"It – A Coisa” é absolutamente assustador (e muito divertido)
Filme baseado no livro de Stephen King tem atuações carismáticas e aterrorizantes. Veja aqui a crítica completa de "It – A Coisa"
Gabriela Ruic
Publicado em 6 de setembro de 2017 às 06h00.
Última atualização em 7 de setembro de 2017 às 16h04.
Quando você estiver andando por uma rua deserta e a única voz que ouvir tiver um tom brincalhão e vier de algum bueiro, não pare para ver quem é. É nesse lugar sujo, escuro e esquecido que se esconde uma criatura demoníaca que ronda o mundo há séculos se alimentando de humanos. Quanto mais medo sentir a presa, mais animado fica o predador.
Sim, caros leitores, esta é uma crítica sobre “It – A Coisa”, a nova adaptação de um dos mais importantes livros de Stephen King, um dos filmes que o blog mais aguardava em 2017. A espera acabou: a produção, agora dirigida pelo argentino Andy Muschietti (de “Mama”, 2013), estreia dia 7 de setembro no Brasil.
A história se passa no final da década de 80 em uma pequena cidade dos Estados Unidos chamada Derry, que vive atormentada pelo desaparecimento de crianças. No centro do mistério temos um ser que se identifica como Pennywise, o palhaço dançante, e um grupo de crianças em suas jornadas emocionais, o Clube dos Perdedores.
Tudo começa com o sumiço de Georgie, irmão caçula do líder da patota, Bill (Jaeden Lieberher). O clubinho é ainda formado por Richie (Finn Wolfhard, de “Stranger Things”), Eddie (Jack Dylan Grazerm), Beverly (Sophia Lillis), Ben (Jeremy Ray Taylor), Stanley (Wyatt Oleff) e Mike (Chosen Jacobs). Cada um deles tem suas características, suas histórias e seus medos.
A turma é apresentada ao melhor estilo “aventuras infanto-juvenis dos anos 80” (lembrando clássicos como “Os Goonies” e “Conta Comigo”), algo que certamente irá cativar os mais apegados à nostalgia. E é um acerto tremendo, ainda mais quando lembramos que essa mania oitentista está em alta graças ao fenômeno de “Stranger Things”.
Ao descobrirem quem está por trás dos desaparecimentos, os Perdedores se unem para encontrá-lo, sempre em meio às suas lutas pessoais. Os atores mirins, por si só, valem o show: além de talentosos, estão afiadíssimos em interpretações carismáticas.
O sueco Bill Skarsgård (da série “Hemlock Grove) vem em uma atuação intensa como protagonista e personificou Pennywise de um jeito tão aterrorizante que até a voz brincalhona do palhaço dá arrepios.
Bill, inclusive, é parte de uma dinastia de atores suecos conhecidos por papéis importantes no cinema e na televisão: é filho do veterano Stellan Skarsgård (que fez Martin Vanger em “Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres”) e irmão de Alexander Skarsgård (Eric Northman, da série “True Blood”) e Gustaf Skarsgård (o Floki, de “Vikings”).
Em “It”, fez jus ao nome da família. Se antes o próprio blog tinha dúvidas sobre o seu desempenho como o protagonista — papel muito bem executado por Tim Curry há 27 anos — agora tiramos o chapéu. Sua caracterização como o palhaço ficou espetacular, apesar dos temores de que o personagem tivesse um aspecto muito assustador, algo afastaria mais que atrairia as crianças.
Não se deixe enganar pelo título dessa crítica e pelas doses de humor que o longa traz: “It” é possivelmente um dos filmes mais aterrorizantes dos últimos anos. A diferença é que é tão bem feito, mas tão bem feito, que você deixa a sala de cinema mais leve do que entrou. Flutuando, como diria o terrível palhaço.
O filme é muito mais do que o blog esperava: assustador, bizarro, incrivelmente divertido e até mesmo romântico. É daquelas obras de terror/suspense/aventura que tiram o espectador (no caso essa espectadora) do chão com sequências de sustos, mas logo aliviam com diálogos engraçados e uma sintonia quase perfeita entre os atores e a direção.
E “It” vai além. É, ainda, um manifesto sobre amizade e como a inocência da infância é deixada para trás quando nos deparamos com situações que expõem nossos medos, sobre a necessidade de nos levantarmos frente aos desafios, por mais violentos e desestabilizadores que eles sejam. É impossível não se identificar com os personagens.
Não foi só o blog, aliás, que se animou com o filme. O próprio Stephen King se impressionou com a qualidade do que Muschietti produziu. “Eu não estava preparado para o quão bom é”, disse o autor. “É diferente, mas, ao mesmo tempo, o público irá se identificar. As pessoas vão amar os personagens. E quando você gosta deles, os sustos funcionam”, continuou.
