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Uma nova batalha para a Vale

A Receita Federal está examinando com lupa os lucros das unidades da mineradora no exterior

Tragédia em Brumadinho: as causas do rompimento da barragem em MG ainda são investigadas (Washington Alves/File photo/Reuters)
Tragédia em Brumadinho: as causas do rompimento da barragem em MG ainda são investigadas (Washington Alves/File photo/Reuters)
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Primeiro Lugar

Publicado em 11 de abril de 2019 às, 05h48.

Última atualização em 25 de julho de 2019 às, 15h00.

Enquanto ainda investiga as causas do rompimento da barragem na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, a Vale se prepara para uma batalha jurídica no campo tributário. A Receita Federal está examinando com lupa os lucros das unidades da mineradora no exterior. Segundo um estudo do Instituto de Justiça Fiscal, uma associação formada for economistas e técnicos da Receita, a Vale deixou de pagar pelo menos 23 bilhões de reais em impostos no Brasil de 2009 a 2015 ao usar sua coligada na Suíça como entreposto de exportações.

A Vale encomendou um estudo à LCA Consultores, com a assessoria de Bernard Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal e ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, para refutar as acusações. O relatório afirma que a lei brasileira exige o pagamento, aqui, de eventuais diferenças de impostos cobrados de unidades situadas no exterior e os aplicados localmente.

Além disso, pelas normas vigentes, a Suíça não é considerada um paraíso fiscal. O tema rende acalorados debates entre os especialistas.

Para juristas consultados por EXAME, o cerne da questão é provar que as unidades no exterior têm função operacional e não são constituídas apenas como parte de um esquema para pagar menos imposto. “O planejamento tributário é lícito, mas cada vez mais a Receita está apertando o cerco a transações fraudulentas”, diz Thiago Medaglia, sócio do escritório Cascione, Pulino, Boulos Advogados.

Segundo relatos de exportadoras recentemente interpeladas pela Receita, na dúvida os fiscais autuam e deixam as discussões de mérito para os níveis mais altos da autarquia. Depois de esgotar os recursos administrativos, as empresas podem buscar a Justiça comum. Para a Vale, pode ser uma peleja longa.