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Propósito e Relacionamento

Você tem claro qual é o seu propósito junto ao seu cliente? E você o coloca, de fato, em prática?

LB

Leonardo Barci

Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h18.

Trabalhando com e em empresas por praticamente toda minha vida profissional eventualmente me pergunto: ‘mas afinal, qual o sentido de tudo isso? ’

Descobri ao longo do tempo que quanto mais operacional uma pessoa está dentro da estrutura empresarial, menor a chance de ela fazer questionamentos como esse. É a pirâmide de Maslow na prática.

Ao mesmo tempo me parece natural que conforme a pessoa vá escalando esta pirâmide pessoal, é provável – mas não obrigatório – que ela aumente suas responsabilidades e papel de destaque dentro da empresa. Digo que não é obrigatório pois se essa compreensão da realidade fosse tão clara e certa, teríamos líderes empresarias e sociais com algum grau de evolução – o que ainda não me parece ser a maioria.

O fato é que em nosso trabalho diário temos visto um número crescente de empresas em busca da compreensão das relações com seus clientes e de seu próprio papel no mundo. A busca por um propósito me parece consequência do aumento na compreensão de nossa natureza e realidade.

Esta busca me parece crescente, visto que livros que tratam deste tema vêm aumentando suas vendas, com destaque para o livro que leva o título Propósito que chegou ao segundo lugar esta semana no ranking da Veja.

A grande confusão começa quando se tenta traduzir propósito como projetos sociais ou na contramão disso, a completa desconexão com os clientes e com a sociedade em seu entorno. Vejo propósito como algo no meio do caminho.

Se estivéssemos falando de pessoas, o propósito de uma mãe e de um pai seria cuidar de um filho. Nenhuma posição de destaque, mas ao mesmo tempo de vital importância para que uma criança cresça saudável física, emocional e socialmente.

Da mesma forma, uma empresa tem – independentemente de ela ter isso escrito ou não – um propósito. Muitos chamam a isso de missão, outros de visão. Gosto do termo Propósito Nobre. É, segundo Simon Sinek, o Why da coisa. Sem dúvida alguma este ‘Porque’ é importantíssimo, mas ao mesmo tempo gera muita confusão, pois depende da capacidade de compreensão de cada um dentro da empresa.

-

Então como desatar este nó?

Independentemente da compreensão interna ou não de qual é o Propósito Nobre de uma empresa, as pessoas irão exercer seus papéis no palco diário do ambiente corporativo.

O grande ponto de checagem nasce quando a empresa começa a tocar os clientes. É quando um produto ou serviço é entregue (ou não). É neste ponto entre o propósito e o cliente que a relação acontece.

Talvez eu esteja sendo um pouco extremista, mas imagine por um instante colocar o cliente de sua empresa à sua frente e oferecer dois cenários:

No primeiro você pega os valores, o propósito e tudo de bom que a empresa pode oferecer e pergunta para o cliente qual é a percepção dele sobre a realidade e a prática do que você faz. Talvez ele te sinalize alguns gaps, ou talvez ele te diga que está tudo bem e que nada precisa ser mudado. Talvez ele até não saiba o que dizer;

No segundo cenário, você conta para ele a verdade, nua e crua: “Nosso objetivo é exclusivamente gerar lucro. O resto é desculpa para gerar mais lucro. ” Talvez o cliente se espante. Talvez ele já esteja cético e te diga que afinal a verdade veio à tona. Ou eventualmente ele se irrite, mas chegue à conclusão que a sua empresa é a única no mercado e ele tem de engolir você por não ter outra opção.

Curiosamente os dois cenários podem ser verdadeiros ou falsos, depende da prática da empresa. Se você tem boa intenção, mas a prática não condiz com a realidade, o resultado é falso.

E é exatamente neste ponto de contato chamado relacionamento em que Propósito Nobre e Cliente se tocam.

Em resumo, de nada adianta um Propósito Nobre se ele não pode ser colocado em prática, e da mesma forma, não adianta maquiar a real intenção da empresa com propaganda e ‘estratégias de relacionamento’, se ela beneficia apenas um dos lados. No final, o que mantém o relacionamento é uma única verdade entre intenção e prática.

