A escolha pelo bom relacionamento é corporativa e não pessoal
A escolha por praticar sempre um bom relacionamento com o cliente deve ser a primeira e principal decisão estratégica que uma empresa deve tomar.
Publicado em 26 de junho de 2017 às, 11h56.
Última atualização em 26 de junho de 2017 às, 11h56.
Costumo falar que as empresas não têm projetos, mas sim as pessoas que trabalham para elas. O que significa isso? Há muitos anos trabalho prestando serviços de marketing para empresas de diversos segmentos e tamanhos e, por muitas e muitas vezes, me encontrei num cenário onde o projeto em questão era um esforço de uma pessoa ou área, e não necessariamente da empresa como um todo. E como resultado, o projeto quase sempre acabava ou se enfraquecia quando o seu “owner” deixava a empresa por algum motivo.
Mas isso é normal, você pode pensar. Entendo que sim em muitos casos, mas quando falamos de coisas com impacto mais estratégico para a empresa, considero que esta questão deveria ser olhada com um pouco mais de atenção e critério.
E a forma de olhar para o relacionamento com clientes é uma destas coisas estratégicas. Digo até que é a coisa mais estratégica para a qual uma empresa deve dar atenção.
Mas infelizmente, hoje em dia, o relacionamento com cliente ainda é encarado por muitas empresas como uma atividade ou tarefa de um departamento como o SAC, por exemplo. Em alguns casos, até profissionais que tem como responsabilidade principal vender, recebem um cargo com esta nomenclatura, como os gerentes de relacionamento de banco.
Mas relacionamento com cliente é mais do que uma área, uma nomenclatura de cargo ou mesmo um programa específico da área de marketing. Relacionamento com clientes é uma pré-condição para existência de uma empresa. Se ela existe, ela se relaciona, simples assim. Fazer então a escolha por praticar sempre um bom relacionamento com o cliente passa a ser uma decisão estratégica, a primeira e principal decisão estratégica que uma empresa deve tomar. Todo o resto do negócio deverá então ser direcionado a partir desta diretriz, inclusive os aspectos financeiros, comerciais e de produtos/serviços, por exemplo, que passam a ser secundários, por mais estranho que isso possa parecer para você. Não menos importantes, mas secundários no sentido de que se alguma decisão financeira, comercial e de produto for piorar o relacionamento com o cliente, ela deve ser tomada com muito critério.
Na youDb costumamos falar que construir um bom relacionamento com clientes leva tempo e dá trabalho e, muitas vezes, pode até custar mais no curto prazo, mas trará resultados mais sustentáveis e maiores no longo prazo, além da gostosa sensação profissional de estar fazendo o bem para o cliente.
Infelizmente, isso não é o que buscam muitos profissionais que são no dia a dia pressionados por suas empresas por resultados financeiros rápidos. Daí falo que fazer relacionamento, em muitas empresas, acaba infelizmente sendo um projeto pessoal e não corporativo.
Como mudar isso? Talvez só com uma nova geração profissionais e empresas mais idealistas e com desejo de trabalhar de maneira íntegra e sustentável para a sociedade, para depois ganhar dinheiro.