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A escolha pelo fim da guerra

No relacionamento com seus clientes, sua empresa é motivada pelo amor ou pela guerra?

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Relacionamento antes do Marketing

Publicado em 19 de outubro de 2015 às, 10h00.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h52.

Image courtesy of Stuart Miles at FreeDigitalPhotos.net

Image courtesy of Stuart Miles at FreeDigitalPhotos.net

Diz a lenda, que entre as diversas possibilidades de evolução disponíveis no universo, a humanidade que habita nosso planeta escolheu a guerra como “atalho” para o crescimento.

Se você ainda não sabe, boa parte das chamadas maravilhas tecnológicas modernas se desenvolveram a partir da intenção da guerra ou da disputa, como foram os casos do GPS, do celular, da ida do homem à Lua, etc. Daquelas que não nasceram desta semente de conflito, muitas outras maravilhas se desenvolveram sobremaneira com intenção militar, como foi o caso do computador, do avião (fico triste em saber que Santos Dummont se suicidou ao ver o uso que se fez de sua invenção), entre outros fatos que marcaram nossa história recente.

Embora hoje – felizmente – não tenhamos mais nenhuma guerra global, dos principais conflitos contemporâneos, parte deles ainda resiste a uma posição unilateral, seja ela partidária, religiosa ou ideológica e outra parte na ganância, seja por territórios, recursos naturais, mercados, poder ou qualquer outro motivo que as pessoas considerem ter algum valor.

O Marketing é como uma espada afiada. A espada não julga se sua lâmina está sendo usada para cozinhar ou para ferir.

Um amigo, dono de agência, teve uma vivência com outros profissionais da área na qual uma pessoa tinha de defender uma determinada posição sobre um tema aleatório dentro de uma roda de debates. No momento em que a pessoa começava a ter apoio, o mediador a trocava de lado no debate e pedia para ela manter a mesma qualidade de convencimento, porém na posição contrária. Este meu amigo ficou assustado em perceber o que um profissional de marketing é capaz de fazer com a opinião pública.

Na matéria da semana passada, Márcio falou um pouco sobre a busca incessante de algumas empresas e empresários pelas soluções mágicas.

A pergunta que gosto de fazer para mim e para as pessoas quando sou convidado para um trabalho é: “Por que? ”

Por que sua empresa precisa crescer?

Por que você precisa aumentar as vendas?

Não quero dizer com isto que o crescimento não seja salutar. Se as sementes desejarem não mais crescer, as árvores rapidamente deixarão de existir. Mas até as árvores reconhecem suas próprias limitações. Imagina se uma figueira desejasse ser a maior planta do planeta?

O que percebo é que o desejo pelo crescimento a partir de um único ponto de vista, a conquista de territórios e mercados já nos levou a duas grandes guerras e, ao que tudo indica, poderá nos levar ao término da humanidade, se não fizermos nenhum movimento contrário. A guerra nasce da não aceitação da diferença. Acredito que se as corporações globais trouxeram algum benefício à humanidade, foi a compreensão de que – como consumidores – somos mais parecidos do que imaginamos.

Se você quer ter uma compreensão mais profunda disto, vale navegar no documentário Human com apoio do Google disponível no youTube.

A guerra busca impor um ponto de vista ou uma posição de forma unilateral. Vence aquele com mais força para manter sua opinião.

Relacionamento entre Empresa e Cliente – de verdade – só acontece quando nenhum deseja impor nada a ninguém. No Relacionamento de verdade não é possível haver controle.

Se um país precisa de um código de defesa para o consumo é porque há o reconhecimento de um conflito onde alguém quer mostrar mais poder.

A palavra conquista tem um significado dúbio: ela pode significar impor uma posição pela força ou pela sedução.

O primeiro caminho é doloroso o segundo deveria ser uma opção.

Este é um tema que já está aberto no mercado publicitário há pelo menos cinco anos. O Marketing e a Propaganda sabem que precisam de uma reinvenção. Como escreveu Márcio no último artigo, é fácil sair motivado de uma palestra, o desafio está em ter a coragem de tomar a decisão dentro da empresa.

O ‘mercado’ se forma de indivíduos – sejam eles pessoas ou empresas.

A pergunta é: quem tem coragem de mudar