PSL, Bolsonaros e a banalidade da má negociação
A ridícula confusão instalada no partido pode afetar a sequência das reformas do país
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2019 às 16h23.
Última atualização em 17 de outubro de 2019 às 17h30.
Nossos dois últimos presidentes eleitos não têm boas relações com seus partidos políticos. Dilma Rousseff (PT) foi escolhida por Lula como sucessora, em 2010, e depois quis a reeleição à revelia de seu partido, sem discussão interna. Jair Bolsonaro (PSL) aparentemente havia tomado conta do partido, mas não contava com a resistência de Luciano Bivar, um cacique de nanicos.
Dilma teve paz no PT não com habilidade, mas porque os outros líderes do partido tinham muito a perder com seu enfraquecimento. A marca petista importa. Sair do PT e tentar a sorte em um PSOL (ou MDB, se você for Marta Suplicy) é arriscadíssimo. Não deu certo para ninguém. O partido sobreviveu ao desastre da presidenta e terá vida mesmo após a aposentadoria de Lula, que hoje sufoca seus correligionários.
O clã Bolsonaro não tem a mesma sorte. Estão diante de um dilema complicado até para Cunhas. Se saírem do PSL, levarão consigo apenas metade da bancada de 53 deputados federais e não terão os R$ 359 milhões do fundo eleitoral e partidário para as eleições municipais. Caso fiquem, terão de dividir poder com a turma de Bivar, que aumenta a cada dia, e admitir que não têm força política fora do Twitter nem para administrar um PSL – mesmo tendo a presidência da República!
Por enquanto, as consequências dessa disputa dentro do partido são péssimas para o país. Em primeiro lugar, porque quanto mais se fala do Delegado Waldir (líder na Câmara dos Deputados) menos lembramos de desastres ambientais. E sobretudo porque mais do que nunca será Rodrigo Maia (DEM) o capitão da agenda legislativa. A sintonia entre o agenda setter no Legislativo e o presidente – que permite o sucesso de coalizões presidencialistas heterogêneas – já é fraca e logo deixará de existir. Se Maia quiser, como já indicou, a Reforma Administrativa antes da Tributária, assim será. Não importa mais o que pensa o presidente – que, com todos os seus defeitos e limitações, foi eleito para comandar a agenda pública.
Nossos dois últimos presidentes eleitos não têm boas relações com seus partidos políticos. Dilma Rousseff (PT) foi escolhida por Lula como sucessora, em 2010, e depois quis a reeleição à revelia de seu partido, sem discussão interna. Jair Bolsonaro (PSL) aparentemente havia tomado conta do partido, mas não contava com a resistência de Luciano Bivar, um cacique de nanicos.
Dilma teve paz no PT não com habilidade, mas porque os outros líderes do partido tinham muito a perder com seu enfraquecimento. A marca petista importa. Sair do PT e tentar a sorte em um PSOL (ou MDB, se você for Marta Suplicy) é arriscadíssimo. Não deu certo para ninguém. O partido sobreviveu ao desastre da presidenta e terá vida mesmo após a aposentadoria de Lula, que hoje sufoca seus correligionários.
O clã Bolsonaro não tem a mesma sorte. Estão diante de um dilema complicado até para Cunhas. Se saírem do PSL, levarão consigo apenas metade da bancada de 53 deputados federais e não terão os R$ 359 milhões do fundo eleitoral e partidário para as eleições municipais. Caso fiquem, terão de dividir poder com a turma de Bivar, que aumenta a cada dia, e admitir que não têm força política fora do Twitter nem para administrar um PSL – mesmo tendo a presidência da República!
Por enquanto, as consequências dessa disputa dentro do partido são péssimas para o país. Em primeiro lugar, porque quanto mais se fala do Delegado Waldir (líder na Câmara dos Deputados) menos lembramos de desastres ambientais. E sobretudo porque mais do que nunca será Rodrigo Maia (DEM) o capitão da agenda legislativa. A sintonia entre o agenda setter no Legislativo e o presidente – que permite o sucesso de coalizões presidencialistas heterogêneas – já é fraca e logo deixará de existir. Se Maia quiser, como já indicou, a Reforma Administrativa antes da Tributária, assim será. Não importa mais o que pensa o presidente – que, com todos os seus defeitos e limitações, foi eleito para comandar a agenda pública.