Cara, cadê minha política?
O que o Sr. Trump tem feito ou tentado fazer ao longo das últimas semanas é incrivelmente ruim. Mas preste um pouco de atenção ao que parece não estar acontecendo. Alguém ouviu alguma coisa, qualquer coisa que fosse, sobre o desenvolvimento da política interna? Lembrem-se, depois da eleição Wall Street decidiu que nós iríamos presenciar […]
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 18h19.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h46.
O que o Sr. Trump tem feito ou tentado fazer ao longo das últimas semanas é incrivelmente ruim. Mas preste um pouco de atenção ao que parece não estar acontecendo. Alguém ouviu alguma coisa, qualquer coisa que fosse, sobre o desenvolvimento da política interna?
Lembrem-se, depois da eleição Wall Street decidiu que nós iríamos presenciar um grande empurrão em infraestrutura e cortes de impostos. Alguns analistas alertaram que os progressistas deveriam se preparar para a possibilidade de o Sr. Trump se engajar em um “keynesianismo reacionário”. Paralelos preocupantes foram traçados entre o trumpismo e a construção de autobahns no governo de você-sabe-quem.
Contudo, se existe uma força-tarefa na Casa Branca preparando um plano de infraestrutura, ela está muito bem escondida. Enquanto isso, a substituição da Lei dos Serviços de Saúde Acessíveis não dá as caras em lugar algum, e os parlamentares republicanos no Congresso literalmente fogem quando perguntados sobre o assunto.
Grandes reduções de impostos – e cortes severos em programas sociais – continuam a ser prioridade na pauta republicana no Congresso, e o partido ainda poderia levar tudo isso adiante, entregar a papelada a Steve Bannon, o estrategista-chefe do Sr. Trump, e fazer o presidente assiná-la sem ler. Mas eu começo a me questionar: Certamente o governo planejou revelar essas coisas durante a lua de mel de Trump, com o público disposto a acreditar que foi tudo pensado de olho no interesse do cidadão comum. Mesmo no pré-11 de Setembro George W. Bush podia contar com a passividade dos democratas e a boa vontade da imprensa para impor seus cortes de impostos.
Mas agora? Com uma imensa desconfiança pública e a imprensa disposta a cobrir de fato a distribuição dos cortes de impostos? Com o encantamento da mídia com o Sério, Honesto Paul Ryan ao menos temporariamente abalada graças ao apoio entusiasmado dele ao banimento de muçulmanos e tudo o mais? Talvez o Time Trump siga em frente mesmo assim, mas isso agora parece bem menos garantido do que em novembro.
A essa altura eu começo a imaginar se vai haver alguma movimentação real na política econômica, em lugar de insultos aleatórios aos aliados.
É esquisito que os mercados não estejam, até agora, tendo algum reflexo disso; eles estão basicamente sem alteração nos níveis a que chegaram após a euforia inicial da Explosão Trump. Mas certamente o jogo mudou, e agora existe uma possibilidade real de que, na política interna, ao menos, nós estejamos prestes a adentrar um período de som, fúria e tuítes que não querem dizer nada.
O que o Sr. Trump tem feito ou tentado fazer ao longo das últimas semanas é incrivelmente ruim. Mas preste um pouco de atenção ao que parece não estar acontecendo. Alguém ouviu alguma coisa, qualquer coisa que fosse, sobre o desenvolvimento da política interna?
Lembrem-se, depois da eleição Wall Street decidiu que nós iríamos presenciar um grande empurrão em infraestrutura e cortes de impostos. Alguns analistas alertaram que os progressistas deveriam se preparar para a possibilidade de o Sr. Trump se engajar em um “keynesianismo reacionário”. Paralelos preocupantes foram traçados entre o trumpismo e a construção de autobahns no governo de você-sabe-quem.
Contudo, se existe uma força-tarefa na Casa Branca preparando um plano de infraestrutura, ela está muito bem escondida. Enquanto isso, a substituição da Lei dos Serviços de Saúde Acessíveis não dá as caras em lugar algum, e os parlamentares republicanos no Congresso literalmente fogem quando perguntados sobre o assunto.
Grandes reduções de impostos – e cortes severos em programas sociais – continuam a ser prioridade na pauta republicana no Congresso, e o partido ainda poderia levar tudo isso adiante, entregar a papelada a Steve Bannon, o estrategista-chefe do Sr. Trump, e fazer o presidente assiná-la sem ler. Mas eu começo a me questionar: Certamente o governo planejou revelar essas coisas durante a lua de mel de Trump, com o público disposto a acreditar que foi tudo pensado de olho no interesse do cidadão comum. Mesmo no pré-11 de Setembro George W. Bush podia contar com a passividade dos democratas e a boa vontade da imprensa para impor seus cortes de impostos.
Mas agora? Com uma imensa desconfiança pública e a imprensa disposta a cobrir de fato a distribuição dos cortes de impostos? Com o encantamento da mídia com o Sério, Honesto Paul Ryan ao menos temporariamente abalada graças ao apoio entusiasmado dele ao banimento de muçulmanos e tudo o mais? Talvez o Time Trump siga em frente mesmo assim, mas isso agora parece bem menos garantido do que em novembro.
A essa altura eu começo a imaginar se vai haver alguma movimentação real na política econômica, em lugar de insultos aleatórios aos aliados.
É esquisito que os mercados não estejam, até agora, tendo algum reflexo disso; eles estão basicamente sem alteração nos níveis a que chegaram após a euforia inicial da Explosão Trump. Mas certamente o jogo mudou, e agora existe uma possibilidade real de que, na política interna, ao menos, nós estejamos prestes a adentrar um período de som, fúria e tuítes que não querem dizer nada.