A confusão só começou na Unipar
Investidor pode ter um embate com a petroquímica, originado no período da gestão anterior
Publicado em 4 de outubro de 2017 às, 18h00.
Última atualização em 4 de outubro de 2017 às, 18h00.
São Paulo – Com a volta do empresário Frank Geyer ao controle da petroquímica Unipar, que se dará em novembro, a empresa deve passar por mudanças. Geyer pretende trocar dois conselheiros. Um terceiro assento no conselho de administração deve ser ocupado pelo investidor Luiz Barsi, segundo maior acionista da Unipar, com 16% do capital, e um dos maiores apoiadores de Geyer. Até aí, tudo normal. O problema é que Barsi pode ter um embate com a Unipar, originado no período da gestão anterior.
Há cerca de um mês, a empresa enviou uma carta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dizendo que havia indícios de movimentação suspeita da corretora Elite, usada por Barsi para fazer suas operações. A Elite teria comprado ações da Unipar logo depois de uma reunião do conselho em que foram discutidos os resultados positivos que a empresa apresentaria — e antes de serem divulgados.
Barsi diz que a acusação é uma artimanha da gestão anterior para assustar os acionistas minoritários. Afirma ainda que dá ordens de compra de ações da Unipar a um mesmo preço todos os dias, e que elas estão à disposição da CVM. Frank Geyer é herdeiro da Unipar e se afastou da empresa em agosto de 2016, quando fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, por ter participado de um esquema de corrupção com a Petrobras.
Por isso, ele repassou o controle à gestora Estáter, que ficou responsável por reestruturar a companhia. Hoje, a Unipar é mais lucrativa. Também renegociou suas dívidas. Mas, com pelo menos um banco, o Santander, a renegociação de dívida previa que a cobrança poderia ser antecipada em caso de troca de controle da petroquímica. Geyer tenta mostrar que sua volta à empresa não configura tal mudança.