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Eu sou bom!

Cuidado ao julgar-se bom demais para ficar na empresa. Será que sua jornada realmente terminou ou você não está sabendo olhar para novas oportunidades?

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Publicado em 8 de março de 2019 às 09h37.

O título desse artigo foi a resposta que um líder, amigo meu, recebeu quando tentou reter um jovem talento em sua equipe. Recém-formado, o garoto em questão tinha entrado na empresa há menos de dois anos com nenhuma experiência no mercado de trabalho. No período, aprendeu a redigir mensagens de e-mail mais formais, a se posicionar diante do cliente e a interagir com colegas no ambiente corporativo, além complementar o aprendizado da faculdade com atividades práticas e adquirir novos conhecimentos. Estava evoluindo, aprendendo coisas novas e ganhando responsabilidade de maneira gradativa.

O líder, que acreditava no potencial do rapaz, estava disposto a ajudá-lo a desenvolver habilidades técnicas e comportamentais que o tornariam ainda mais atrativo aos olhos do mercado. Mas, o profissional dispensou a análise de longo prazo e, por se julgar “bom na carreira” partiu para outro desafio.

É claro que cada um tem o direito de decidir o rumo que dá à própria carreira. Não tenho a intenção de defender que os profissionais criem raízes dentro da empresa. Até mesmo porque acredito que rotatividade zero é tão ruim quanto a com altos índices, mas isso é assunto para um outro post. O que eu sugiro é cautela na tomada de decisões.

Pensando nisso, te convido a fazer quatro reflexões:

  1. Não seja imediatista! Planejar os passos da carreira não é garantia de que tudo vai dar certo, mas garanto que as chances de sucesso aumentam de maneira considerável. Então, faça um plano considerando o médio e o longo prazo. Essa rota não precisa ser estática. Você pode e deve revisitá-la de tempos em tempos para avaliar se ainda faz sentido. Mas, é importante que você tenha um norte.
  2. Todo trabalho tem uma parte chata! Ouso dizer que todos os profissionais têm em sua rotina algum processo ou atividade que lhes causam desagrado. Mas, o jogo é esse mesmo. Não dá para deixar uma oportunidade de trabalho simplesmente porque ela está entediante. Antes de desistir, busque formas de se reinventar, mapeie oportunidades de aprendizagem e de crescimento, veja de que forma pode contribuir mais ou se tem algum par ou área que precisa de ajuda.
  3. Cuidado quando você achar que é muito bom! Programei o meu computador para que todo dia 1o de cada mês me lembre da seguinte mensagem “cuidado quando você acha que está indo tudo bem”. Fiz isso porque acredito que sempre existe algo para melhorarmos ou fazermos, seja na vida pessoal, na carreira ou na empresa. Em geral, os profissionais que não se acomodam são os que tem a carreira mais diferenciada.
  4. Cumpra ciclos! Em geral, o ciclo de vida de um colaborador dentro da empresa é dividido em três fases: os três meses de experiência; o primeiro ano, que é o período aceitável para que aprenda o trabalho proposto e se ambiente à empresa; e o segundo ano, que é quando começa a apresentar resultados sólidos para a companhia. Ou seja, aproveite as oportunidades que receber para plantar, semear e colher resultados. Aliás, salvo quando o assunto é participação em projetos, as curtas experiências no currículo tendem a manchar a reputação do profissional diante dos empregadores.

Meu gestor, Clive Davis, costuma dizer que a cadeira de um profissional tem o tamanho que ele dá para ela. E, você? Está confortável na cadeira que ocupa ou sempre disposto a deixá-la maior e mais relevante para a companhia e para o mercado?

* Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half

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O título desse artigo foi a resposta que um líder, amigo meu, recebeu quando tentou reter um jovem talento em sua equipe. Recém-formado, o garoto em questão tinha entrado na empresa há menos de dois anos com nenhuma experiência no mercado de trabalho. No período, aprendeu a redigir mensagens de e-mail mais formais, a se posicionar diante do cliente e a interagir com colegas no ambiente corporativo, além complementar o aprendizado da faculdade com atividades práticas e adquirir novos conhecimentos. Estava evoluindo, aprendendo coisas novas e ganhando responsabilidade de maneira gradativa.

O líder, que acreditava no potencial do rapaz, estava disposto a ajudá-lo a desenvolver habilidades técnicas e comportamentais que o tornariam ainda mais atrativo aos olhos do mercado. Mas, o profissional dispensou a análise de longo prazo e, por se julgar “bom na carreira” partiu para outro desafio.

É claro que cada um tem o direito de decidir o rumo que dá à própria carreira. Não tenho a intenção de defender que os profissionais criem raízes dentro da empresa. Até mesmo porque acredito que rotatividade zero é tão ruim quanto a com altos índices, mas isso é assunto para um outro post. O que eu sugiro é cautela na tomada de decisões.

Pensando nisso, te convido a fazer quatro reflexões:

  1. Não seja imediatista! Planejar os passos da carreira não é garantia de que tudo vai dar certo, mas garanto que as chances de sucesso aumentam de maneira considerável. Então, faça um plano considerando o médio e o longo prazo. Essa rota não precisa ser estática. Você pode e deve revisitá-la de tempos em tempos para avaliar se ainda faz sentido. Mas, é importante que você tenha um norte.
  2. Todo trabalho tem uma parte chata! Ouso dizer que todos os profissionais têm em sua rotina algum processo ou atividade que lhes causam desagrado. Mas, o jogo é esse mesmo. Não dá para deixar uma oportunidade de trabalho simplesmente porque ela está entediante. Antes de desistir, busque formas de se reinventar, mapeie oportunidades de aprendizagem e de crescimento, veja de que forma pode contribuir mais ou se tem algum par ou área que precisa de ajuda.
  3. Cuidado quando você achar que é muito bom! Programei o meu computador para que todo dia 1o de cada mês me lembre da seguinte mensagem “cuidado quando você acha que está indo tudo bem”. Fiz isso porque acredito que sempre existe algo para melhorarmos ou fazermos, seja na vida pessoal, na carreira ou na empresa. Em geral, os profissionais que não se acomodam são os que tem a carreira mais diferenciada.
  4. Cumpra ciclos! Em geral, o ciclo de vida de um colaborador dentro da empresa é dividido em três fases: os três meses de experiência; o primeiro ano, que é o período aceitável para que aprenda o trabalho proposto e se ambiente à empresa; e o segundo ano, que é quando começa a apresentar resultados sólidos para a companhia. Ou seja, aproveite as oportunidades que receber para plantar, semear e colher resultados. Aliás, salvo quando o assunto é participação em projetos, as curtas experiências no currículo tendem a manchar a reputação do profissional diante dos empregadores.

Meu gestor, Clive Davis, costuma dizer que a cadeira de um profissional tem o tamanho que ele dá para ela. E, você? Está confortável na cadeira que ocupa ou sempre disposto a deixá-la maior e mais relevante para a companhia e para o mercado?

* Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half

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