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A empresa a serviço das pessoas

Conheça neste artigo de Leonardo Barci a importância do "Servir" na Relação Empresa-Cliente

LB

Leonardo Barci

Publicado em 21 de setembro de 2015 às 11h00.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h54.

Quando uma empresa nasce no Brasil, de maneira objetiva, seu reconhecimento é feito de duas formas: pela Razão Social e pelo Contrato Social.

Não sei exatamente como surgiram estas duas nomenclaturas mas, na minha opinião, acho genial.

Simbolicamente, a primeira deveria representar o motivo pelo qual a empresa iniciou suas atividades. A Razão da empresa ter sido aberta dentro de um determinado grupo Social no país.

A segunda, são as condições e os acordos que a empresa pretende seguir com suas atividades. É o Contrato que ela estabelece com a Sociedade.

Considerando estas duas formas, toda empresa já nasce dentro de um contexto, com uma função específica, com um propósito claro.

O lucro, dentro deste contexto, seria secundário à atividade, caracteriza-se, neste caso, como o resultado de uma operação saudável. Simbolicamente, as pessoas reconhecem que aquela empresa produz algum benefício social e desta forma direciona seus recursos para que ela exista e prospere.

Em uma semana típica na minha vida, faço deslocamentos de carro particular, táxi, ônibus, metrô, trem, avião e a pé.  A partir desta rotina tenho a oportunidade de observar a distância e as distorções em cada um destes chamados assim modais.

Dentro dessa observação, vejo a discussão que surgiu com a entrada (ou eventualmente ainda não) do Uber no Brasil. Naturalmente, o ponto não está no aplicativo em si, mas ao questionamento que ele trouxe depara que, ea quemos táxis de uma determinada cidade estão a serviço.

Dentro desta minha observação, os táxis são mais rapidamente vistos como um serviço social, mas em última instância, percebo todas as empresas como estando dentro de um contexto de serviços à sociedade.

Ainda dentro desta observação, algo me chamou a atenção na estação de trem Vila Olímpia, na zona sul de São Paulo. Para você que é de outro local, ou mesmo não conhece a estação, esta é uma das mais movimentadas da cidade. Ela fica em uma região que é reconhecida hoje como a ‘nova Avenida Paulista’.

Uma pessoa que faz uso do trem para o trabalho notará rapidamente que o espaço disponível para entrada e saída da estação é metade ou eventualmente um terço do necessário.

Até aí, parece algo trivial para grandes cidades. O ponto que realmente me chamou a atenção é que no espaço que vai da catraca de entrada/saída da estação até a avenida principal, a prioridade é claramente dada à circulação de veículos. Logo na saída da estação, já estando na avenida para circular para o bairro, a primeira faixa de pedestres não tem capacidade de dar vazão à circulação de pessoas.

Sinceramente, não acredito que a equipe de arquitetos e engenheiros, tanto da estação quanto da engenharia de trânsito local, tenha deixado de fazer seu respectivo trabalho, mas me chamou a atenção uma rua lateral que divide a estação com um prédio ao lado. A rua que me refiro é o caminho de um estacionamento do prédio. Já me dei ao trabalho de observar a vazão de carros do prédio. Enquanto em horário de pico circulam alguns milhares de pessoas por hora, no prédio circulam não mais do que um carro a cada minuto.

O investimento em uma malha viária de trem ou metrô é algo que financeiramente não se paga em um período menor do que 100 anos. Sob este prisma, apenas um investimento social é capaz de bancar isto. Nenhuma empresa teria condições de suportar esta pressão.

O que me chamou a atenção nos dois casos que citei é: A serviço do que e de quem tanto os táxis quanto a estação de trem estão? Qual é a prioridade social que as cidades vem dando às pessoas que utilizam transporte público ou similares e aos carros?

De forma concreta e sob o risco de ser criticado, a prioridade vem sendo dada a um reduzido grupo de pessoas. Infelizmente, mesmo com um carro de táxi ou ainda com a ‘mágica’ do Uber, o deslocamento em São Paulo no dia a dia está tão caótico como a estação de trem.

No artigo da semana passada, Márcio levantou o questionamento sobre o destino da Apple. Se a história tem algum peso, eu diria que, pela segunda vez, a empresa priorizou a geração de lucro em detrimento ao atendimento as pessoas.

Para quem não sabe da história, quando Steve Jobs foi expulso de sua própria empresa, a diretriz era a de geração de lucro em tempo menor do que o que vinha acontecendo. A empresa chegou, com isso, perto de quebrar. Em seu retorno, Jobs teve a coragem (e até um pouco de loucura) de cortar o que não tinha relação com o essencial da empresa e focar no que as pessoas precisavam e eventualmente ainda nem sabiam. Sim, o rapaz era um gênio, não há dúvida.

