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ESG é oportunidade para profissionais

Com falta de especialistas no mercado, a agenda sustentável abre caminho para diversas carreiras e posições em inúmeros segmentos

ESG; sustentabilidade (Shutterstock/Shutterstock)
ESG; sustentabilidade (Shutterstock/Shutterstock)

Um tema que tem cada vez mais relevância é a preservação do meio ambiente. Sentimos na pele os efeitos das mudanças climáticas, com fenômenos extremos e incomuns. Por isso, o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de maio), criado pela Organização das Nações Unidas em 1973,  tornou-se uma das datas mais importantes do calendário global.

Para as empresas, seguir a legislação ambiental e atuar de forma sustentável não é mais mérito ou marketing, mas um imperativo. Já virou rotina, em uma organização, planejar e executar iniciativas sustentáveis.

O componente “E”, que representa o meio ambiente na sigla ESG (do inglês Environmental, Social and Governance), mobiliza investidores, consumidores, parceiros e profissionais. Empresas que realizam projetos ambientais são admiradas e respeitadas pelos públicos interno e externo. Elas são reconhecidas como responsáveis, éticas, transparentes e comprometidas com o futuro do planeta. Quem não gostaria de trabalhar em um lugar com valores como esses?

De modo geral, as práticas ESG são um dos pilares de uma cultura corporativa forte, sendo capazes até mesmo de reter e atrair talentos. Os recrutadores já se deram conta dessa realidade. De acordo com o Guia Salarial 2023 da Robert Half, 31% das empresas utilizam a promoção de seus valores para atrair candidatos e 34% estão buscando aprimorar a cultura corporativa como forma de reter talentos.

Porém, apesar do cenário favorável, os dados do guia indicam que mais da metade (55%) das organizações encontra na escassez de especialistas uma das principais barreiras para a implementação de estratégias sustentáveis. Se é um problema para as empresas, é uma grande oportunidade para os profissionais que desejam ingressar e crescer nessa área.

O estudo “Future of Jobs”, conduzido pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral, estima que o crescimento para os cargos relacionados à sustentabilidade será de 33% até 2027, expansão que deve resultar em cerca de 1 milhão de novas vagas.

Dicas para turbinar a carreira

Sonho de muitos profissionais, trabalhar com ESG pode não apenas se tornar realidade como proporcionar boas perspectivas de sucesso. Esse campo de atuação está aquecido e deve crescer cada vez mais nos segmentos de saúde, bens de consumo, tecnologia, logística, infraestrutura, varejo, energia, fundos de private equity e bancos de investimento.

É bom lembrar, entretanto, que, além da vontade de trabalhar com ESG, o candidato precisa ter a bagagem adequada para evoluir na carreira. Especialistas que participaram do podcast Robert Half Talks sobre esse assunto, ressaltam os seguintes esforços e características:

- buscar especialização em instituições sérias. Existem cursos pagos e gratuitos, no Brasil e lá fora;

- ter facilidade para se adaptar rapidamente a diferentes desafios, já que os temas ligados ao ESG estão em constante transformação;

- conciliar uma visão sistêmica do ESG às demandas específicas de onde pretende trabalhar, pensando tanto no segmento quanto na empresa almejada;

- planejar os rumos da carreira, para que o crescimento profissional não seja atrapalhado por falta de foco e acomodação.

O ESG constitui, ainda, um excelente mote para as lideranças promoverem programas de educação e conscientização ambiental para os colaboradores. Encorajar a equipe a participar ativamente de iniciativas de sustentabilidade, como comitês ou projetos específicos, também é interessante. Outra oportunidade está na definição de objetivos sustentáveis, envolvendo o time no acompanhamento dessas metas, por exemplo.

De todo modo, seja ou não um especialista em sustentabilidade, a essa altura todos os profissionais precisam se orientar pelas boas práticas ambientais.

Aqui, neste blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks.

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar