Este é o segredo para construir relacionamentos sustentáveis no trabalho
Em sua coluna, Sofia Esteves fala sobre um aspecto do autoconhecimento que é deixado de lado pela maioria dos profissionais
Luísa Granato
Publicado em 14 de junho de 2021 às 14h40.
Última atualização em 25 de junho de 2021 às 11h03.
Existe um aspecto do autoconhecimento que, às vezes, é esquecido. Esse processo não serve só para olharmos para dentro de nós mesmos e nos entendermos melhor, mas ajuda na relação com o outro.
Ter uma noção mais profunda sobre quem somos, o que nos constitui, quais são os traços da nossa personalidade nos auxilia a transitar pelo mundo.
Se eu sei quem sou e como reajo em determinados casos, consigo identificar com mais facilidade o que o outro provoca em mim.
Porque me sinto desrespeitada quando alguém fala de determinada maneira, porque fico entusiasmada diante de certas situações, porque tenho um pouco de dificuldade para lidar com alguns comportamentos, porque dialogo melhor com aquele grupo de pessoas e por aí vai.
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O outro é, de alguma forma, um espelho de nós mesmos, mas enxergar esse reflexo nem sempre é fácil ou intuitivo. Para isso, precisamos de ajuda.
Quando trazemos essa conversa para dentro do ambiente de trabalho, uma ferramenta que desempenha muito bem esse papel é o assessment. Há anos estudo o seu uso e, não à toa, temos vários modelos — inclusive, disponibilizamos gratuitamente no site do Bettha.com —, cada um com a sua especificidade.
Por exemplo, enquanto o Genius foca na identificação dos seis arquétipos (padrões de comportamento) mais valorizados no mercado de trabalho atual e futuro, o Lifestyle tem o objetivo de investigar quais são os interesses, as prioridades e as expectativas daquele momento de vida do profissional.
Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, o assessment não é “mais um teste”; também não é uma prova. Não se trata de tirar uma nota alta ou de ter um bom desempenho, já que não existe certo ou errado nesse processo.
A entrega, na verdade, é um mapeamento comportamental psicométrico, criado a partir de teorias e de modelos de descrição do comportamento humano com o objetivo de agrupar características semelhantes e prever comportamentos em diferentes cenários.
Resumindo: o que os assessments mostram são perfis que respondem de determinadas formas a certas situações.
No fim das contas, o resultado traz valor tanto para o profissional quanto para a empresa. O primeiro consegue refinar a percepção de si por meio do questionário e da devolutiva — um bom assessment já promove autoconhecimento no feedback —, além de entender como o seu perfil se encaixa ou não em uma função, em um time ou em uma empresa.
O segundo também tem esse ganho de consciência — no caso, voltado para a cultura organizacional ou o perfil de uma área de trabalho —, mas um dos maiores benefícios é o alinhamento entre a necessidade de uma função e o perfil ideal para preenchê-la.
Só que, para chegarmos nesse casamento perfeito, é fundamental que as duas partes sejam autênticas, ainda que o contexto atual possa dar a falsa sensação de que é preciso deixar sua identidade de lado para se encaixar em algumas exigências. Já adianto que, no longo prazo, isso não vai funcionar.
Explico: é que, em momentos de crise, o mercado de trabalho acaba sendo afetado em diversas áreas e, com isso, observamos uma disputa mais acirrada por algumas vagas. Também em momentos de crise, muitas organizações precisam se transformar para sobreviver.
Mudanças nos dois lados são bem-vindas, afinal, é assim que evoluímos. Porém, saber se reinventar e buscar a melhoria contínua são coisas muito diferentes de tentar de qualquer forma entrar em um molde que não é para você.
Uma empresa que muda totalmente o perfil do negócio apenas pautada em modismos do mercado, pode enveredar por um caminho sem sucesso. Profissionais que tentam ser um personagem achando que, assim, vão se sair bem no assessment e conquistar aquela posição de trabalho, podem entrar em um relacionamento corporativo com dia e hora para acabar.
Não se engane: a autenticidade é um caminho mais sustentável para ambos os lados. E esse é um dos aspectos que me chama mais a atenção no assessment, o resgate de relações de qualidade e mais duradouras baseadas no conhecimento profundo de si — e também no respeito mútuo.
Pensar que o autoconhecimento é uma via importante para criar relacionamentos perenes, com trocas significativas para todos os lados, com aprendizado intenso, nos faz refletir sobre a qualidade das relações de hoje.
Se temos um conhecimento tão limitado a nosso respeito, é difícil também que o meu contato com outras pessoas seja rico. Se não temos pistas mais claras de quem somos, é mais complicado navegar pelo mundo do trabalho e pela vida de forma geral.
Olhar para dentro me parece uma decisão sábia e, mais do que isso, uma forma de demonstrar respeito em relação à sua personalidade e à do outro.
Em um mundo de tantas postagens e vivências públicas em espaços virtuais, se voltar para o que está dentro de você e refletir sobre isso pode soar estranho, desconfortável, antiquado. Mas é um caminho importante para melhorarmos os nossos relacionamentos pessoais e profissionais.
Nesse sentido, o assessment não é só uma ferramenta de trabalho, mas um instrumento de desenvolvimento para a vida.
Quais são as grandes tendências do mercado de trabalho? Invista na sua carreira. Assine a EXAME.
Existe um aspecto do autoconhecimento que, às vezes, é esquecido. Esse processo não serve só para olharmos para dentro de nós mesmos e nos entendermos melhor, mas ajuda na relação com o outro.
Ter uma noção mais profunda sobre quem somos, o que nos constitui, quais são os traços da nossa personalidade nos auxilia a transitar pelo mundo.
Se eu sei quem sou e como reajo em determinados casos, consigo identificar com mais facilidade o que o outro provoca em mim.
Porque me sinto desrespeitada quando alguém fala de determinada maneira, porque fico entusiasmada diante de certas situações, porque tenho um pouco de dificuldade para lidar com alguns comportamentos, porque dialogo melhor com aquele grupo de pessoas e por aí vai.
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O outro é, de alguma forma, um espelho de nós mesmos, mas enxergar esse reflexo nem sempre é fácil ou intuitivo. Para isso, precisamos de ajuda.
Quando trazemos essa conversa para dentro do ambiente de trabalho, uma ferramenta que desempenha muito bem esse papel é o assessment. Há anos estudo o seu uso e, não à toa, temos vários modelos — inclusive, disponibilizamos gratuitamente no site do Bettha.com —, cada um com a sua especificidade.
Por exemplo, enquanto o Genius foca na identificação dos seis arquétipos (padrões de comportamento) mais valorizados no mercado de trabalho atual e futuro, o Lifestyle tem o objetivo de investigar quais são os interesses, as prioridades e as expectativas daquele momento de vida do profissional.
Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, o assessment não é “mais um teste”; também não é uma prova. Não se trata de tirar uma nota alta ou de ter um bom desempenho, já que não existe certo ou errado nesse processo.
A entrega, na verdade, é um mapeamento comportamental psicométrico, criado a partir de teorias e de modelos de descrição do comportamento humano com o objetivo de agrupar características semelhantes e prever comportamentos em diferentes cenários.
Resumindo: o que os assessments mostram são perfis que respondem de determinadas formas a certas situações.
No fim das contas, o resultado traz valor tanto para o profissional quanto para a empresa. O primeiro consegue refinar a percepção de si por meio do questionário e da devolutiva — um bom assessment já promove autoconhecimento no feedback —, além de entender como o seu perfil se encaixa ou não em uma função, em um time ou em uma empresa.
O segundo também tem esse ganho de consciência — no caso, voltado para a cultura organizacional ou o perfil de uma área de trabalho —, mas um dos maiores benefícios é o alinhamento entre a necessidade de uma função e o perfil ideal para preenchê-la.
Só que, para chegarmos nesse casamento perfeito, é fundamental que as duas partes sejam autênticas, ainda que o contexto atual possa dar a falsa sensação de que é preciso deixar sua identidade de lado para se encaixar em algumas exigências. Já adianto que, no longo prazo, isso não vai funcionar.
Explico: é que, em momentos de crise, o mercado de trabalho acaba sendo afetado em diversas áreas e, com isso, observamos uma disputa mais acirrada por algumas vagas. Também em momentos de crise, muitas organizações precisam se transformar para sobreviver.
Mudanças nos dois lados são bem-vindas, afinal, é assim que evoluímos. Porém, saber se reinventar e buscar a melhoria contínua são coisas muito diferentes de tentar de qualquer forma entrar em um molde que não é para você.
Uma empresa que muda totalmente o perfil do negócio apenas pautada em modismos do mercado, pode enveredar por um caminho sem sucesso. Profissionais que tentam ser um personagem achando que, assim, vão se sair bem no assessment e conquistar aquela posição de trabalho, podem entrar em um relacionamento corporativo com dia e hora para acabar.
Não se engane: a autenticidade é um caminho mais sustentável para ambos os lados. E esse é um dos aspectos que me chama mais a atenção no assessment, o resgate de relações de qualidade e mais duradouras baseadas no conhecimento profundo de si — e também no respeito mútuo.
Pensar que o autoconhecimento é uma via importante para criar relacionamentos perenes, com trocas significativas para todos os lados, com aprendizado intenso, nos faz refletir sobre a qualidade das relações de hoje.
Se temos um conhecimento tão limitado a nosso respeito, é difícil também que o meu contato com outras pessoas seja rico. Se não temos pistas mais claras de quem somos, é mais complicado navegar pelo mundo do trabalho e pela vida de forma geral.
Olhar para dentro me parece uma decisão sábia e, mais do que isso, uma forma de demonstrar respeito em relação à sua personalidade e à do outro.
Em um mundo de tantas postagens e vivências públicas em espaços virtuais, se voltar para o que está dentro de você e refletir sobre isso pode soar estranho, desconfortável, antiquado. Mas é um caminho importante para melhorarmos os nossos relacionamentos pessoais e profissionais.
Nesse sentido, o assessment não é só uma ferramenta de trabalho, mas um instrumento de desenvolvimento para a vida.
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