O que eu gostaria de chamar atenção neste post de hoje é que a manutenção das empresas depende de uma mudança de sentido. Quanto mais relevante a empresa for socialmente, maior a urgência em se reconectar com as necessidades reais das pessoas.

Quando uma empresa nasce no Brasil, de maneira objetiva, seu reconhecimento é feito de duas formas: pela Razão Social e pelo Contrato Social.

Não sei exatamente como surgiram estas duas nomenclaturas mas, na minha opinião, acho genial.

Simbolicamente, a primeira deveria representar o motivo pelo qual a empresa iniciou suas atividades. A Razão da empresa ter sido aberta dentro de um determinado grupo Social no país.

A segunda, são as condições e os acordos que a empresa pretende seguir com suas atividades. É o Contrato que ela estabelece com a Sociedade.

Considerando estas duas formas, toda empresa já nasce dentro de um contexto, com uma função específica, com um propósito claro.

O lucro, dentro deste contexto, seria secundário à atividade, caracteriza-se, neste caso, como o resultado de uma operação saudável. Simbolicamente, as pessoas reconhecem que aquela empresa produz algum benefício social e desta forma direciona seus recursos para que ela exista e prospere.

Em uma semana típica na minha vida, faço deslocamentos de carro particular, táxi, ônibus, metrô, trem, avião e a pé.  A partir desta rotina tenho a oportunidade de observar a distância e as distorções em cada um destes chamados assim modais.

Dentro dessa observação, vejo a discussão que surgiu com a entrada (ou eventualmente ainda não) do Uber no Brasil. Naturalmente, o ponto não está no aplicativo em si, mas ao questionamento que ele trouxe depara que, ea quemos táxis de uma determinada cidade estão a serviço.

Dentro desta minha observação, os táxis são mais rapidamente vistos como um serviço social, mas em última instância, percebo todas as empresas como estando dentro de um contexto de serviços à sociedade.

Ainda dentro desta observação, algo me chamou a atenção na estação de trem Vila Olímpia, na zona sul de São Paulo. Para você que é de outro local, ou mesmo não conhece a estação, esta é uma das mais movimentadas da cidade. Ela fica em uma região que é reconhecida hoje como a ‘nova Avenida Paulista’.

Uma pessoa que faz uso do trem para o trabalho notará rapidamente que o espaço disponível para entrada e saída da estação é metade ou eventualmente um terço do necessário.

Até aí, parece algo trivial para grandes cidades. O ponto que realmente me chamou a atenção é que no espaço que vai da catraca de entrada/saída da estação até a avenida principal, a prioridade é claramente dada à circulação de veículos. Logo na saída da estação, já estando na avenida para circular para o bairro, a primeira faixa de pedestres não tem capacidade de dar vazão à circulação de pessoas.

Sinceramente, não acredito que a equipe de arquitetos e engenheiros, tanto da estação quanto da engenharia de trânsito local, tenha deixado de fazer seu respectivo trabalho, mas me chamou a atenção uma rua lateral que divide a estação com um prédio ao lado. A rua que me refiro é o caminho de um estacionamento do prédio. Já me dei ao trabalho de observar a vazão de carros do prédio. Enquanto em horário de pico circulam alguns milhares de pessoas por hora, no prédio circulam não mais do que um carro a cada minuto.

O investimento em uma malha viária de trem ou metrô é algo que financeiramente não se paga em um período menor do que 100 anos. Sob este prisma, apenas um investimento social é capaz de bancar isto. Nenhuma empresa teria condições de suportar esta pressão.

O que me chamou a atenção nos dois casos que citei é: A serviço do que e de quem tanto os táxis quanto a estação de trem estão? Qual é a prioridade social que as cidades vem dando às pessoas que utilizam transporte público ou similares e aos carros?

De forma concreta e sob o risco de ser criticado, a prioridade vem sendo dada a um reduzido grupo de pessoas. Infelizmente, mesmo com um carro de táxi ou ainda com a ‘mágica’ do Uber, o deslocamento em São Paulo no dia a dia está tão caótico como a estação de trem.

No artigo da semana passada, Márcio levantou o questionamento sobre o destino da Apple. Se a história tem algum peso, eu diria que, pela segunda vez, a empresa priorizou a geração de lucro em detrimento ao atendimento as pessoas.

Para quem não sabe da história, quando Steve Jobs foi expulso de sua própria empresa, a diretriz era a de geração de lucro em tempo menor do que o que vinha acontecendo. A empresa chegou, com isso, perto de quebrar. Em seu retorno, Jobs teve a coragem (e até um pouco de loucura) de cortar o que não tinha relação com o essencial da empresa e focar no que as pessoas precisavam e eventualmente ainda nem sabiam. Sim, o rapaz era um gênio, não há dúvida.

O que eu gostaria de chamar atenção neste post de hoje é que a manutenção das empresas depende de uma mudança de sentido. Quanto mais relevante a empresa for socialmente, maior a urgência em se reconectar com as necessidades reais das pessoas.

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