De 100 dias a 4 anos
Um mandato não se faz em 100 dias, mas ações contínuas baseadas em planejamento e metas podem defini-lo
Leo Branco
Publicado em 9 de abril de 2021 às 13h22.
Em 1933, Franklin Roosevelt, já nos primeiros cem dias de mandato como Presidente dos Estados Unidos, conseguiu aprovar medidas que tirariam os Estados Unidos de uma depressão que já durara três anos. Desde então, estabeleceu-se um marco no qual novos governos passaram a ser avaliados, levando em consideração o desempenho obtido durante esse período.
Joe Biden , por exemplo, prometeu entregar à população norte-americana 100 milhões de vacinas nos cem primeiros dias de governo. Até dia 4 de abril, mais de 165 milhões de norte-americanos haviam sido imunizados, uma exímia manchete para comemorar os seus primeiros one-hundred days.
Não estou aqui para avaliar os primeiros meses de Biden e tão pouco voltar ao tempo para relembrar o que fez o Governo Federal no início da atual gestão. Porém, por mais delicada que seja a atual situação na política brasileira, venho novamente aproveitar meu espaço para reportar uma dose de positividade.
Se por um lado temos visto na mídia inúmeros casos de ineficiência, má gestão de recursos públicos e decisões equivocadas durante a pandemia, por outro, alegro-me em dizer que também temos gestores que sinalizam comprometer-se com pautas fundamentais para nosso desenvolvimento a curto e longo prazos.
Desde o final do ano passado, já após as eleições municipais, passamos a selecionar prefeitos para integrarem uma jornada de formação, compartilhamento de experiências, na qual auxiliamos nesses primeiros cem dias. Recebemos mais de uma centena de inscrições de todas as regiões do país, sinal claro e positivo de que há muitas lideranças dispostas a desenvolverem uma boa gestão.
Somente na nossa primeira fase de trabalho, o empenho demonstrado por essas lideranças sinaliza que, por mais desafiador que seja fazer uma boa gestão nestes “tempos atípicos”, isso é possível por meio do estabelecimento de metas plausíveis e planejamento.
Esses gestores Brasil à fora têm demonstrado disposição a “arrumar a casa”, corrigir possíveis equívocos administrativos, herdados de seus antecessores, e talvez o mais importante, tomar medidas imediatas ao priorizar seus eixos de atuação para os próximos quatro anos.
Muitos dos desafios dos novos gestores serão os mesmos, ainda que em diferentes intensidades. Algumas adversidades, já antigas, como falta de saneamento básico e déficit habitacional não poderão mais ser ignorados e terão que ser solucionados para enfrentarmos os desafios futuros de maneira mais eficiente.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, quase 50% dos brasileiros não têm acesso à rede de esgoto, uma taxa que é ainda maior no norte e nordeste do país. Esse tipo de investimento só poderá ser viabilizado caso as devidas reformas, como a administrativa, sejam realizadas.
Além disso, se de maneira geral, no mundo inteiro haverá retração econômica, a maior prevalência da covid-19 no Brasil deve tornar a situação ainda mais desafiadora. O alto número do desemprego deverá ser acometido, assim como uma abordagem que diminua o desdém existente, já antigo, em relação à educação, e que foi intensificado durante a pandemia.
Tão importante quanto as ações concretas dos primeiros cem dias de um governo, é a humildade de um líder em reconhecer que para fazer um bom governo é preciso estar direcionado aos principais desafios e adversidades específicos a suas devidas localidades. Para isso, é fundamental que haja um diagnóstico preciso das prioridades, seguido por um bom plano de metas.
Diferentemente dos Estados Unidos, maior potência global, no Brasil, não temos vacinas para imunizar mais de 3 milhões de pessoas diariamente contra a covid-19. Contudo, isso não impede que gestores, comprometidos com o desenvolvimento e necessárias mudanças, ajam de forma positiva rumo a tomada de decisões que gerem um alto impacto social dentro de suas realidades.
Afinal, o bom desempenho de um governo não deve ser medido somente pelas ações efetivas tomadas em seus 100 primeiros dias, mas também pela atuação contínua a qual exige constante despretensão e autorreflexão acompanhada de um efetivo estabelecimento de metas.
