Por que ter um dia para o orgulho LGBTI+?
Sofia Esteves, fundadora do Grupo Cia de Talentos, explica a importância do Dia do Orgulho LGBT e as ações para apoiar a causa o ano todo
Luísa Granato
Publicado em 28 de junho de 2021 às 18h57.
Última atualização em 28 de junho de 2021 às 19h00.
Assim como eu, você também deve ter lido muitos textos sobre respeito e inclusão de diversidade LGBTQIA+ nas últimas semanas. O tema tão importante, claro, não deve se restringir ao período de junho, mas é natural que ganhe mais destaque no mês em que é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBT . A data oficial, aliás, é hoje, 28 de junho.
Em meio a tantas leituras de extrema importância sobre o assunto, uma postagem me chamou a atenção. Reinaldo Bulgarelli, sócio-diretor da Txai Consultoria e Educação e secretário executivo do Fórum de empresas e direitos LGBTI+, de maneira muito simples e direta, explicou o porquê da data para aqueles que questionam a sua existência: "sabe porque celebramos o orgulho? Porque inventaram a vergonha".
Achei forte, claro e necessário. Ainda que tenham passado tantos conteúdos sobre o tema pelo seu feed, a verdade é que nem sempre o volume de textos, vídeos, áudios, enfim, as mais variadas formas de se transmitir uma informação, é suficiente para gerar conscientização.
E, por isso, mesmo há tantos anos falando sobre a necessidade de mudar o cenário atual, incluindo grupos diversos nas empresas, nos cargos de liderança e na sociedade de forma geral, ainda temos olhares suspeitos querendo saber porque existe um dia para celebrar o orgulho LGBTQIA+.
Não me leve a mal, não é que sou contra as perguntas ou aos questionamentos. Acredito que o diálogo saudável vem também da criação de um ambiente de segurança, no qual as pessoas se sentem à vontade para trocar ideias, compartilhar dúvidas e, assim, construírem juntas o conhecimento.
No entanto, sabemos que nem sempre as perguntas carregam apenas pontos de interrogação. Com elas, muitas vezes, vem um tom de julgamento e de crítica.
Me dói no coração lembrar que parte da existência da data tem uma origem no sofrimento. Porque foram colocados em um lugar de vergonha, as pessoas precisam constantemente se posicionar com orgulho.
Constantemente porque, ainda hoje, temos dados chocantes que revelam grande intolerância, como o de um relatório da International Lesbian and Gay Association (ILGA), que mostra que, em 2019, ainda existiam seis Estados-membros das Nações Unidas que aplicavam pena de morte no caso de atos sexuais consensuais entre pessoas adultas do mesmo sexo e outros cinco Estados onde tal punição era tecnicamente possível.
Em outros 26 países, a pena máxima poderia variar entre dez anos e prisão perpétua.
Para que este não seja só mais um texto passando pelo seu feed, para que a celebração do orgulho seja um momento de festa e não uma memória de dor, e para que possamos, juntos, trabalhar em torno dessa causa, listo abaixo algumas iniciativas que podem inspirar a sua empresa não só em junho, mas em todos os meses do ano:
Corporate Equality Index Report: desde 2002, a Human Rights Campaign Foundation publica anualmente o Corporate Equality Index, um estudo de benchmarking sobre políticas e práticas corporativas relacionadas ao público LGBTQIA+ dentro de empresas norte-americanas.
Junho do Orgulho: entre 28 de junho e 2 de julho, a startup Bettha.com irá realizar um evento gratuito com encontros online entre grandes empresas, como BASF, Bradesco, Braskem, Cargill, KPMG e Unilever, e jovens LGBTQIA+ para criar uma rede de Networking, ampliar o conhecimento dos participantes e fortalecer os laços entre organizações e a comunidade LGBTQIA+.
Projeto Embrace: com o objetivo de ampliar a formação e oferecer oportunidades no Ensino Superior Tecnólogo, o projeto oferece 12 bolsas de estudo para pessoas autodeclaradas transgênero no Ensino Superior nas áreas de Logística, Empreendedorismo, Processos Gerenciais ou Serviços Jurídicos, curso de inglês online pelo mesmo período da graduação e mentoria profissional dos executivos das organizações parceiras.
Protagoniza Aí : o Grupo Cia de Talentos, em parceria com a Faculdade Descomplica, ofereceu 1.000 bolsas de pós-graduação e MBA 100% gratuitas com capacitação profissional para pessoas da comunidade LGBTQIA+, em vulnerabilidade socioeconômica, PCDs, étnico-racial e/ou 50+. O objetivo é aumentar a empregabilidade de pessoas pertencentes a grupos minorizados por meio da educação, com apoio na jornada de desenvolvimento profissional.
O Compromisso das Empresas com os Direitos Humanos LGBT: é um manual lançado pelo Instituto Ethos em 2013 para fomentar o debate, estimular as empresas a adotar ações e ajudar na construção de um mercado de trabalho que respeite e promova os direitos humanos em geral. O conteúdo traz conceitos relacionados ao universo LGBT, além de mostrar os vínculos que existem entre a promoção dos seus direitos, a responsabilidade social empresarial e os negócios sustentáveis.
Todxs: primeira startup social brasileira sem fins lucrativos que promove a inclusão LGBTQIA+ através da coleta de dados, seu processamento e tradução em iniciativas direcionadas para os três pilares: Sociedade, Governo e Empresas. A missão é empoderar a comunidade LGBTQIA+, educando a sociedade e transformando o Brasil em um país verdadeiramente inclusivo.
