Os perigos de uma Trumpocracia
O Sr. Trump é terrível como ser humano, e em todos os aspectos uma ameaça à república, como alguns de nós alertaram há bastante tempo
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2018 às 11h36.
Última atualização em 28 de agosto de 2018 às 21h32.
Quando foi a última vez que especialistas de centro declararam que Donald Trump “acaba de se tornar presidente” porque ele bombardeou alguém ou coisa desse tipo? Acho que faz mais de um ano. A essa altura, você teria de ser um praticante de doisladismos fanático para não ver que o Sr. Trump é em todos os aspectos terrível como ser humano, e em todos os aspectos uma ameaça à república, como alguns de nós alertaram quando todas as crianças legais estavam ocupadas zoando os e-mails de Hillary Clinton.
A verdadeira notícia das últimas semanas não é que o Sr. Trump é um aprendiz de Mussolini que mal consegue fazer os trens chegarem a tempo. É a ausência de qualquer resistência significativa dos republicanos no Congresso. De fato, não só eles estão concordando com a corrupção do Sr. Trump, sua incitação à violência e seu abuso de poder – que chega a e inclui usar o peso do cargo dele para punir críticos -, eles são cada vez mais veementes em apoiá-lo nisso.
Não se enganem: se os republicanos controlarem as duas casas do Congresso em novembro agora, o Sr. Trump vai se tornar um tirano completo, abusando de instituições como a Receita Federal, tentando prender oponentes e jornalistas por acusações falaciosas e mais – e ele vai fazê-lo com apoio total do partido dele.
Mas por quê? É Trumpocracia o que os republicanos sempre quiseram o tempo todo?
Bem, provavelmente é o que alguns deles sempre quiseram. E alguns deles estão fazendo um cálculo frio de que o fim da democracia vale a pena se significar impostos menores para os ricos, além de liberdade para poluir.
Mas meu palpite é que a maioria dos políticos republicanos é fraca em vez de sinistra – ou, para ser mais preciso, sinistra em sua fraqueza. Eles não são tanto ideólogos reais quanto carreiristas, cujos instintos são sempre de seguir a linha do partido. E este instinto tem arrastado-os ainda mais fundo para a cumplicidade.
O ponto é que, uma vez que você bolou desculpas para e veio ajudar um líder ruim, fica cada vez mais difícil dizer não ao próximo ultraje. Os republicanos que defenderam o Sr. Trump pelo banimento de muçulmanos, seus ataques iniciais à imprensa e das evidências iniciais de complô com a Rússia, de fato queimaram suas pontes. Seria profundamente embaraçoso admitir que os liberais elitistas que eles ridicularizaram estavam certos quando eles estavam errados; além do mais, ninguém que não apóie Trump vai confiar de novo no juízo ou patriotismo deles.
Ou seja, a solução de menor esforço é sempre assinar embaixo do próximo nível de degradação. “Nenhuma evidência de complô” vira “complô não é grande coisa” que vira “complô é sensacional – e vamos botar John Brennan na cadeia”.
Até certo ponto isto é só a fraqueza humana em ação. Mas há alguns aspectos particulares do Partido Republicano contemporâneo que o tornam especialmente vulnerável a este tipo de escorregada para a idolatria do líder. Há tempos o partido tem cultivado o hábito de rejeitar fatos desconfortáveis e de atribuí-los a conspirações: não é um salto muito grande ir de afirmar que as mudanças climáticas são uma farsa gigante perpetrada pela comunidade científica inteira a garantir que o Sr. Trump é o alvo inocente de uma enorme e vasta conspiração do estado subterrâneo.
E os políticos republicanos modernos são, com poucas exceções, apparatchiks; eles são criaturas de um movimento monolítico que não permite dissenso, mas que protege os leais de riscos. Ainda que possa acontecer deles perderem uma disputa nos distritos eleitorais manipulados deles, contanto que tenham ficado na linha eles podem contar com o estado de bem-estar manicomial – oportunidades como comentaristas na Fox News, indicações em think tanks e por aí vai.
Até agora eu não acredito que a maioria dos comentaristas políticos entendeu quão profunda é a podridão. Não acho que eles entendam, ou de todo modo que admitam a si próprios, que a democracia realmente poderia morrer daqui a alguns meses. E, se não morrer, se os republicanos perderem o Congresso e o Sr. Trump deixar o governo em janeiro de 2021 ou antes, as mesmas pessoas que continuavam a declarar que o Sr. Trump “acaba de se tornar presidente” vão tentar voltar a fingir que os políticos republicanos são pessoas sérias e honradas que se preocupam com política. Mas eles não são.