Em 1933, Franklin Roosevelt, já nos primeiros cem dias de mandato como Presidente dos Estados Unidos, conseguiu aprovar medidas que tirariam os Estados Unidos de uma depressão que já durara três anos. Desde então, estabeleceu-se um marco no qual novos governos passaram a ser avaliados, levando em consideração o desempenho obtido durante esse período.
Joe Biden , por exemplo, prometeu entregar à população norte-americana 100 milhões de vacinas nos cem primeiros dias de governo. Até dia 4 de abril, mais de 165 milhões de norte-americanos haviam sido imunizados, uma exímia manchete para comemorar os seus primeiros one-hundred days.
Não estou aqui para avaliar os primeiros meses de Biden e tão pouco voltar ao tempo para relembrar o que fez o Governo Federal no início da atual gestão. Porém, por mais delicada que seja a atual situação na política brasileira, venho novamente aproveitar meu espaço para reportar uma dose de positividade.
Se por um lado temos visto na mídia inúmeros casos de ineficiência, má gestão de recursos públicos e decisões equivocadas durante a pandemia, por outro, alegro-me em dizer que também temos gestores que sinalizam comprometer-se com pautas fundamentais para nosso desenvolvimento a curto e longo prazos.
Desde o final do ano passado, já após as eleições municipais, passamos a selecionar prefeitos para integrarem uma jornada de formação, compartilhamento de experiências, na qual auxiliamos nesses primeiros cem dias. Recebemos mais de uma centena de inscrições de todas as regiões do país, sinal claro e positivo de que há muitas lideranças dispostas a desenvolverem uma boa gestão.
Somente na nossa primeira fase de trabalho, o empenho demonstrado por essas lideranças sinaliza que, por mais desafiador que seja fazer uma boa gestão nestes “tempos atípicos”, isso é possível por meio do estabelecimento de metas plausíveis e planejamento.
Esses gestores Brasil à fora têm demonstrado disposição a “arrumar a casa”, corrigir possíveis equívocos administrativos, herdados de seus antecessores, e talvez o mais importante, tomar medidas imediatas ao priorizar seus eixos de atuação para os próximos quatro anos.
Muitos dos desafios dos novos gestores serão os mesmos, ainda que em diferentes intensidades. Algumas adversidades, já antigas, como falta de saneamento básico e déficit habitacional não poderão mais ser ignorados e terão que ser solucionados para enfrentarmos os desafios futuros de maneira mais eficiente.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, quase 50% dos brasileiros não têm acesso à rede de esgoto, uma taxa que é ainda maior no norte e nordeste do país. Esse tipo de investimento só poderá ser viabilizado caso as devidas reformas, como a administrativa, sejam realizadas.
Além disso, se de maneira geral, no mundo inteiro haverá retração econômica, a maior prevalência da covid-19 no Brasil deve tornar a situação ainda mais desafiadora. O alto número do desemprego deverá ser acometido, assim como uma abordagem que diminua o desdém existente, já antigo, em relação à educação, e que foi intensificado durante a pandemia.
Tão importante quanto as ações concretas dos primeiros cem dias de um governo, é a humildade de um líder em reconhecer que para fazer um bom governo é preciso estar direcionado aos principais desafios e adversidades específicos a suas devidas localidades. Para isso, é fundamental que haja um diagnóstico preciso das prioridades, seguido por um bom plano de metas.
Diferentemente dos Estados Unidos, maior potência global, no Brasil, não temos vacinas para imunizar mais de 3 milhões de pessoas diariamente contra a covid-19. Contudo, isso não impede que gestores, comprometidos com o desenvolvimento e necessárias mudanças, ajam de forma positiva rumo a tomada de decisões que gerem um alto impacto social dentro de suas realidades.
Afinal, o bom desempenho de um governo não deve ser medido somente pelas ações efetivas tomadas em seus 100 primeiros dias, mas também pela atuação contínua a qual exige constante despretensão e autorreflexão acompanhada de um efetivo estabelecimento de metas.