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Ajudando o cliente a pisar na Lua

Uma empresa deve estabelecer estratégias que serão boas apenas para si ou para seus clientes e todos à sua volta?

(Imagem de Thomas Wolter por Pixabay/Creative Commons)
LB

Leonardo Barci

Publicado em 30 de setembro de 2019 às 05h00.

Última atualização em 30 de setembro de 2019 às 05h00.

Há alguns dias, tive uma conversa improvável sobre Big Data. Foi com uma pessoa que trabalha na área comercial, talvez uns 15 ou 20 anos mais novo do que eu.

Trabalho e estudo Database Marketing (sim, ainda sou dessa época!) desde 1996. Foi curioso ver alguém que está entrando nesse mercado e ter acesso a sua visão sobre algo que já tem pouco mais de 100 anos de existência.

Foi como acompanhar um diálogo entre Elon Musk (fundador da Telsa Motors – entre outros negócios) e Neil Armstrong (primeiro homem a pisar na lua). Se eu fosse traduzir em palavras o diálogo teria sido mais ou menos assim:

-  Sabe, Sr. Neil, a gente está cada vez mais perto de levar um homem à Marte. O maior desafio econômico que era lançar um foguete e conseguir recuperá-lo já foi praticamente superado. A questão agora está mais na condição humana de manter um homem vivo nesse trajeto de ida e volta do que em aspectos técnicos. Mas...talvez eu esteja lhe chateando com esse papo. O que o Sr. acha de levar um homem à Marte?

Talvez Armstrong respondesse com algo próximo de:

- Olha, Musk, palavras jamais serão suficientes para traduzir todas as emoções e desafios que tivemos de superar para que eu e meus colegas fôssemos à Lua e voltássemos em segurança. Ir aonde nenhum outro ser humano foi, e que provavelmente demorará algum tempo para retornar, foi algo que não tenho como expressar de forma completa. Depois de voltar dessa experiência, passei a minha vida dando palestras e em aparições públicas na tentativa de tentar contar para as pessoas o que eu e meus colegas tivemos oportunidade de experimentar. Acredito que você saiba que nós fomos na Apolo 11. O número não é à toa. Nas missões anteriores chegamos até a perder alguns amigos de jornada para que apenas 3 de nós tivéssemos a oportunidade de ir até a Lua. Não saberia dizer se iremos ou não chegar até Marte com base no que você está trabalhando na Space X, mas é certo que alguém como eu um dia irá olhar para alguém como você e agradecer por seu esforço. Quando pisei na Lua você ainda não era nascido. O mundo literalmente parou naquele 20 de julho. Mesmo em um tempo de guerra fria, por alguns momentos, nos tornamos não mais nações e povos, mas apenas seres de um mesmo planeta pisando em algum lugar fora dele. Então, desejo, sinceramente, que você consiga contribuir para que o homem chegue até Marte.

Este diálogo improvável me remeteu que a importância entre o Por Que, o Como e O Que fazemos às vezes tem uma linha muito tênue entre si.

Na época, Kennedy provocou a sociedade científica dos EUA a levarem (e trazerem em segurança) o homem a Lua. Ele foi aconselhado de que isso valeria pontos na corrida de poder global silenciosamente estabelecida entre dois lados do globo.

Sinceramente, duvido que os profissionais da NASA na época estivessem mais preocupados em ganhar pontos em uma guerra sem sentido do que realmente em superar os desafios técnicos e alcançar um feito que marcaria a humanidade por séculos.

Entrei nesta área de informações para Marketing com a simples vontade de poder levar a mensagem certa para a pessoa certa na hora certa. Ao longo dos anos me decepcionei com o uso que fui vendo as empresas fazerem das informações e suas motivações unilaterais, não mais de levar o produto certo para a cliente certo, mas sim de empurrar um estoque já produzido para o maior número de pessoas para gerar o maior retorno financeiro no menor prazo possível.

Felizmente, hoje o acesso a métodos e tecnologias está cada vez mais democrático, o que vai gerando um natural equilíbrio social. Ao mesmo tempo em que a transparência daquilo que se faz está cada mais rapidamente vindo à tona, como foi o caso da Cambridge Analitica recentemente. Não que esta empresa seja alguma espécie de bode expiatório, mas já nos sinaliza de que a sociedade está cada vez menos tolerante com resultados positivos para apenas um lado.

Talvez o nosso desafio hoje seja dar mais um passo em nossa sociedade global que está saindo da guerra de poder para a guerra econômica e seguir para o próximo degrau que é a compaixão, a solidariedade, e o resultado positivo para todos. Fazer algo porque será bom para todos e não apenas para alguns.

