Exame.com
Continua após a publicidade

O ápice do marketing é a venda, mas não do produto ou serviço

É preciso compreender que a empresa vende experiências com a marca

Talvez você esteja meio confuso com o título do artigo ou se perguntando se eu pirei para falar que o ápice do marketing não é a venda do produto ou serviço. 

Eu sei e já ouvi várias vezes as pessoas dizerem que marketing e vendas são, no fundo, a mesma coisa. Por isso ainda é comum encontrar empresas que acabam unificando operacionalmente e até mesmo estrategicamente estas duas áreas. 

O problema aqui é que marketing e vendas não são e não devem ser encarados como a mesma coisa nem operacionalmente e muito menos em termos de estratégia. Claro que as duas áreas são muito conectadas e as vejo como um complementares em uma estratégia de negócios. 

E o ponto principal de diferença está no foco ou no objetivo prático de cada uma destas áreas.  

De maneira bem objetiva, a área de vendas tem como finalidade aproveitar as oportunidades de conquistar o cliente executando a venda do produto ou serviço, de preferência usando táticas éticas. 

E qual o papel do marketing? O papel do marketing é vender, mas vender aquilo que é a primeira coisa que qualquer empresa vende antes do seu produto ou do seu serviço. A percepção e a experiência real do cliente com a marca. 

Vivemos tempos de grandes e rápidas transformações nos comportamentos de consumo das pessoas e nas suas relações com as marcas. Quem me conhece sabe que falo isso toda hora, principalmente porque entendo que isso faz com que precisemos revisitar o papel estratégico do marketing. 

Já escrevi aqui neste outro artigo, que a experiência do cliente começa antes mesmo dele virar cliente, porque ela começa com a percepção e na reputação que ele constrói sobre uma marca a partir não apenas do que a empresa fala na sua comunicação, mas principalmente do que outras pessoas falam sobre ela. E hoje, com as Redes Sociais, as marcas controlam ou influenciam bem menos as narrativas sobre elas. 

Por isso falo também que o novo papel estratégico do marketing é o de resgatar e ser o guardião do propósito real e verdadeiro da marca, mas para falar menos dela para as pessoas.  

O objetivo deste resgate é para fazer com o propósito seja o grande norteador das estratégias e dos comportamentos da empresa em tudo o que ela faz. Porque tudo isso é o que gera as experiências nos clientes. Experiências que se forem boas, irão fidelizar o cliente, mas se forem ruins, irão afastá-lo. 

Resumindo, o marketing atual é mais sobre vender experiências e menos sobre vender promessas ou atributos através da comunicação. 

As vendas dos produtos e serviços serão apenas uma ótima consequência.