Portanto, lembrem deste momento. Nós estamos vendo, em tempo real, do que realmente é feito o Partido Republicano.
Quando foi a última vez que especialistas de centro declararam que Donald Trump “acaba de se tornar presidente” porque ele bombardeou alguém ou coisa desse tipo? Acho que faz mais de um ano. A essa altura, você teria de ser um praticante de doisladismos fanático para não ver que o Sr. Trump é em todos os aspectos terrível como ser humano, e em todos os aspectos uma ameaça à república, como alguns de nós alertaram quando todas as crianças legais estavam ocupadas zoando os e-mails de Hillary Clinton.
A verdadeira notícia das últimas semanas não é que o Sr. Trump é um aprendiz de Mussolini que mal consegue fazer os trens chegarem a tempo. É a ausência de qualquer resistência significativa dos republicanos no Congresso. De fato, não só eles estão concordando com a corrupção do Sr. Trump, sua incitação à violência e seu abuso de poder – que chega a e inclui usar o peso do cargo dele para punir críticos -, eles são cada vez mais veementes em apoiá-lo nisso.
Não se enganem: se os republicanos controlarem as duas casas do Congresso em novembro agora, o Sr. Trump vai se tornar um tirano completo, abusando de instituições como a Receita Federal, tentando prender oponentes e jornalistas por acusações falaciosas e mais – e ele vai fazê-lo com apoio total do partido dele.
Mas por quê? É Trumpocracia o que os republicanos sempre quiseram o tempo todo?
Bem, provavelmente é o que alguns deles sempre quiseram. E alguns deles estão fazendo um cálculo frio de que o fim da democracia vale a pena se significar impostos menores para os ricos, além de liberdade para poluir.
Mas meu palpite é que a maioria dos políticos republicanos é fraca em vez de sinistra – ou, para ser mais preciso, sinistra em sua fraqueza. Eles não são tanto ideólogos reais quanto carreiristas, cujos instintos são sempre de seguir a linha do partido. E este instinto tem arrastado-os ainda mais fundo para a cumplicidade.
O ponto é que, uma vez que você bolou desculpas para e veio ajudar um líder ruim, fica cada vez mais difícil dizer não ao próximo ultraje. Os republicanos que defenderam o Sr. Trump pelo banimento de muçulmanos, seus ataques iniciais à imprensa e das evidências iniciais de complô com a Rússia, de fato queimaram suas pontes. Seria profundamente embaraçoso admitir que os liberais elitistas que eles ridicularizaram estavam certos quando eles estavam errados; além do mais, ninguém que não apóie Trump vai confiar de novo no juízo ou patriotismo deles.
Ou seja, a solução de menor esforço é sempre assinar embaixo do próximo nível de degradação. “Nenhuma evidência de complô” vira “complô não é grande coisa” que vira “complô é sensacional – e vamos botar John Brennan na cadeia”.
Até certo ponto isto é só a fraqueza humana em ação. Mas há alguns aspectos particulares do Partido Republicano contemporâneo que o tornam especialmente vulnerável a este tipo de escorregada para a idolatria do líder. Há tempos o partido tem cultivado o hábito de rejeitar fatos desconfortáveis e de atribuí-los a conspirações: não é um salto muito grande ir de afirmar que as mudanças climáticas são uma farsa gigante perpetrada pela comunidade científica inteira a garantir que o Sr. Trump é o alvo inocente de uma enorme e vasta conspiração do estado subterrâneo.
E os políticos republicanos modernos são, com poucas exceções, apparatchiks; eles são criaturas de um movimento monolítico que não permite dissenso, mas que protege os leais de riscos. Ainda que possa acontecer deles perderem uma disputa nos distritos eleitorais manipulados deles, contanto que tenham ficado na linha eles podem contar com o estado de bem-estar manicomial – oportunidades como comentaristas na Fox News, indicações em think tanks e por aí vai.
Até agora eu não acredito que a maioria dos comentaristas políticos entendeu quão profunda é a podridão. Não acho que eles entendam, ou de todo modo que admitam a si próprios, que a democracia realmente poderia morrer daqui a alguns meses. E, se não morrer, se os republicanos perderem o Congresso e o Sr. Trump deixar o governo em janeiro de 2021 ou antes, as mesmas pessoas que continuavam a declarar que o Sr. Trump “acaba de se tornar presidente” vão tentar voltar a fingir que os políticos republicanos são pessoas sérias e honradas que se preocupam com política. Mas eles não são.
Portanto, lembrem deste momento. Nós estamos vendo, em tempo real, do que realmente é feito o Partido Republicano.