Disputas de competitividade
Eu reparei que no passado eu era alvo dos ataques mais virulentos não quando eu denunciava políticos como sendo maus ou corruptos, mas quando eu recorria à economia mais ou menos convencional para desmontar as falácias preferidas. Sem dúvida, provocou bastante irritação a análise comercial em uma coluna recente minha no New York Times (leia-a […]
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 11h27.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 17h56.
Eu reparei que no passado eu era alvo dos ataques mais virulentos não quando eu denunciava políticos como sendo maus ou corruptos, mas quando eu recorria à economia mais ou menos convencional para desmontar as falácias preferidas.
Sem dúvida, provocou bastante irritação a análise comercial em uma coluna recente minha no New York Times (leia-a aqui: nyti.ms/2jJ8UmP), e inclusive inspirou afirmações de que ela estava repleta de viés esquerdista.
De modo que talvez valha destacar que a opinião de Greg Mankiw sobre a economia de um “imposto sobre o fluxo de caixa com base na origem”, descrita em um post recente no blog dele, é basicamente idêntica à minha. Porém, o Sr. Mankiw, professor de economia em Harvard, e eu discordamos quanto a se substituir o imposto sobre o lucro pelo imposto sobre a venda é uma boa ideia, apesar de concordarmos que nada disso tem a ver com comércio e competição internacional – porque não tem.
Eu desconfio, contudo, que o Sr. Mankiw esteja sendo ingênuo aqui ao presumir que nós estamos enxergando um cenário confuso porque um ajuste nos impostos fronteiriços soa como se devesse envolver disputas de competitividade.
Há algo disso, com certeza, mas um motivo pelo qual a história da competitividade não vai desaparecer é que ela é uma parte fundamental do discurso político. “Vamos eliminar os impostos sobre os lucros e, em vez disso, taxaremos os consumidores” é algo difícil de engolir. Dizer que a coisa toda é para liquidar uma terrível desvantagem de concorrência funciona muito melhor, mesmo que seja completamente falso.
Para ser sincero, essas questões fiscais e comerciais são bastante confusas. Mas elas se tornam ainda mais confusas quando são usadas para servir a um propósito político.
Eu reparei que no passado eu era alvo dos ataques mais virulentos não quando eu denunciava políticos como sendo maus ou corruptos, mas quando eu recorria à economia mais ou menos convencional para desmontar as falácias preferidas.
Sem dúvida, provocou bastante irritação a análise comercial em uma coluna recente minha no New York Times (leia-a aqui: nyti.ms/2jJ8UmP), e inclusive inspirou afirmações de que ela estava repleta de viés esquerdista.
De modo que talvez valha destacar que a opinião de Greg Mankiw sobre a economia de um “imposto sobre o fluxo de caixa com base na origem”, descrita em um post recente no blog dele, é basicamente idêntica à minha. Porém, o Sr. Mankiw, professor de economia em Harvard, e eu discordamos quanto a se substituir o imposto sobre o lucro pelo imposto sobre a venda é uma boa ideia, apesar de concordarmos que nada disso tem a ver com comércio e competição internacional – porque não tem.
Eu desconfio, contudo, que o Sr. Mankiw esteja sendo ingênuo aqui ao presumir que nós estamos enxergando um cenário confuso porque um ajuste nos impostos fronteiriços soa como se devesse envolver disputas de competitividade.
Há algo disso, com certeza, mas um motivo pelo qual a história da competitividade não vai desaparecer é que ela é uma parte fundamental do discurso político. “Vamos eliminar os impostos sobre os lucros e, em vez disso, taxaremos os consumidores” é algo difícil de engolir. Dizer que a coisa toda é para liquidar uma terrível desvantagem de concorrência funciona muito melhor, mesmo que seja completamente falso.
Para ser sincero, essas questões fiscais e comerciais são bastante confusas. Mas elas se tornam ainda mais confusas quando são usadas para servir a um propósito político.