Como cultivar talentos
As empresas precisam ter estratégias para identificar e formar grandes profissionais antes que eles corram para o concorrente
Colunista
Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 12h40.
Sempre que assisto a premiações como o Grammy penso em todo o esforço, dedicação e desafios que os premiados e os indicados tiveram pelo caminho até alcançar o sucesso evidenciado pela cerimônia. A noite de glória, de sorrisos e de roupas elegantes é apenas a ponta de um iceberg. É necessário persistir e vencer negativas, críticas, frustrações e outros obstáculos para chegar lá.
Antes de mais nada, porém, é primordial que os talentos sejam descobertos, apoiados e direcionados para boas oportunidades ao longo de sua jornada. A consolidação de uma carreira é demorada e certamente envolve a ajuda de terceiros. Sem esse “empurrão”, até as estrelas mais brilhantes podem se apagar.
A história está cheia de casos como o de Van Gogh, artista genial e um dos maiores pintores de todos os tempos, que só obteve reconhecimento após sua morte. Em vida, suas obras não receberam a merecida atenção nem o devido valor.
E nem precisamos ir tão longe assim. As empresas frequentemente comem bola quando se trata de identificar e formar talentos. A consequência disso, para os times, é a falta de perspectiva de crescimento, queda na motivação e profissionais-chave migrando para concorrentes.
Para as empresas, perder de vista a prata da casa também representa custos extras. Ao descartar soluções internas, as organizações fatalmente acabam recorrendo à contratação de mais funcionários. Os iniciantes terão de ser recrutados, selecionados e treinados, com toda a morosidade e os riscos que essas etapas envolvem. E há, ainda, gastos com a demissão dos que saem por se sentirem desvalorizados.
Na prática, o que pode ser feito para detectar talentos atuais e futuros? Ter um ponto de partida favorável, ou seja, um quadro funcional acima da média, é o ideal. Este aspecto está diretamente ligado a um processo de seleção bem-feito, que preze pela escolha e integração cuidadosa dos funcionários da organização.
A partir daí, é imprescindível estar presente no dia a dia das equipes, acompanhando com sensibilidade e atenção o desempenho de cada profissional. A proximidade entre lideranças e liderados garante que até habilidades mais sutis e inesperadas possam ser percebidas e aproveitadas.
Também considero importante oferecer autonomia e desafios variados, para que novas qualidades dos profissionais venham à tona. Outra ótima medida é manter um banco de dados pessoais e profissionais atualizado e completo. Saber sobre cursos, idiomas, hobbies e outras atividades das equipes ajuda a mapear perfis adequados a determinadas vagas e projetos.
Após identificar talentos, há vários recursos para ajudá-los a seguir uma trilha de aprimoramento contínuo e evolução dentro da empresa. Treinamento, palestras, mentoria e mudanças de função e de departamento são alternativas interessantes nesse sentido.
Papel das lideranças é decisivo
Os gestores são decisivos tanto na identificação quanto na formação de talentos. Entre várias frentes de apoio que podem oferecer aos seus times, destacaria o desenvolvimento das soft skills, que são um diferencial em qualquer área de atuação e momento da carreira.
A seguir, compartilho algumas das principais medidas para incentivar os funcionários no aprimoramento das qualidades comportamentais:
- comunicação – abra espaço para colegas trocarem ideias e experiências entre si e com outros departamentos. É válido também incentivá-los a se manter a par sobre as atividades da empresa, assim terão um repertório mais amplo durante essas interações;
- cooperação – valorize o trabalho em equipe, elogiando iniciativas de colaboração e colocando a mão na massa no dia a dia. Dar o exemplo é um dos melhores meios de inspirar as pessoas;
- feedback – converse de forma objetiva e respeitosa sobre os pontos positivos e de melhoria do time, e saiba ouvi-los também. A crítica construtiva irá nortear a evolução dos profissionais;
- autoconhecimento – conscientize os funcionários sobre a importância de adotar ferramentas como terapia, livros e conversas que ajudem a refletir sobre a própria história. Conhecer-se bem é essencial para se aperfeiçoar.
Apostar na força dos talentos é um trabalho que requer tempo, mas os resultados são compensadores. Todos os envolvidos acabam evoluindo juntos e fortalecendo os vínculos entre si e com a empresa.
Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar
Sempre que assisto a premiações como o Grammy penso em todo o esforço, dedicação e desafios que os premiados e os indicados tiveram pelo caminho até alcançar o sucesso evidenciado pela cerimônia. A noite de glória, de sorrisos e de roupas elegantes é apenas a ponta de um iceberg. É necessário persistir e vencer negativas, críticas, frustrações e outros obstáculos para chegar lá.
Antes de mais nada, porém, é primordial que os talentos sejam descobertos, apoiados e direcionados para boas oportunidades ao longo de sua jornada. A consolidação de uma carreira é demorada e certamente envolve a ajuda de terceiros. Sem esse “empurrão”, até as estrelas mais brilhantes podem se apagar.
A história está cheia de casos como o de Van Gogh, artista genial e um dos maiores pintores de todos os tempos, que só obteve reconhecimento após sua morte. Em vida, suas obras não receberam a merecida atenção nem o devido valor.
E nem precisamos ir tão longe assim. As empresas frequentemente comem bola quando se trata de identificar e formar talentos. A consequência disso, para os times, é a falta de perspectiva de crescimento, queda na motivação e profissionais-chave migrando para concorrentes.
Para as empresas, perder de vista a prata da casa também representa custos extras. Ao descartar soluções internas, as organizações fatalmente acabam recorrendo à contratação de mais funcionários. Os iniciantes terão de ser recrutados, selecionados e treinados, com toda a morosidade e os riscos que essas etapas envolvem. E há, ainda, gastos com a demissão dos que saem por se sentirem desvalorizados.
Na prática, o que pode ser feito para detectar talentos atuais e futuros? Ter um ponto de partida favorável, ou seja, um quadro funcional acima da média, é o ideal. Este aspecto está diretamente ligado a um processo de seleção bem-feito, que preze pela escolha e integração cuidadosa dos funcionários da organização.
A partir daí, é imprescindível estar presente no dia a dia das equipes, acompanhando com sensibilidade e atenção o desempenho de cada profissional. A proximidade entre lideranças e liderados garante que até habilidades mais sutis e inesperadas possam ser percebidas e aproveitadas.
Também considero importante oferecer autonomia e desafios variados, para que novas qualidades dos profissionais venham à tona. Outra ótima medida é manter um banco de dados pessoais e profissionais atualizado e completo. Saber sobre cursos, idiomas, hobbies e outras atividades das equipes ajuda a mapear perfis adequados a determinadas vagas e projetos.
Após identificar talentos, há vários recursos para ajudá-los a seguir uma trilha de aprimoramento contínuo e evolução dentro da empresa. Treinamento, palestras, mentoria e mudanças de função e de departamento são alternativas interessantes nesse sentido.
Papel das lideranças é decisivo
Os gestores são decisivos tanto na identificação quanto na formação de talentos. Entre várias frentes de apoio que podem oferecer aos seus times, destacaria o desenvolvimento das soft skills, que são um diferencial em qualquer área de atuação e momento da carreira.
A seguir, compartilho algumas das principais medidas para incentivar os funcionários no aprimoramento das qualidades comportamentais:
- comunicação – abra espaço para colegas trocarem ideias e experiências entre si e com outros departamentos. É válido também incentivá-los a se manter a par sobre as atividades da empresa, assim terão um repertório mais amplo durante essas interações;
- cooperação – valorize o trabalho em equipe, elogiando iniciativas de colaboração e colocando a mão na massa no dia a dia. Dar o exemplo é um dos melhores meios de inspirar as pessoas;
- feedback – converse de forma objetiva e respeitosa sobre os pontos positivos e de melhoria do time, e saiba ouvi-los também. A crítica construtiva irá nortear a evolução dos profissionais;
- autoconhecimento – conscientize os funcionários sobre a importância de adotar ferramentas como terapia, livros e conversas que ajudem a refletir sobre a própria história. Conhecer-se bem é essencial para se aperfeiçoar.
Apostar na força dos talentos é um trabalho que requer tempo, mas os resultados são compensadores. Todos os envolvidos acabam evoluindo juntos e fortalecendo os vínculos entre si e com a empresa.
Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar