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Game of Thrones: 2º episódio é o anúncio de uma tragédia

Explosivo e sem tempo para conversas. Confira os detalhes de "Um Cavaleiro dos Sete Reinos":

Sansa e Daenerys: as duas se entenderam, mas... (HBO/Divulgação)
Sansa e Daenerys: as duas se entenderam, mas... (HBO/Divulgação)
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Sobre Filmes e Séries

Publicado em 22 de abril de 2019 às, 08h41.

Última atualização em 24 de abril de 2019 às, 11h20.

Se o primeiro episódio da oitava temporada de Game of Thrones trouxe alguns momentos aparentemente desnecessários, o segundo compensou e serviu como um prelúdio para a tragédia.

Antes de começar a resenha, no entanto, o blog comenta novamente sobre a insatisfação dos usuários do aplicativo HBO Go nas redes sociais. Diversos comentários apontam que, pela segunda semana consecutiva, o aplicativo ficou fora do ar. O blog está aberto para o posicionamento da HBO sobre o problema.

A partir de agora, esteja pronto para os spoilers.

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O começo já é explosivo e mostra Daenerys e Sansa liderando a discussão sobre a permanência (ou não) de Jaime Lannister em Winterfell. A Targaryen comenta um pouco sobre as histórias que seu irmão (o falecido Viserys) contava sobre o regicida e a Stark confirma que o Lannister queria, assim como fez com a família dos dragões, destruir os lobos gigantes do norte.

Ninguém parece estar favorável à causa de Jaime a não ser Tyrion, até que Brienne de Tarth intercede por ele -- e o blog não esperava nada menos, uma vez que foi, ao lado dela, que Jaime teve todo o seu arco de redenção desenhado, mais nos livros do que na série, mas, ainda assim, teve.

Com a lembrança da promessa feita pelo irmão gêmeo de Cersei à Catelyn Stark (um minuto de silêncio), Brienne garante a confiança de Sansa. Jon, apático durante toda a conversa até ser chamado por Daenerys para dar a sua opinião, concorda com a permanência do Lannister. Parece que o menino Snow não digeriu muito bem a novidade sobre seu nascimento e… bom, veremos isso mais tarde.

Quando Jaime defende todas as coisas horrendas que fez “para defender a sua família”, Bran completa com a famosa frase “as coisas que fazemos por amor”, a mesma dita pelo Lannister minutos antes de empurrar o menino pela janela. Bran, que é muito sorrateiro, sabe de tudo e vê tudo, mais tarde se encontra com Jaime e diz que só não contou para ninguém sobre o que aconteceu temporadas atrás porque a presença do Lannister será importante na guerra contra os caminhantes brancos. Prioridades, né.

Também estamos tendo problemas no paraíso Daenerys e Tyrion: a rainha não confia mais piamente no anão, uma vez que ele se enganou sobre a irmã Cersei Lannister, e a Targaryen teme uma traição. A cena de Daenerys e Sansa conversando e fazendo as pazes foi incrível. Ver as duas lavando roupa suja e discutindo a relação mostra como ambas estão preparadas para lidar com o poder e todas as suas implicações.

Sansa pede desculpas por não ter tratado a Targaryen muito bem a princípio, afirma que Jon ama a Rainha e emenda: “homens são fáceis de manipular”. Daenerys, como nos velhos tempos, dá uma resposta comprida e bem elaborada questionando se não seria ela a manipulada por Jon, já que - desviada do seu foco, o Trono de Ferro - estava ali, lutando a batalha dele.

Dito isso, Sansa pergunta “e como ficará o Norte quando você assumir o trono?” e o frame da Targaryen tirando a mão de cima da mão da Stark deixou a resposta no ar. Ah! Pontos para o alívio cômico da cena com Daenerys falando que amou outro homem "mais alto" antes de Jon. E também para Sansa mostrando que o tempo ao lado de Cersei serviu perfeitamente para ela aprender como funciona a cabeça da leoa. Confiar na Lannister é a maior besteira que alguém pode fazer, diz. A nostalgia bate forte na última temporada.

O encontro é interrompido por um motivo tão bom quanto a conversa das duas até o questionamento sobre a tomada do trono: Theon chega a Winterfell e o abraço que ele e Sansa dão diz muito, apesar do silêncio de ambos durante o reencontro. É bom que eles se abracem muito mesmo porque não sabemos o dia de amanhã (ha).

Enquanto isso, na tarde gelada de Winterfell, Davos Seaworth serve comida aos nortenhos e quando uma garota com o rosto machucado se aproxima, temos certeza de que Shireen Baratheon veio à cabeça do cavaleiro. A menina pede para lutar e diz não querer se esconder nas criptas. Gilly intercede, afirmando que a presença da criança e de outros incapazes de lutar a deixará mais confiante para a luta.

O momento doce é cortado pela chegada do que restou da Patrulha da Noite e de Tormund Giantsbane a Winterfell. Mais um reencontro. Desta vez, rápido e direto: os mortos chegaram ao território dos Umber e o tempo para se preparar é curto. Quando os mortos chegarão? “Antes do sol nascer amanhã”, diz Tormund. Considerando que parece estar anoitecendo, o tempo é curto. Então vemos os nortenhos se preparando para a guerra enquanto uma narração de Snow diz que os inimigos não se cansam, não sentem.

