Home office: o treino para não ser mais um na multidão
O trabalho remoto neste período pode ser uma oportunidade de nos tornarmos profissionais melhores
Publicado em 3 de abril de 2020 às, 10h08.
Última atualização em 3 de abril de 2020 às, 13h12.
Na semana passada fiz um artigo sobre reflexões da minha primeira semana de home office. Nele, entre outras coisas, eu comentei que o trabalho remoto que nos foi imposto pelo novo coronavírus é uma oportunidade de nos tornarmos profissionais melhores. A pedido de alguns leitores dos meus textos, gostaria de me aprofundar neste tópico, começando por sugestões de cinco boas práticas que podem ajudar os colaboradores a conquistarem a confiança do gestor e, quem sabe, autonomia quando a pandemia der uma trégua.
- Seja parceiro da sua empresa e do seu gestor
Por cultura, falta de estrutura, modelo de negócio ou outro motivo qualquer, muitas empresas que estavam resistentes a aderir ao home office tiveram que migrar para esse novo modelo de trabalho forçadamente, pensando no seu bem-estar e da sua família. Se esse é o caso da sua companhia, procure entender de que forma você pode colaborar para que essa transição seja leve e produtiva para todos.
- Tenha senso de dono
Uma vez, na conversa com um gestor, ele me explicou que, quando fazia recrutamento interno, só trazia para a sua equipe profissionais que mantinham o foco, a produtividade e a qualidade dos resultados mesmo quando o líder direto se ausentava da companhia por longos períodos. Na visão dele, só interessava ter no grupo pessoas com senso de dono, engajadas na prosperidade dos negócios e sem a necessidade de micro gerenciamento de terceiros. Dessa forma, aproveite o home office para provar ao seu líder que você é capaz de produzir dentro ou fora da companhia.
- Cumpra seu horário de expediente
É esperado que os gestores entendam que existe um cenário atípico no home office que estamos vivendo. Muitos de nós não estamos sozinhos em casa, alguns têm precisado conscientizar os filhos sobre o novo momento e ainda há a necessidade de organização mínima do espaço e da nossa alimentação diariamente. Porém, essa é a hora de mostrar ao líder nossa capacidade de organização, comprometimento e responsabilidade. Estabeleça um horário de expediente e as metas diárias, mantenha constante atenção aos e-mails e mensagens instantâneas durante o período, encontre uma forma de deixar o seu gestor atualizado sobre o desenvolvimento das principais atividades que estão sob sua responsabilidade e avise o time caso precise se ausentar por um longo período.
- Treine a autonomia
Sabe aquelas atividades que te deixam um pouco inseguro e você só consegue desempenhar pedindo ajuda para o gestor ou algum par de trabalho? Que tal puxar a responsabilidade para si, tentar fazer sozinho e submeter o resultado à avaliação de quem te ajudava? Pode ser que nas primeiras vezes a ação precise de retrabalho, mas com o tempo tudo se ajeita e a sensação de autonomia vai ajudar bastante no dia a dia. Acredite.
- Reveja a qualidade das suas entregas
Você é aquele tipo de profissional que só faz o que pendem ou mantém atenção para entregar um serviço de qualidade que agregue valor ao negócio? O mercado valoriza profissionais que tenham foco em resultados, superam o próprio desempenho e demonstram disponibilidade para aprender e auxiliar no desenvolvimento da organização. Aproveite as comodidades do home office para desenvolver ou aprimorar essas e outras qualificações.
Eu sei que nem todo profissional atua em empresas ou tem gestores que valorizam as boas práticas que citei. Mas você não deve se ater a isso. Seja sua melhor versão e preze por manter bons contatos pessoais e profissionais, independentemente da pessoa que esteja te gerindo ou da organização na qual se encontre. Sempre terá alguém de olho em você ou pronto para te indicar a uma nova oportunidade!
Aqui neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.
*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half