General Mourão é um Dick Cheney indiscreto
O vice-presidente vem assumindo um papel de protagonista, a exemplo do desempenhado pelo vice americano no filme Vice
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2019 às 12h22.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2019 às 17h09.
“Dois grandes carros-chefes do nosso governo estão representados pelo Paulo Guedes e Sergio Moro, que atacam dois grandes problemas nossos: a segurança pública, que é algo que aflige todo mundo no país, e a questão da economia, porque a economia entrando nos eixos nós vamos entrar numa era de desenvolvimento sustentável. Esses dois puxam a fila do resto do governo.” O raciocínio não é do presidente Jair Bolsonaro (PSL). São palavras do general Hamilton Mourão (PRTB), o vice-presidente que dá conteúdo à presidência.
Desde a facada no candidato no início de setembro de 2018, Mourão assumiu um papel de protagonista a contragosto do próprio presidente e de sua manada. O telefonema pós-operatório de Bolsonaro – “Quer me matar?” – expressou mais ressentimento do que chiste. É evidente que falta cérebro na família Bolsonaro. Mourão é um “milico padrão” no jargão militar, sem ambição pregressa que evidenciasse carreirismo político.
Autoconfiante e bem-humorado (seu apelido em grupos de whatsapp de jornalistas na capital é “Mozão”), o vice-presidente não tem medo de expressar preferências sobre as propostas legislativas do governo nem sobre quem tem poder real no governo.
O recente filme “Vice” mostra outro vice-presidente poderoso – Dick Cheney – que tomou, mais sorrateiramente do que com anuência do presidente George W. Bush (2001-2008), controle sobre boa parte da política externa e militar dos Estados Unidos. Cheney era um homem de família que atuava nas sombras. Foi um exímio marionetista das engrenagens de Washington. Experiência em Brasília é o que falta para Mourão concentrar ainda mais poder. A fraqueza do presidente pusilânime joga, dia após dia, o Planalto no colo dos militares.
“Dois grandes carros-chefes do nosso governo estão representados pelo Paulo Guedes e Sergio Moro, que atacam dois grandes problemas nossos: a segurança pública, que é algo que aflige todo mundo no país, e a questão da economia, porque a economia entrando nos eixos nós vamos entrar numa era de desenvolvimento sustentável. Esses dois puxam a fila do resto do governo.” O raciocínio não é do presidente Jair Bolsonaro (PSL). São palavras do general Hamilton Mourão (PRTB), o vice-presidente que dá conteúdo à presidência.
Desde a facada no candidato no início de setembro de 2018, Mourão assumiu um papel de protagonista a contragosto do próprio presidente e de sua manada. O telefonema pós-operatório de Bolsonaro – “Quer me matar?” – expressou mais ressentimento do que chiste. É evidente que falta cérebro na família Bolsonaro. Mourão é um “milico padrão” no jargão militar, sem ambição pregressa que evidenciasse carreirismo político.
Autoconfiante e bem-humorado (seu apelido em grupos de whatsapp de jornalistas na capital é “Mozão”), o vice-presidente não tem medo de expressar preferências sobre as propostas legislativas do governo nem sobre quem tem poder real no governo.
O recente filme “Vice” mostra outro vice-presidente poderoso – Dick Cheney – que tomou, mais sorrateiramente do que com anuência do presidente George W. Bush (2001-2008), controle sobre boa parte da política externa e militar dos Estados Unidos. Cheney era um homem de família que atuava nas sombras. Foi um exímio marionetista das engrenagens de Washington. Experiência em Brasília é o que falta para Mourão concentrar ainda mais poder. A fraqueza do presidente pusilânime joga, dia após dia, o Planalto no colo dos militares.