Se soubermos olhar para o Big Data e seus “parentes” como algo a melhorar a vida do cliente e consequentemente da empresa e da sociedade, então, provável, estejamos na direção certa.

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Há alguns dias, tive uma conversa improvável sobre Big Data. Foi com uma pessoa que trabalha na área comercial, talvez uns 15 ou 20 anos mais novo do que eu.

Trabalho e estudo Database Marketing (sim, ainda sou dessa época!) desde 1996. Foi curioso ver alguém que está entrando nesse mercado e ter acesso a sua visão sobre algo que já tem pouco mais de 100 anos de existência.

Foi como acompanhar um diálogo entre Elon Musk (fundador da Telsa Motors – entre outros negócios) e Neil Armstrong (primeiro homem a pisar na lua). Se eu fosse traduzir em palavras o diálogo teria sido mais ou menos assim:

-  Sabe, Sr. Neil, a gente está cada vez mais perto de levar um homem à Marte. O maior desafio econômico que era lançar um foguete e conseguir recuperá-lo já foi praticamente superado. A questão agora está mais na condição humana de manter um homem vivo nesse trajeto de ida e volta do que em aspectos técnicos. Mas...talvez eu esteja lhe chateando com esse papo. O que o Sr. acha de levar um homem à Marte?

Talvez Armstrong respondesse com algo próximo de:

- Olha, Musk, palavras jamais serão suficientes para traduzir todas as emoções e desafios que tivemos de superar para que eu e meus colegas fôssemos à Lua e voltássemos em segurança. Ir aonde nenhum outro ser humano foi, e que provavelmente demorará algum tempo para retornar, foi algo que não tenho como expressar de forma completa. Depois de voltar dessa experiência, passei a minha vida dando palestras e em aparições públicas na tentativa de tentar contar para as pessoas o que eu e meus colegas tivemos oportunidade de experimentar. Acredito que você saiba que nós fomos na Apolo 11. O número não é à toa. Nas missões anteriores chegamos até a perder alguns amigos de jornada para que apenas 3 de nós tivéssemos a oportunidade de ir até a Lua. Não saberia dizer se iremos ou não chegar até Marte com base no que você está trabalhando na Space X, mas é certo que alguém como eu um dia irá olhar para alguém como você e agradecer por seu esforço. Quando pisei na Lua você ainda não era nascido. O mundo literalmente parou naquele 20 de julho. Mesmo em um tempo de guerra fria, por alguns momentos, nos tornamos não mais nações e povos, mas apenas seres de um mesmo planeta pisando em algum lugar fora dele. Então, desejo, sinceramente, que você consiga contribuir para que o homem chegue até Marte.

Este diálogo improvável me remeteu que a importância entre o Por Que, o Como e O Que fazemos às vezes tem uma linha muito tênue entre si.

Na época, Kennedy provocou a sociedade científica dos EUA a levarem (e trazerem em segurança) o homem a Lua. Ele foi aconselhado de que isso valeria pontos na corrida de poder global silenciosamente estabelecida entre dois lados do globo.

Sinceramente, duvido que os profissionais da NASA na época estivessem mais preocupados em ganhar pontos em uma guerra sem sentido do que realmente em superar os desafios técnicos e alcançar um feito que marcaria a humanidade por séculos.

Entrei nesta área de informações para Marketing com a simples vontade de poder levar a mensagem certa para a pessoa certa na hora certa. Ao longo dos anos me decepcionei com o uso que fui vendo as empresas fazerem das informações e suas motivações unilaterais, não mais de levar o produto certo para a cliente certo, mas sim de empurrar um estoque já produzido para o maior número de pessoas para gerar o maior retorno financeiro no menor prazo possível.

Felizmente, hoje o acesso a métodos e tecnologias está cada vez mais democrático, o que vai gerando um natural equilíbrio social. Ao mesmo tempo em que a transparência daquilo que se faz está cada mais rapidamente vindo à tona, como foi o caso da Cambridge Analitica recentemente. Não que esta empresa seja alguma espécie de bode expiatório, mas já nos sinaliza de que a sociedade está cada vez menos tolerante com resultados positivos para apenas um lado.

Talvez o nosso desafio hoje seja dar mais um passo em nossa sociedade global que está saindo da guerra de poder para a guerra econômica e seguir para o próximo degrau que é a compaixão, a solidariedade, e o resultado positivo para todos. Fazer algo porque será bom para todos e não apenas para alguns.

Se soubermos olhar para o Big Data e seus “parentes” como algo a melhorar a vida do cliente e consequentemente da empresa e da sociedade, então, provável, estejamos na direção certa.

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