Durante o conselho de guerra, Bran diz que o Rei da Noite está indo para o norte pegá-lo porque já foi atrás de outros corvos de três olhos antes, além de o Stark ter em seu braço a marca do Rei. 

Por conta disso, Bran será protegido por Theon. Que homem! Que redenção! Ele e Jaime estão tendo o roteiro que merecem.

Daenerys, que mais cedo teve uma conversa com Jorah Mormont sobre a mão da rainha, mete o louco e proíbe Tyrion de lutar porque, se eles sobreviverem, eles precisarão do cérebro do Lannister mais novo. Aparentemente o fato de Jorah ter ficado triste por não ter se tornado mão e de ter lembrado à Daenerys que todos cometem erros amaciou um pouco o coração da Targaryen.

O momento mais engraçado da cena chega com Tormund, como sempre, dando em cima de Brienne que parece estar vários nem aí.

Quando todo mundo vai embora, uma conversa entre Bran e Tyrion acontece e é rapidamente cortada para outra cena, dessa vez de Missandei ignorada por crianças do norte e conversando com o Verme Cinzento sobre se mudarem quando a guerra chegar ao final.

E quem sentia falta de Fantasma (como nós do blog) pode ficar mais feliz: o lobo gigante faz uma ponta no episódio, e é visto no canto da cena enquanto Jon fala com Sam e depois com Eddison Tollett. A aparição poderia ter sido maior e mais longa e com a esperada interação entre Jon e Fantasma.

Apesar do gostinho de quero mais, a cena foi bem feita e mostrou, entre outras coisas, como Samwell Tarly está pronto para a batalha e que ficar nas criptas, para ele, não é uma opção.

Todo mundo está decidido em usar a noite antes dos caminhantes brancos e dos mortos chegarem como o momento para realizar uma lista de desejos. Jaime e Tyrion bebem vinho, Pod e Brienne se juntam a eles (mas a Tarth não bebe uma gota sequer; sobriedade na guerra é tudo).

Alguns momentos mais tarde e muitas taças de vinho depois, Tyrion diz que acredita que eles sobreviverão a guerra. Todos caem na risada.

Um ponto muito importante é quando Brienne afirma que uma mulher não pode ser “um cavaleiro” porque é “tradição”. Tormund, com aquele jeitão todo dele, manda as tradições para bem longe. Na falta de um rei, Jaime diz, outro cavaleiro pode consagrar o título a uma pessoa.

E é isso que acontece: na última noite antes da guerra, com os olhos cheios de lágrima, Brienne de Tarth se torna uma cavaleira sob a espada de um Lannister. Ah, reconheço que até os meus olhos brilharam depois disso. O nome do segundo episódio foi dado graças a esse momento incrível. 

Não tão longe assim, Arya discute com Sandor Clegane. Quando Beric Dondarrion chega, a Stark mete o pé e diz que “tem coisa melhor para fazer” (no caso, para ela, o Gendry). Ao encontrar o rapaz e conversar um pouco sobre Melisandre e as mulheres com quem o bastardo Baratheon já se deitou, o clima esquenta bem rápido e o resto é história. Ao menos da lista de coisas para se fazer antes de supostamente morrer, Arya riscou mais outro item (agora, da lista de pessoas que ela quer matar…).

Podrick Payne canta a canção "Jenny of Oldstones"e vemos como cada personagem está passando a "última noite". Arya ao lado de Gendry, mas acordada e atenta. Verme Cinzento beijando Missandei; Sam ao lado do filho e de Gylly; Jorah em seu cavalo enquanto a noite fica ainda mais fria e escura até que chegamos em Jon e Daenerys. Mais uma cena nas criptas, dessa vez em frente à estátua de Lyanna Stark. A direção da sequência foi bem feita e faz relembrar os velhos tempos de GoT. 

 Teorias sobre a música prever o futuro da séria já surgiram na internet. Na canção, Jenny Pedrasvelhas é uma camponesa que se casa com o príncipe Duncan Targaryen, apesar de a família dos dragões ser contra o casamento. Para viver uma história de amor com Jenny, Duncan abdicou do trono, o que tornou Aerys Targaryen (o Rei Louco e pai de Daenerys, Viserys e Rhaegar) rei.

Em uma cena também rápida, Jon conta a verdade sobre sua origem e diz seu verdadeiro nome em voz alta, como quem conta um segredo para outra pessoa apenas para entendê-lo melhor. Uma cena bonita, importante e bem dirigida. Dany não acredita em Snow e fica desconfiada com o fato de que quem contou a ele a verdade foi Sam, seu melhor amigo, e Bran, seu irmão mais novo.

Quando a briga parece se instaurar entre os dois, as sirenes tocam, afirmando que os mortos chegaram. Finalmente os personagens se tocaram que estão “sem tempo, irmão” para discutir os trâmites do trono quando tem coisa pior vindo aí.

Então o segundo episódio acaba, os créditos sobem e o ar preso em nossa garganta garante que o inverno chegou. E chegou com tudo.