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Trabalhando com e em empresas por praticamente toda minha vida profissional eventualmente me pergunto: ‘mas afinal, qual o sentido de tudo isso? ’

Descobri ao longo do tempo que quanto mais operacional uma pessoa está dentro da estrutura empresarial, menor a chance de ela fazer questionamentos como esse. É a pirâmide de Maslow na prática.

Ao mesmo tempo me parece natural que conforme a pessoa vá escalando esta pirâmide pessoal, é provável – mas não obrigatório – que ela aumente suas responsabilidades e papel de destaque dentro da empresa. Digo que não é obrigatório pois se essa compreensão da realidade fosse tão clara e certa, teríamos líderes empresarias e sociais com algum grau de evolução – o que ainda não me parece ser a maioria.

O fato é que em nosso trabalho diário temos visto um número crescente de empresas em busca da compreensão das relações com seus clientes e de seu próprio papel no mundo. A busca por um propósito me parece consequência do aumento na compreensão de nossa natureza e realidade.

Esta busca me parece crescente, visto que livros que tratam deste tema vêm aumentando suas vendas, com destaque para o livro que leva o título Propósito que chegou ao segundo lugar esta semana no ranking da Veja.

A grande confusão começa quando se tenta traduzir propósito como projetos sociais ou na contramão disso, a completa desconexão com os clientes e com a sociedade em seu entorno. Vejo propósito como algo no meio do caminho.

Se estivéssemos falando de pessoas, o propósito de uma mãe e de um pai seria cuidar de um filho. Nenhuma posição de destaque, mas ao mesmo tempo de vital importância para que uma criança cresça saudável física, emocional e socialmente.

Da mesma forma, uma empresa tem – independentemente de ela ter isso escrito ou não – um propósito. Muitos chamam a isso de missão, outros de visão. Gosto do termo Propósito Nobre. É, segundo Simon Sinek, o Why da coisa. Sem dúvida alguma este ‘Porque’ é importantíssimo, mas ao mesmo tempo gera muita confusão, pois depende da capacidade de compreensão de cada um dentro da empresa.

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Então como desatar este nó?

Independentemente da compreensão interna ou não de qual é o Propósito Nobre de uma empresa, as pessoas irão exercer seus papéis no palco diário do ambiente corporativo.

O grande ponto de checagem nasce quando a empresa começa a tocar os clientes. É quando um produto ou serviço é entregue (ou não). É neste ponto entre o propósito e o cliente que a relação acontece.

Talvez eu esteja sendo um pouco extremista, mas imagine por um instante colocar o cliente de sua empresa à sua frente e oferecer dois cenários:

No primeiro você pega os valores, o propósito e tudo de bom que a empresa pode oferecer e pergunta para o cliente qual é a percepção dele sobre a realidade e a prática do que você faz. Talvez ele te sinalize alguns gaps, ou talvez ele te diga que está tudo bem e que nada precisa ser mudado. Talvez ele até não saiba o que dizer;

No segundo cenário, você conta para ele a verdade, nua e crua: “Nosso objetivo é exclusivamente gerar lucro. O resto é desculpa para gerar mais lucro. ” Talvez o cliente se espante. Talvez ele já esteja cético e te diga que afinal a verdade veio à tona. Ou eventualmente ele se irrite, mas chegue à conclusão que a sua empresa é a única no mercado e ele tem de engolir você por não ter outra opção.

Curiosamente os dois cenários podem ser verdadeiros ou falsos, depende da prática da empresa. Se você tem boa intenção, mas a prática não condiz com a realidade, o resultado é falso.

E é exatamente neste ponto de contato chamado relacionamento em que Propósito Nobre e Cliente se tocam.

Em resumo, de nada adianta um Propósito Nobre se ele não pode ser colocado em prática, e da mesma forma, não adianta maquiar a real intenção da empresa com propaganda e ‘estratégias de relacionamento’, se ela beneficia apenas um dos lados. No final, o que mantém o relacionamento é uma única verdade entre intenção e prática.

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