A Zara da construção
A construtora Racional, uma das maiores e mais respeitadas do país, enfrenta uma crise de reputação. No início de fevereiro, a empresa foi acusada pelo Ministério do Trabalho de manter 11 trabalhadores em condições análogas à de escravidão na obra de expansão do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na região central de São Paulo. Auditores do ministério alegam que os operários moravam em um alojamento em Itaquera, na zona leste da […] Leia mais
Publicado em 16 de fevereiro de 2012 às, 06h00.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h35.
A construtora Racional, uma das maiores e mais respeitadas do país, enfrenta uma crise de reputação. No início de fevereiro, a empresa foi acusada pelo Ministério do Trabalho de manter 11 trabalhadores em condições análogas à de escravidão na obra de expansão do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na região central de São Paulo. Auditores do ministério alegam que os operários moravam em um alojamento em Itaquera, na zona leste da capital paulista, sem as mínimas condições de conforto e higiene. Além disso, os operários, que trabalhavam na obra desde o dia primeiro de novembro de 2011, não estariam recebendo salários. Os trabalhadores foram recrutados pela Genecy, empresa montada por um ex-funcionário da Racional, que foi contratada pela empresa para atuar na obra. “Fomos enganados por essa empresa”, diz Marcos Santoro, vice-presidente da Racional. A construtora foi notificada em 11 de janeiro e uma semana depois pagou todos os salários atrasados. Agora — assim como ocorreu no ano passado com a varejista espanhola Zara, envolvida num escândalo depois que uma oficina que fabricava roupas para a grife foi flagrada usando trabalho escravo —, a Racional poderá ser punida por não ter fiscalizado seus prestadores de serviço. A construtora deverá pagar multas e seus executivos poderão responder a processo criminal. Os executivos da Racional dizem que estudam tomar medidas judiciais contra a Genecy.