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Mudando o olhar sobre as Pessoas - Clientes e Funcionários

Como você pretende olhar as pessoas em 2016 na sua empresa? Leia o artigo de Leonardo Barci e veja como isso pode fazer toda a diferença.

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Relacionamento antes do Marketing

Publicado em 11 de janeiro de 2016 às, 09h00.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h48.

Quando uma empresa com funcionários, clientes, fornecedores, contratos, estrutura física, processos e procedimentos é comprada, o que de fato o comprador está adquirindo?

Quando se fala de relacionamento, a compra de uma empresa pode significar o fim de uma série de relacionamentos. O Márcio, meu parceiro aqui no Blog e na youDb, costuma dizer que uma empresa morre quando ela fecha as portas ou quando ela é comprada –  isto porque a compra pode significar o fim da marca e tudo o que ela carregava até aquele momento.

Para pessoas que trabalham com compra e venda de empresas, a pergunta do início do texto é o que define o valor, a forma e a concretização (ou não) de um negócio.

O interessante neste tipo de transação é que ela abre a perspectiva para uma compreensão maior e melhor sobre como estamos tratando os diversos relacionamentos de nossas corporações.

Sob a ótica de compra e venda, os clientes e outras pessoas da relação formal com a empresa são considerados ativos que podem ser valorados e planilhados.

Será que quanto as pessoas valem é o mais importante na relação?

Se o mais importante na definição de prioridades de uma empresa for o lucro, então a resposta é sim.

Não tenho nada contra ou a favor do lucro, apenas gosto de considerar que ele é a representação de uma operação saudável (boas relações com todos os públicos dentro e fora da empresa, um equilíbrio entre o dar e receber, isto é, o que a empresa retira da sociedade e do meio à sua volta e que ela devolve através de produtos e/ou serviços de qualidade).

Estamos vivendo um momento desafiador na humanidade: buscamos traduzir tudo e todos em alguma referência monetária. Até aí, nenhum problema. Ou talvez sim…

Image courtesy of Serge Bertasius Photography at FreeDigitalPhotos.net

Image courtesy of Serge Bertasius Photography at FreeDigitalPhotos.net

O dinheiro desde há muito tempo não tem mais lastro em nada físico. Até a ‘conversão’ do dinheiro no ‘formato’ papel ou moeda para registros eletrônicos, ainda havia a limitação do próprio papel ou do metal! No momento em que traduzimos o dinheiro em bits & bytes em um banco de dados, esta limitação deixou de existir.

A questão seria cômica se não fosse trágica. Acho que em algum momento nos esquecemos de que criamos uma formula que pode escalar sua quantidade até o infinito, porém dentro de um planeta finito.

Este princípio básico tem levado nossa sociedade a aumentar um pouco de tudo. Se dinheiro é o mais importante, então tudo o que pode gerar mais dinheiro recebe incentivos e apoio…

Se -> mais pessoas significar mais clientes e mais ‘mão de obra’ -> Então, aumento populacional é algo desejável;

Se -> maior produção significa mais vendas -> Então um aumento de todo o tipo de atividade comercial e industrial é algo esperado;

E assim por diante…

Desculpe, caro leitor, se estou exigindo nesta abertura do ano sua atenção para pontos,  digamos, um tanto filosóficos. Mas este é tipicamente um momento de repensar o ano e refletir sobre onde iremos colocar nossa energia. Portanto, uma ótima oportunidade para rever nossos conceitos e decisões para 2016.

A pergunta que fica então é: como mudar esta lógica?

Não tenho uma resposta única ou mesmo definitiva, mas posso deixar com tranquilidade algumas indicações que vêm fazendo a diferença em empresas com as quais  temos tido a oportunidade de trabalhar e aprender juntos.

A primeira indicação é voltar ao que é essencial dentro de sua empresa. Porque ela abriu as portas em primeira instância? A que e a quem ela serve? Chamo a esta definição de Propósito Nobre, algo que mobiliza as pessoas a saírem de suas camas todos os dias e contribuírem com algo que faz o dia das pessoas melhor.

Talvez eu pareça  simplista ou até mesmo ingênuo na minha colocação, mas acredito que as empresas existem para servir a seus clientes. Se isto não acontece, existe uma grande chance de que em algum momento ela enfrente dificuldades de toda a espécie. Afinal, qual é o cliente que quer servir a empresa que lhe atende?!

Para a terceira sugestão que gostaria de colocar, sinceramente, não tenho uma resposta ainda muito clara, mas deixo algumas ferramentas de reflexão.

Para os funcionários e outras pessoas da relação interna da empresa ferramentas de análise de clima organizacional, entre outras, são ótimos indicadores de como ‘as coisas estão’ dentro da empresa.

A questão, porém, é simples e ao mesmo tempo desafiadora. A pergunta é: As pessoas que trabalham na empresa estão felizes? Não falo aqui sobre um clima de euforia, aquela alegria passageira. Mas um clima de camaradagem e trabalho em equipe onde os desafios são enfrentados em conjunto e os ganhos compartilhados.

Acho que para este último ponto talvez seja o maior desafio de mudança dentro e fora das empresas. Provável que muitas empresas fechem suas portas antes mesmo de chegarem a uma solução. O mundo vem passando por grandes transformações. Talvez a solução aqui seja, no mínimo, estar antenado ao que se passa ao redor e trazer para dentro de casa aquilo que melhor se adeque a cada realidade.

Bem-vindo a 2016. Um Feliz Ano e Boas Relações para você e sua empresa.