No Relacionamento com Clientes: decifra-me se puderes.
Será o relacionamento com clientes uma ciência exata?
Leonardo Barci
Publicado em 28 de agosto de 2017 às 08h00.
Última atualização em 28 de agosto de 2017 às 08h00.
Gosto da frase que abre o livro Criando União,de Eva Pierrakos que diz: “Se a vida é uma escola, relacionamentos é sua universidade”.
Ao longo do tempo, depreendi um par de coisas desta frase. Uma delas diz respeito à diferença entre “comprar” conhecimento e “vive-lo” na prática.
O tema não é novo, Edgar Dale,em 1946, introduziu o que ele chamou de o Cone da Experiência. Em resumo, ele dizia que em uma escala crescente, ler faz com que a pessoa guarde aproximadamente 10% do conhecimento, enquanto simular ou fazer a coisa real, eleva esta taxa para algo em torno de 90%.
Tenho visto muita gente comprando conhecimento sobre relacionamento com clientes. Muitas técnicas, ‘sacadas’, programas de prateleira, entre outras ferramentas de acesso fácil. É verdade, até o Marcio e eu em nossa empresa vendemos este tipo de conhecimento. A diferença é tipicamente o que e como ele é oferecido. Se você tem ou já cuidou de filhos durante a sua jornada, sabe que livros, dicas e referências, são apenas isso: referência.
Descobri recentemente o que significa o resultado prático de um árduo trabalho de relacionamento entre empresa e cliente.
Há alguns dias, em uma reunião de trabalho, chegamos a um ponto de dar o próximo passo no relacionamento com os clientes de uma das empresas que atendemos. Foram literalmente anos de organização de dados, atendimento direto ao cliente, programas de relacionamento bem e mal sucedidos, sites e fãs pages aos montes. Enfim, um par de tentativas e erros com um único objetivo: atender melhor o cliente. Ao final da reunião, cheguei à conclusão de que a ‘infraestrutura e o saneamento básico’ estavam mais do que organizados para dar o próximo passo.
O que mais me chamou a atenção, porém, foi o fato de que durante todo este tempo a empresa criou um legado que jamais poderá ser copiado ou replicado até mesmo por um concorrente direto. Esta empresa tem hoje a base do relacionamento. Enquanto a empresa esteve ‘organizando a casa’, ela se manteve firme no trato e no respeito ao seu público. Este falar e ouvir foi pouco-a-pouco sendo traduzido em bits and bytes. Vi na prática que o tal do Big Data não é nada se a empresa não é capaz de enxergar pessoas através da tela do computador.
A experiência de se relacionar é intransferível e estritamente pessoal. Esta mesma empresa comprou há algum tempo um segundo colocado de mercado e descobriu rapidamente que o relacionamento que até então era um sucesso, não poderia ser replicado. Descobriram a duras penas que o trabalho deveria partir novamente no zero para este novo grupo de clientes. É... relacionamento leva tempo e dá trabalho.
Enquanto essas experiências se passaram diante de mim, minha filha mais nova me pediu para construir um Cryptex. Sim, aquele mecanismo de chaves e segredos do Código Da Vinci. Descobri também a duras penas que um vídeo de 15 minutos do tipo faça você mesmo pode significar fácil-fácil 15 horas de trabalho ou mais.
Ao fim, chego à conclusão de que relacionamento não é uma ciência exata. Ao mesmo tempo, a exatidão dos números (e dos bancos de dados) te ajudam a saber onde você está no relacionamento, onde pode ir e como chegar lá. Como diriam os americanos, nada mais certo do que o tal do Walk the Talk.
Gosto da frase que abre o livro Criando União,de Eva Pierrakos que diz: “Se a vida é uma escola, relacionamentos é sua universidade”.
Ao longo do tempo, depreendi um par de coisas desta frase. Uma delas diz respeito à diferença entre “comprar” conhecimento e “vive-lo” na prática.
O tema não é novo, Edgar Dale,em 1946, introduziu o que ele chamou de o Cone da Experiência. Em resumo, ele dizia que em uma escala crescente, ler faz com que a pessoa guarde aproximadamente 10% do conhecimento, enquanto simular ou fazer a coisa real, eleva esta taxa para algo em torno de 90%.
Tenho visto muita gente comprando conhecimento sobre relacionamento com clientes. Muitas técnicas, ‘sacadas’, programas de prateleira, entre outras ferramentas de acesso fácil. É verdade, até o Marcio e eu em nossa empresa vendemos este tipo de conhecimento. A diferença é tipicamente o que e como ele é oferecido. Se você tem ou já cuidou de filhos durante a sua jornada, sabe que livros, dicas e referências, são apenas isso: referência.
Descobri recentemente o que significa o resultado prático de um árduo trabalho de relacionamento entre empresa e cliente.
Há alguns dias, em uma reunião de trabalho, chegamos a um ponto de dar o próximo passo no relacionamento com os clientes de uma das empresas que atendemos. Foram literalmente anos de organização de dados, atendimento direto ao cliente, programas de relacionamento bem e mal sucedidos, sites e fãs pages aos montes. Enfim, um par de tentativas e erros com um único objetivo: atender melhor o cliente. Ao final da reunião, cheguei à conclusão de que a ‘infraestrutura e o saneamento básico’ estavam mais do que organizados para dar o próximo passo.
O que mais me chamou a atenção, porém, foi o fato de que durante todo este tempo a empresa criou um legado que jamais poderá ser copiado ou replicado até mesmo por um concorrente direto. Esta empresa tem hoje a base do relacionamento. Enquanto a empresa esteve ‘organizando a casa’, ela se manteve firme no trato e no respeito ao seu público. Este falar e ouvir foi pouco-a-pouco sendo traduzido em bits and bytes. Vi na prática que o tal do Big Data não é nada se a empresa não é capaz de enxergar pessoas através da tela do computador.
A experiência de se relacionar é intransferível e estritamente pessoal. Esta mesma empresa comprou há algum tempo um segundo colocado de mercado e descobriu rapidamente que o relacionamento que até então era um sucesso, não poderia ser replicado. Descobriram a duras penas que o trabalho deveria partir novamente no zero para este novo grupo de clientes. É... relacionamento leva tempo e dá trabalho.
Enquanto essas experiências se passaram diante de mim, minha filha mais nova me pediu para construir um Cryptex. Sim, aquele mecanismo de chaves e segredos do Código Da Vinci. Descobri também a duras penas que um vídeo de 15 minutos do tipo faça você mesmo pode significar fácil-fácil 15 horas de trabalho ou mais.
Ao fim, chego à conclusão de que relacionamento não é uma ciência exata. Ao mesmo tempo, a exatidão dos números (e dos bancos de dados) te ajudam a saber onde você está no relacionamento, onde pode ir e como chegar lá. Como diriam os americanos, nada mais certo do que o tal do Walk the Talk.