aquela que, alinhada com seus valores, toma decisões que não apenas beneficiam a empresa, mas que também são coerentes com as expectativas e necessidades de seus colaboradores. Isso cria um ciclo de confiança e respeito que fortalece as relações dentro da equipe, promovendo um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

A conexão entre autoconhecimento e habilidades de gestão

O autoconhecimento está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de habilidades fundamentais para a liderança, como a tomada de decisão e a comunicação. Líderes que dominam suas tendências emocionais e cognitivas podem evitar armadilhas comuns, como o viés inconsciente, e adotar uma abordagem mais estratégica em suas decisões. De acordo com o mesmo estudo, 88% dos liderados também acreditam que tomariam melhores decisões na carreira caso se conhecessem melhor, o que reflete a importância dessa competência não somente para líderes, mas para todos os profissionais. 

Além disso, o autoconhecimento melhora significativamente a comunicação. Gestores cientes de suas emoções são capazes de expressá-las de maneira clara e empática, o que tende a ser mais persuasivo e inspirador, melhorando o engajamento da equipe com a promoção de uma cultura de transparência na qual colaboradores se sintam à vontade para se expressar.  

Fortalecendo a cultura através do autoconhecimento

Uma organização que valoriza o autoconhecimento cria um ambiente onde a autenticidade e o crescimento contínuo são incentivados. Quando líderes exemplificam essas qualidades, inspiram seus colaboradores a seguir o mesmo caminho em um efeito cascata. Em paralelo, culturas organizacionais assim incentivam a atração e a retenção de talentos, especialmente das gerações mais jovens, que valorizam o sentimento de propósito. 

Ainda, uma liderança consciente é crucial para a saúde mental das equipes. Em tempos no quais o estresse, a ansiedade, o burnout e outras questões relacionadas ao bem-estar são cada vez mais comuns, líderes preparados podem identificar e agir sobre os primeiros sinais de estresse em suas equipes, promovendo uma cultura de apoio e resiliência. 

Para aqueles que desejam desenvolver suas habilidades de liderança através do autoconhecimento, aqui estão algumas dicas práticas: 

• Reflexão diária: dedique um tempo todos os dias para refletir sobre suas ações e emoções. Pergunte-se o que motivou certas decisões e o que poderá ser feito de melhor em uma outra oportunidade; 

• Feedback constante: busque feedback regularmente, tanto de colegas quanto de subordinados. Isso oferece uma perspectiva externa sobre suas ações e ajuda a identificar áreas de melhoria; 

• Autocompaixão: Pratique a autocompaixão. Entenda que todos cometem erros e que o importante é aprender com eles, ao invés de se punir; 

• Mentoria: Encontre mentores que possam guiá-lo em sua jornada de autoconhecimento e desenvolvimento de liderança; 

Ao investir no autoconhecimento, líderes se tornam mais eficazes e contribuem para o fortalecimento de uma cultura organizacional saudável. Isso, por sua vez, resulta em uma equipe mais engajada, produtiva e alinhada com os valores da empresa. No final das contas, serão lideranças autênticas e conscientes que conduzirão as organizações rumo ao sucesso no futuro do mercado.  

Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks.

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar