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Crescimento ou Evolução?

Evolução no relacionamento com o cliente significa de fato estreitar esta relação ou crescer no negócio?

Human evolution of monkey to modern man programmer, computer user isolated on white background. Male character evolve steps from ape to upright homo sapiens, Darwin theory. Cartoon vector illustration (Designed by vectorpouch / Freepik/Creative Commons)
Human evolution of monkey to modern man programmer, computer user isolated on white background. Male character evolve steps from ape to upright homo sapiens, Darwin theory. Cartoon vector illustration (Designed by vectorpouch / Freepik/Creative Commons)
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Relacionamento antes do Marketing

Publicado em 11 de novembro de 2019 às, 04h00.

Última atualização em 11 de novembro de 2019 às, 09h41.

No post de hoje parto de duas palavras que podem ou não significar a mesma coisa, e é até possível que ao longo do texto eu use alguma delas com certa imprecisão. Refiro-me à crescimento e evolução.

Então, caro leitor/cara leitora, fique à vontade para substituí-las por palavras que eventualmente lhe pareçam mais adequadas. De toda forma meu convite é que você não largue o texto pelo simples fato de, eventualmente, eu ter “pisado” em alguma destas palavras por engano.

Feita esta rápida ressalva, vamos adiante...

Nestes últimos tempos tenho estudado sobre o ecossistema de dados, não sob o ponto de vista técnico, mas sob a ótica de como ele nasceu, como está se desenvolvendo, e para onde eventualmente estamos indo – se é que seja possível acertar a direção com alguma precisão.

Já escrevi um bocado sobre os três fatores que se tornaram pilares sociais que são: a internet (ou a interconectividade de todos, e aos poucos de tudo); o acesso (e ser acessível) de forma móvel e em qualquer lugar a qualquer hora; e a banda larga para fazer tudo isso acontecer.

A estes pilares eu chamaria de “infraestrutura” do que Bill Gates concebeu nos anos 90 como a supervia da informação.

O passo que estamos dando neste momento como humanidade, é jogar para dentro deste ambiente zetabytes de dados em um volume e com uma velocidade crescente. Estamos literalmente digitalizando o conhecimento humano, senão a própria humanidade.

O passo seguinte que já estamos arranhando hoje com IP6, é conectar não apenas todos, mas tudo – da geladeira a embalagem de café.

E o que isso tem a ver com a minha empresa e com o relacionamento com clientes?

Até o presente momento, sob a ótica dos negócios, temos tido poucas, mas relevantes evoluções e muito, mas muito crescimento.

Explico:

Se você pegar invenções e descobertas como a energia elétrica e sua transmissão, a lâmpada, o carro, a televisão, o telefone, o avião e como certamente incluiria o Márcio: a Coca-Cola. Todas elas, embora tenham feito a humanidade dar saltos e alterado drasticamente a paisagem social do mundo, evoluíram muito pouco desde a sua primeira aparição.

Pegando apenas o caso da televisão, ela ganhou cores, melhorou a definição, reduziu de peso e tamanho, ganhou controle remoto, as mais novas até são chamadas de smarts. Mas, em essência, permanecem fazendo a mesma coisa que é: receber sinal de algum lugar e transformar em som e imagem em outro.

Na minha leitura até aqui, temos um mundo que foi baseado em “hardware” com alguma evolução de “software” ao longo do tempo. Mesmo este software, como é o caso das TVs, durante muito tempo foi traduzido em hardware.

Neste novo mundo, o hardware não tem mais tanta importância, ou até tem, mas tirando a Apple que ainda detém alguma espécie de monopólio sob o ponto de vista de integração (equipamento + sistema operacional + serviços), nenhuma outra marca conseguiu repetir, e neste novo mundo dificilmente conseguirá repetir este feito de dominar exclusivamente um segmento que começa a se tornar social.

A diferença de nossa história como sociedade até aqui é que os negócios e as relações com os clientes têm se baseado em coisas físicas. Na troca de bens e mesmo serviços que temos feito até o presente momento, levamos em consideração que aquilo que é físico e tangível é o que tem valor.

Estamos em um ponto de inflexão onde esta verdade já foi desafiada. A Uber não tem carros, AirB&B não tem quartos de hotéis, bem, você já sabe o resto da história.

Neste novo mundo onde subvertemos o hardware, isto é, a coisa física, em detrimento do software, a evolução está vindo da forma como conectamos os pontos – ou os bits.

E a relação com os clientes como fica?

Neste novo ambiente, a relação com os clientes deve seguir o princípio das boas relações e da evolução da própria marca. Na minha visão pessoal, as próprias empresas devem se tornar plataformas que permitam com que o hardware (neste caso, aquilo é relativamente fixo na empresa como estrutura, pessoas, fornecedores e governança) sejam “atualizados” a um ciclo de no máximo 2 anos para acompanhar também a evolução do próprio cliente.

As marcas que devem perdurar ao longo dos próximos anos não serão aquelas que apenas lançarão a maior quantidade de novos produtos (através da antiga área de P&D), mas onde a própria empresa é um novo produto ou serviço para o cliente ao longo do tempo.