Primeiro Lugar
Publicado em 14 de março de 2016 às 19h35.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h44.
A empresa de telefonia Oi decidiu encarar a realidade e se preparar para o pior — ou seja, a possibilidade concreta de ter de entrar com um pedido de recuperação judicial. A dívida da empresa, que soma 60 bilhões de reais, é tida como impagável, e seus controladores tentam, há anos, resolver o problema. Criatividade não faltou. A última “solução” foi um súbito interesse do bilionário russo Mikhail Fridman, que faria um aporte de 4 bilhões de dólares e, com isso, prepararia a Oi para uma fusão com a concorrente TIM. Não deu em nada. Nos últimos meses, seus advogados debruçaram-se sobre as leis do setor para entender as consequências de uma eventual recuperação judicial. Uma antiga dúvida era o que aconteceria com uma concessionária de serviços públicos que recorresse à recuperação judicial. Isso porque, desde 2012, as elétricas não podem pedir recuperação e ficam sob in¬tervenção da agência regulatória do setor, a Aneel. Como não há previsão legal semelhante para as teles, os advogados afastaram a possibilidade de intervenção. Enquanto isso, a empresa contratou a assessoria financeira PJT Partners para tentar re¬negociar sua dívida no exterior. Por via das dúvidas, o plano de recuperação judicial vai ficar pronto. Procurada, a Oi não comentou.
(Ana Paula Ragazzi)