Assim como eu, você também deve ter lido muitos textos sobre respeito e inclusão de diversidade LGBTQIA+ nas últimas semanas. O tema tão importante, claro, não deve se restringir ao período de junho, mas é natural que ganhe mais destaque no mês em que é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBT . A data oficial, aliás, é hoje, 28 de junho.
Em meio a tantas leituras de extrema importância sobre o assunto, uma postagem me chamou a atenção. Reinaldo Bulgarelli, sócio-diretor da Txai Consultoria e Educação e secretário executivo do Fórum de empresas e direitos LGBTI+, de maneira muito simples e direta, explicou o porquê da data para aqueles que questionam a sua existência: "sabe porque celebramos o orgulho? Porque inventaram a vergonha".
Achei forte, claro e necessário. Ainda que tenham passado tantos conteúdos sobre o tema pelo seu feed, a verdade é que nem sempre o volume de textos, vídeos, áudios, enfim, as mais variadas formas de se transmitir uma informação, é suficiente para gerar conscientização.
E, por isso, mesmo há tantos anos falando sobre a necessidade de mudar o cenário atual, incluindo grupos diversos nas empresas, nos cargos de liderança e na sociedade de forma geral, ainda temos olhares suspeitos querendo saber porque existe um dia para celebrar o orgulho LGBTQIA+.
Não me leve a mal, não é que sou contra as perguntas ou aos questionamentos. Acredito que o diálogo saudável vem também da criação de um ambiente de segurança, no qual as pessoas se sentem à vontade para trocar ideias, compartilhar dúvidas e, assim, construírem juntas o conhecimento.
No entanto, sabemos que nem sempre as perguntas carregam apenas pontos de interrogação. Com elas, muitas vezes, vem um tom de julgamento e de crítica.
Me dói no coração lembrar que parte da existência da data tem uma origem no sofrimento. Porque foram colocados em um lugar de vergonha, as pessoas precisam constantemente se posicionar com orgulho.
Constantemente porque, ainda hoje, temos dados chocantes que revelam grande intolerância, como o de um relatório da International Lesbian and Gay Association (ILGA), que mostra que, em 2019, ainda existiam seis Estados-membros das Nações Unidas que aplicavam pena de morte no caso de atos sexuais consensuais entre pessoas adultas do mesmo sexo e outros cinco Estados onde tal punição era tecnicamente possível.
Em outros 26 países, a pena máxima poderia variar entre dez anos e prisão perpétua.
Para que este não seja só mais um texto passando pelo seu feed, para que a celebração do orgulho seja um momento de festa e não uma memória de dor, e para que possamos, juntos, trabalhar em torno dessa causa, listo abaixo algumas iniciativas que podem inspirar a sua empresa não só em junho, mas em todos os meses do ano:
Corporate Equality Index Report: desde 2002, a Human Rights Campaign Foundation publica anualmente o Corporate Equality Index, um estudo de benchmarking sobre políticas e práticas corporativas relacionadas ao público LGBTQIA+ dentro de empresas norte-americanas.
Junho do Orgulho: entre 28 de junho e 2 de julho, a startup Bettha.com irá realizar um evento gratuito com encontros online entre grandes empresas, como BASF, Bradesco, Braskem, Cargill, KPMG e Unilever, e jovens LGBTQIA+ para criar uma rede de Networking, ampliar o conhecimento dos participantes e fortalecer os laços entre organizações e a comunidade LGBTQIA+.
Projeto Embrace: com o objetivo de ampliar a formação e oferecer oportunidades no Ensino Superior Tecnólogo, o projeto oferece 12 bolsas de estudo para pessoas autodeclaradas transgênero no Ensino Superior nas áreas de Logística, Empreendedorismo, Processos Gerenciais ou Serviços Jurídicos, curso de inglês online pelo mesmo período da graduação e mentoria profissional dos executivos das organizações parceiras.
Protagoniza Aí : o Grupo Cia de Talentos, em parceria com a Faculdade Descomplica, ofereceu 1.000 bolsas de pós-graduação e MBA 100% gratuitas com capacitação profissional para pessoas da comunidade LGBTQIA+, em vulnerabilidade socioeconômica, PCDs, étnico-racial e/ou 50+. O objetivo é aumentar a empregabilidade de pessoas pertencentes a grupos minorizados por meio da educação, com apoio na jornada de desenvolvimento profissional.
O Compromisso das Empresas com os Direitos Humanos LGBT: é um manual lançado pelo Instituto Ethos em 2013 para fomentar o debate, estimular as empresas a adotar ações e ajudar na construção de um mercado de trabalho que respeite e promova os direitos humanos em geral. O conteúdo traz conceitos relacionados ao universo LGBT, além de mostrar os vínculos que existem entre a promoção dos seus direitos, a responsabilidade social empresarial e os negócios sustentáveis.
Todxs: primeira startup social brasileira sem fins lucrativos que promove a inclusão LGBTQIA+ através da coleta de dados, seu processamento e tradução em iniciativas direcionadas para os três pilares: Sociedade, Governo e Empresas. A missão é empoderar a comunidade LGBTQIA+, educando a sociedade e transformando o Brasil em um país verdadeiramente inclusivo.