E se funcionam! Agora é esperar para ver quando estreará a sequência, em que veremos o final da história quando o Clube dos Perdedores, agora na vida adulta, volta a enfrentar Pennywise.
Quando você estiver andando por uma rua deserta e a única voz que ouvir tiver um tom brincalhão e vier de algum bueiro, não pare para ver quem é. É nesse lugar sujo, escuro e esquecido que se esconde uma criatura demoníaca que ronda o mundo há séculos se alimentando de humanos. Quanto mais medo sentir a presa, mais animado fica o predador.
Sim, caros leitores, esta é uma crítica sobre “It – A Coisa”, a nova adaptação de um dos mais importantes livros de Stephen King, um dos filmes que o blog mais aguardava em 2017. A espera acabou: a produção, agora dirigida pelo argentino Andy Muschietti (de “Mama”, 2013), estreia dia 7 de setembro no Brasil.
A história se passa no final da década de 80 em uma pequena cidade dos Estados Unidos chamada Derry, que vive atormentada pelo desaparecimento de crianças. No centro do mistério temos um ser que se identifica como Pennywise, o palhaço dançante, e um grupo de crianças em suas jornadas emocionais, o Clube dos Perdedores.
Tudo começa com o sumiço de Georgie, irmão caçula do líder da patota, Bill (Jaeden Lieberher). O clubinho é ainda formado por Richie (Finn Wolfhard, de “Stranger Things”), Eddie (Jack Dylan Grazerm), Beverly (Sophia Lillis), Ben (Jeremy Ray Taylor), Stanley (Wyatt Oleff) e Mike (Chosen Jacobs). Cada um deles tem suas características, suas histórias e seus medos.
A turma é apresentada ao melhor estilo “aventuras infanto-juvenis dos anos 80” (lembrando clássicos como “Os Goonies” e “Conta Comigo”), algo que certamente irá cativar os mais apegados à nostalgia. E é um acerto tremendo, ainda mais quando lembramos que essa mania oitentista está em alta graças ao fenômeno de “Stranger Things”.
Ao descobrirem quem está por trás dos desaparecimentos, os Perdedores se unem para encontrá-lo, sempre em meio às suas lutas pessoais. Os atores mirins, por si só, valem o show: além de talentosos, estão afiadíssimos em interpretações carismáticas.
O sueco Bill Skarsgård (da série “Hemlock Grove) vem em uma atuação intensa como protagonista e personificou Pennywise de um jeito tão aterrorizante que até a voz brincalhona do palhaço dá arrepios.
Bill, inclusive, é parte de uma dinastia de atores suecos conhecidos por papéis importantes no cinema e na televisão: é filho do veterano Stellan Skarsgård (que fez Martin Vanger em “Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres”) e irmão de Alexander Skarsgård (Eric Northman, da série “True Blood”) e Gustaf Skarsgård (o Floki, de “Vikings”).
Em “It”, fez jus ao nome da família. Se antes o próprio blog tinha dúvidas sobre o seu desempenho como o protagonista — papel muito bem executado por Tim Curry há 27 anos — agora tiramos o chapéu. Sua caracterização como o palhaço ficou espetacular, apesar dos temores de que o personagem tivesse um aspecto muito assustador, algo afastaria mais que atrairia as crianças.
Não se deixe enganar pelo título dessa crítica e pelas doses de humor que o longa traz: “It” é possivelmente um dos filmes mais aterrorizantes dos últimos anos. A diferença é que é tão bem feito, mas tão bem feito, que você deixa a sala de cinema mais leve do que entrou. Flutuando, como diria o terrível palhaço.
O filme é muito mais do que o blog esperava: assustador, bizarro, incrivelmente divertido e até mesmo romântico. É daquelas obras de terror/suspense/aventura que tiram o espectador (no caso essa espectadora) do chão com sequências de sustos, mas logo aliviam com diálogos engraçados e uma sintonia quase perfeita entre os atores e a direção.
E “It” vai além. É, ainda, um manifesto sobre amizade e como a inocência da infância é deixada para trás quando nos deparamos com situações que expõem nossos medos, sobre a necessidade de nos levantarmos frente aos desafios, por mais violentos e desestabilizadores que eles sejam. É impossível não se identificar com os personagens.
Não foi só o blog, aliás, que se animou com o filme. O próprio Stephen King se impressionou com a qualidade do que Muschietti produziu. “Eu não estava preparado para o quão bom é”, disse o autor. “É diferente, mas, ao mesmo tempo, o público irá se identificar. As pessoas vão amar os personagens. E quando você gosta deles, os sustos funcionam”, continuou.
E se funcionam! Agora é esperar para ver quando estreará a sequência, em que veremos o final da história quando o Clube dos Perdedores, agora na vida adulta, volta a enfrentar Pennywise.