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A seleção natural das marcas

As pessoas são impactadas diariamente por diversas marcas e de diversas formas e, naturalmente, selecionam as que darão mais atenção

 (IA por Microsoft Designer)
(IA por Microsoft Designer)

Com quantas marcas você se relaciona de alguma forma por dia? Já parou para fazer esta conta? 

E não importa o motivo do relacionamento. Pode ser um produto que você usa diariamente, como a pasta de dente, a roupa que escolheu para vestir, uma compra ocasional ou até mesmo os impactos de comunicação que você recebe por diversos meios diferentes. 

Me fiz esta pergunta há alguns anos e acabei aplicando duas pesquisas comigo mesmo. O resultado virou base para um artigo na época e, claro, não tiveram nenhuma validade estatística e nem era este o objetivo, mas sim a curiosidade mesmo. 

E para relembrar os resultados, replico aqui o que escrevi no artigo, colocando os dados consolidados da medição feita por 7 dias consecutivos: 

  • A primeira pesquisa foi desafiadora, pois era complicado ficar me lembrando de anotar todas as marcas e deixei passar algumas. Mas ainda assim, cheguei a um total de 559 marcas diferentes, sendo que destas, 182 foram marcas com as quais me relacionei todos os sete dias. 
  • Na segunda, mais fácil de medir, recebi comunicação de 312 marcas diferentes, com uma média de 35 marcas por dia, sendo que de algumas marcas recebi mais de um contato (e-mail e sms) por dia. 

O fato é que somos inundados diariamente por diversas marcas e de diversas formas além da própria comunicação em si. E isso tem nos tornado cada vez mais seletivos em relação às escolhas das marcas com as quais daremos uma real atenção. Sim, porque muitas você nem mesmo vai se lembrar. 

E o que define esta seleção natural das marcas que as pessoas farão? Tenho explicado constantemente que neste mundo digitalizado e com tanto impacto, as marcas acabam disputando o tempo e a atenção do cliente. Um tempo e atenção que tem como gatilhos principais o momento do cliente e os motivos dele para se relacionar e consumir.  

E neste sentido, mas do que estar todo momento da caixa postal ou na lista de SMS recebidos do cliente, é necessário construir uma maior relevância para a marca. Uma relevância que virá da real diferenciação, mas principalmente, de acertar o momento certo de falar impactar uma pessoa. Este momento certo é o momento dela e não o que a empresa quer. 

Como sempre falo também para as marcas, dificilmente o seu cliente acordará todos os dias morrendo de vontade de receber as suas comunicações. E além da sua, ele receberá impactos de diversas marcas diariamente, como minha despretensiosa pesquisa mostrou. 

Como fazer então? Não é nenhuma fórmula mágica, mas sempre recomendo que as marcas comecem compreendendo 3 coisas principais, antes de saírem de maneira desesperada implementando tecnologias, fazendo ações de vendas, mudando produtos etc. 

1 – Propósito é mais do que uma frase bonita, é um norteador estratégico que define como a empresa irá se relacionar no mercado. Lembre que relacionamento não é apenas uma atividade de marketing, mas também o que a empresa faz para continuar existindo. Afinal, sem cliente nenhuma empresa sobrevive. 

2 – A marca precisa ter um diferencial competitivo real e não copiável. Ou seja, o diferencial não é um atributo do produto ou serviço. Aliás, eles são apenas meio e não o fim principal. Nem o lucro é fim principal da empresa, ele é consequência. E muita empresa só percebe isso depois que quebra. 

3 – Entenda que o mundo está mudando rápido, os comportamentos das pessoas também e, portanto, não ache que qualquer sucesso que a marca tenha tido até agora irá sustentar e manter o sucesso no futuro.  

E depois disso, aí então é hora de arregaçar as mangas e começar a trabalhar nestas e em outras frentes de operação.