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Muito barulho por (quase) nada

O Congresso Nacional descobriu-se célere nos dias que se seguiram à onda de manifestações populares Brasil afora. Em um mesmo dia, o Senado aprovou a transformação de corrupção em crime hediondo e, na Câmara, uma comissão deu aval para o fim do voto secreto para a cassação de parlamentares. Seria muito bonito — se essa fosse a regra, e não a exceção. Na verdade, o Congresso nunca debateu tanto, e […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2013 às 15h40.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h57.

O Congresso Nacional descobriu-se célere nos dias que se seguiram à onda de manifestações populares Brasil afora. Em um mesmo dia, o Senado aprovou a transformação de corrupção em crime hediondo e, na Câmara, uma comissão deu aval para o fim do voto secreto para a cassação de parlamentares. Seria muito bonito — se essa fosse a regra, e não a exceção. Na verdade, o Congresso nunca debateu tanto, e com resultados tão ralos, quanto nos dias de hoje. Até 10 de junho havia quase 21 000 proposições (como projetos de lei e propostas de emenda constitucional) nas mãos de deputados e senadores. Se uma proposição fosse votada por dia, essa pilha de trabalho acumulado só acabaria daqui a 57 anos. Menos de 6% das propostas estavam prontas para ir a plenário em 10 de junho, mas o funil é ainda mais estreito: em 2012, apenas 13 projetos de lei foram votados. A julgar pela lerdeza de praxe, faltará protesto para que a pauta se esvazie.

(Patrick Cruz)

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O Congresso Nacional descobriu-se célere nos dias que se seguiram à onda de manifestações populares Brasil afora. Em um mesmo dia, o Senado aprovou a transformação de corrupção em crime hediondo e, na Câmara, uma comissão deu aval para o fim do voto secreto para a cassação de parlamentares. Seria muito bonito — se essa fosse a regra, e não a exceção. Na verdade, o Congresso nunca debateu tanto, e com resultados tão ralos, quanto nos dias de hoje. Até 10 de junho havia quase 21 000 proposições (como projetos de lei e propostas de emenda constitucional) nas mãos de deputados e senadores. Se uma proposição fosse votada por dia, essa pilha de trabalho acumulado só acabaria daqui a 57 anos. Menos de 6% das propostas estavam prontas para ir a plenário em 10 de junho, mas o funil é ainda mais estreito: em 2012, apenas 13 projetos de lei foram votados. A julgar pela lerdeza de praxe, faltará protesto para que a pauta se esvazie.

(Patrick Cruz)

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