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O desafio de liderar em cenários de transformação constante

No dia a dia do gestor são diversas as situações que levam a refletir sobre como tomar as melhores decisões

Liderança remota (Denis Novikov/Getty Images)
Liderança remota (Denis Novikov/Getty Images)
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Sandya Coelho

Publicado em 9 de fevereiro de 2023 às, 20h24.

Por Sandya Coelho

Ao assumir um papel com gestão direta de pessoas, muitos líderes encaram novos desafios que vão além do que os livros, anos de experiência ou as melhores escolas de gestão ensinam. No dia a dia do gestor são diversas as situações que levam a refletir sobre como tomar as melhores decisões e de que forma direcionar o time usando e adaptando os métodos mais qualificados disponíveis no mercado, especialmente num momento tão desafiador como o que vivemos hoje, em constante transformação. Diante desse embate, observo que muitos líderes ainda se questionam sobre como liderar e instruir de forma próxima e humanizada, mas sem tornar as pessoas dependentes da sua gestão.

Muito se fala no mercado de trabalho sobre os desafios de liderar de forma motivacional, mas ainda vejo uma abordagem muito restrita no mercado sobre como dar autonomia na medida certa sem que os liderados se sintam soltos ou abandonados pela gestão.

Ao longo dos meus anos de profissão na área de comunicação, e trabalhando com times com perfis e formações distintas, tenho observado que nem sempre é fácil para líderes - sejam eles jovens ou já experientes - balancear a medida certa que torna a autonomia uma aliada da gestão. Em alguns casos, um líder novo na posição, tende a acreditar que autonomia é saída para ganhar a confiança do time, mas acaba se esquecendo que essa forma só funciona bem quando está atrelada a um direcionamento eficiente e estratégico por parte da liderança.

Em muitas dessas situações o maior desafio, ao meu ver, está em tomar decisões que motivem as pessoas ao mesmo tempo em que as desafiem a ir além do que acreditam serem capazes. Pode parecer simples na teoria, mas na prática é necessário considerar as sutilezas no perfil de cada profissional - que pode diferenciar de pessoa para pessoa e área de atuação. Um profissional com perfil mais inclinado ao risco pode ter mais iniciativa para novas ações do que um mais cauteloso e metódico.

Ao analisar e entender os diferentes perfis que compõem um time, um líder pode ter uma visão mais estratégica para desenhar planos de desenvolvimento de cada profissional enquanto indivíduo e também dentro do contexto de um grupo, que atua de forma complementar.

Outro ponto que pesa muito a favor do líder na hora de incentivar o time a ter uma posição mais independente, porém direcionada, é promover uma comunicação eficiente das estratégias decididas no âmbito da liderança para o time que executa as demandas. Para fomentar uma cultura de aprendizagem contínua (life long learning), é importante que tanto líderes como liderados façam parte dela, de forma que suas ações tenham impacto tanto na produtividade quanto na promoção de melhores resultados.

Analiso essas questões de uma perspectiva mais macro, porque ao lidar com pessoas, estamos lidando com sentimentos, expectativas e experiências diferentes das nossas. E, assim como pregam as melhores práticas, o líder precisa se adaptar e apoiar o time,  mas também precisa dosar a medida entre apoiar e dar independência para que as pessoas se desenvolvam de forma mais autônoma. Caso contrário, estaríamos criando liderados dependentes e limitados às suas áreas de atuação.

*Sandya Coelho - Diretora de Comunicação do GetNinjas